Para sempre sua, Lara Jean

Capítulo 22

Estou jogando algumas garrafas vazias no lixo da cozinha, quando sinto alguém se aproximar de mim.

- Aquilo que a Gen disse é verdade? – ouço a voz de Ben sussurrando próximo ao meu ouvido.

- Não é da sua conta. – digo de forma firme e me afasto dele.

Ligo a pia da cozinha para lavar as mãos. Ele se aproxima e fica ao meu lado.

- Estou ficando louco imaginando se é verdade ou não... – ele diz, depois toca em uma mexa do meu cabelo.

- Pare com isso! – reclamo e afasto a sua mão.

- Algum problema, Covey? – ouço a voz grave de Peter da entrada da cozinha.

Respiro aliviada. Não queria admitir, mas me sentia mais segura com ele por perto.

- O problema é você se intrometendo onde não é chamado. – Ben diz, encarando Peter com ar debochado.

Peter trava o maxilar e o encara com um olhar sombrio.

- Não estou falando com você, seu idiota. – Peter diz.

Um pânico começa a se instalar dentro de mim enquanto Peter caminha, se aproximando de nós.

- Sai fora, Kavinsky. Você já teve a sua chance com a Lara Jean. Agora já passou a sua vez. – Ben o provoca.

Eu desligo a pia e me afasto, mas Ben me segura novamente pela cintura.

- Sabe o que eu vi lá em cima, Lara Jean? Uma banheira de hidromassagem. Pelo que eu me lembro, você gosta, não é?

Antes que eu diga qualquer coisa, antes que eu raciocine direito, Peter se aproxima e dá um soco no rosto de Ben, que cai no chão da cozinha. A garrafa de cerveja que estava em sua mão se espatifa no chão.

Ponho a mão na boca, me sentindo chocada.

Ben se levanta, cambaleando, e caminha na direção de Peter. Eu me ponho no meio dos dois antes que Peter avance em cima dele novamente.

- Parem com isso! – eu grito.

Olho para Ben, que está se apoiando na bancada da cozinha, parecendo tonto.

Peter está respirando fundo e o encarando com ódio. Suas mãos estão fechadas em punho ao lado do seu corpo.

- Peter. – eu digo, tentando chamar a sua atenção. Minhas mãos estão espalmadas sobre o seu peito. – Peter, olhe para mim. – ele reluta, mas me olha e sua expressão suaviza. – Deixe ele para lá. – eu peço.

Só então me dou conta de que nossos corpos estão colados e nossos rostos estão a centímetros de distância. Ele parece se dar conta disso também pelo jeito que me olha.

Algumas pessoas curiosas entram na cozinha. Eu aproveito o ensejo e empurro Peter até que ele saia de lá, para evitar que a briga recomece. Infelizmente alguém teria que limpar a bagunça deixada na cozinha e esse alguém não seria eu.

Quando já estamos distantes da confusão, pego a minha bolsa que havia deixado no armário e caminho até a porta. Procuro Pammy rapidamente entre as pessoas, mas não a encontro, então decido ir embora sem me despedir.

Peter continua me acompanhando em todo o trajeto.

- Covey... – ele diz. Respiro fundo e não digo nada. – Covey, onde você vai?

Paro de andar e o encaro.

- Onde vou? Vou para casa. Eu não deveria nem ter vindo!

Viro de frente novamente e volto a andar.