Capítulo 16

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Era o dia de folga de Kobbi, e, como prometido, ele havia me buscado na Belle Conseil à tarde para darmos um passeio.

Estou na garupa da sua moto, abraçada à sua cintura, observando a cidade enquanto ele dirige pelas ruas de Paris. Reconheço o caminho que leva até ao café dos seus pais, mas ele passa por ele e segue em frente.

Mais algumas ruas adiante ele estaciona a moto e descemos.

Da rua, vejo duas discretas placas, uma que indica o Musée de la Vie Romantique e outra que indica um salão de chá, Un thé dans le jardin.

Eu nunca havia observado aquele lugar, nem me lembro de estar listado nos guias turísticos que eu já tivesse lido.

- Vamos, mon petit. Você vai gostar! – Kobbi diz, segurando a minha mão.

Tenho certeza de que sim.

Ao passarmos o portão de entrada, me sinto longe de Paris, em algum lugar calmo e verde da província francesa. No final do corredor de entrada, há uma bonita casa branca com janelas verdes.

Kobbi me explica que o Musée de la Vie Romantique, é um pequeno museu de bairro com um dos jardins mais secretos da cidade.

- Eu encontrei esse lugar quando era criança. Às vezes eu fugia para cá quando não queria ajudar o meu pai no café. – ele diz, com a expressão divertida.

Kobbi parecia ser tão responsável. Não o imagino fugindo do trabalho, nem mesmo quando era uma criança.

Dentro do museu há várias esculturas e obras de arte, mas não muito conhecidas. Em uma das salas do museu encontro um retrato de Dona Francisca de Bragança, princesa de Joinville, obra de Ary Scheffer. A placa informa que a princesa do Brasil nasceu em 1824 no Rio de Janeiro, filha do Imperador Pedro I e da sua primeira esposa Maria Leopoldina. Era uma princesa do país de Camila. Com certeza eu traria os meus amigos para visitar aquele lugar num outro dia.

A melhor parte Kobbi deixa por último, o salão de chá instalado no jardim do museu

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A melhor parte Kobbi deixa por último, o salão de chá instalado no jardim do museu. O ambiente é encantador, parece saído de um sonho ou de um filme de época. Nos sentamos em uma das mesas e pedimos um chá, que é servido com petit four, um tipo de biscoito servido na França.

- Você está calada hoje. – Kobbi comenta de repente.

Dou um sorriso triste para ele, sem saber o que dizer. Desde que eu havia recebido a carta de Peter, parecia que tudo o que eu sentia por ele havia voltado à tona com ainda mais intensidade.

- Tem uma coisa que quero lhe dizer. – ele me observa, com a expressão séria. – Próximo mês vou passar as férias na Virginia com a minha família.

- Tudo bem. – ele diz, de forma tranquila.

Uma moça se aproxima com os nossos pedidos e os deposita sobre a mesa. Pego o meu chá e dou um gole.

Para sempre sua, Lara JeanWhere stories live. Discover now