Capítulo 23

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Na segunda-feira estou em casa preparando alguns cupcakes para Kitty quando a campainha toca de repente.

Corro para atende-la e não consigo esconder o espanto quando vejo Chris parada à minha porta, com um sorriso enorme no rosto.

Jogo-me sobre ela e a abraço com força.

- Sim! Era essa a recepção que eu estava esperando! – ela diz, com seu jeito presunçoso.

Seu cabelo está um pouco mais curto e sua pele está bronzeada, mas era a mesma Chris de sempre. Minha única amiga na vida por muito tempo. Ela era minha casa também.

Enquanto termino de fazer os cupcakes, Chris me atualiza sobre as suas aventuras. Tenho a impressão de que ela exagera um pouco enquanto fala, mas finjo que acredito em cada palavra.

Seus planos agora eram explorar a América do Sul. No fim do ano ela iria trabalhar na Argentina.

- Josh está na Argentina. Foi passar as férias lá com a namorada. Talvez você possa pedir alguma dica para ele. – digo.

Chris dá de ombros, como se não precisasse de dica nenhuma para sobreviver em um país distante.

Quando chega a minha vez de atualizá-la sobre as novidades, sou um pouco sucinta. Falo sobre o curso, sobre como é morar em Paris e sobre os meus novos amigos que conheci lá.

- Não gostei desse Pierre. – ela diz, com cara de nojo. – Parece um carinha muito esnobe.

Dou um sorriso para ela. Chris era ciumenta, eu havia me esquecido disso. Lembro-me que ela havia ficado chateada quando me aproximei de Pammy no último ano.

- Ele é muito legal. Queria muito que vocês se conhecessem. – digo. - Você podia ir comigo para Paris quando eu voltar, já que você só vai para a Argentina no final do ano... – proponho.

- Não vou gastar meu dinheiro vendo museus e praças, Lara Jean. Sinto muito. – ela diz.

Eu não insisto porque Paris realmente não era uma viagem que se parecesse com Chris.

Ela olha para mim, com as sobrancelhas franzidas.

- O que é isso no seu pescoço, Lara Jean? – ela pergunta.

- No meu pescoço? - digo e cubro com a mão. Eu sabia muito bem o que era. - Nada. Não é nada!

Ela me olha, parecendo desconfiada.

No sábado pela manhã, quando eu estava tomando café, Kitty havia feito aquela mesma pergunta. Ainda bem que ela era inocente e não havia entendido como aquela marca havia surgido misteriosamente no meu pescoço, mas Trina sim. Notei um risinho nos seus lábios enquanto eu cobria a marca com a minha mão.

Quando cheguei no quarto e me olhei no espelho, percebi a enorme roncha no meu pescoço e passei o final de semana a cobrindo com maquiagem.

Agora havia apenas uma leve marca lilás, quase imperceptível. Talvez por isso Chris não tenha insistido no assunto.

Mas não havia maquiagem que cobrisse as marcas que aqueles minutos com Peter Kavinsky dentro do seu carro haviam deixado dentro de mim...

Desde àquela noite eu me encontrava dividida entre o arrependimento por ter me deixado levar pelo momento e o arrependimento por não ter seguido com ele até a sua casa.

Mas quanto mais o tempo passava e eu me lembrava de tudo o que havia acontecido, mais me parecia a lembrança de um sexo casual, o que não parecia certo para nós dois, por muitos motivos.

Além disso, não havia mais como voltar atrás, não depois de ver seus olhos tão tristes enquanto eu descia do seu carro.

Enquanto os cupcakes estão no forno, Chris e eu vamos para a sala continuar nossa conversa.

Para sempre sua, Lara JeanOnde histórias criam vida. Descubra agora