Capítulo 44

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Passamos o resto da tarde lendo as cartas que Peter não havia lido durante a semana.

Minhas cartas eram repletas de declarações de amor para ele e de dicas para a nossa programação durante as férias.

Era engraçado como eu não tinha vergonha de falar sobre o que eu sentia por ele quando escrevia, ao contrário de como me sentia constrangida em me declarar pessoalmente. Antes, um "eu te amo" era raro sair da minha boca. Agora não era mais.

Lendo aquelas cartas percebo também como meu gosto havia mudado nos últimos meses. Para a nossa programação, havia uma lista de filmes para assistirmos, piqueniques e passeios com Kitty. Eu ainda gostava de fazer tudo aquilo, mas incluiria algumas aventuras ou saídas à noite só nós dois.

- Eu podia completar as cartas que faltam, o que você acha? – pergunto para ele.

Peter estreita os olhos, pensando.

- Só se for quando eu estiver no treino. Acho que a gente pode fazer outras coisas muito mais interessantes juntos... – ele diz, me abraçando.

- Eu sei, Peter K. Mas posso tentar escrever. Afinal, faltam poucas cartas pra completar o ano. É até bom para eu conseguir um tempinho para respirar.

Ele dá o seu riso debochado de costume.

- Quem mandou me provocar? – ele fala, mordendo a minha orelha. - Se arrependeu, não foi?

- Não estou arrependida, mocinho. Só acho que a gente pode fazer algumas coisas diferentes nesses dias, além de...

Ele dá uma gargalhada.

Olho para a janela e vejo que o sol já estava indo embora.

- Quer dormir aqui hoje? – ele pergunta. - Você reclamou que não ficávamos aqui no alojamento...

Dou de ombros, avaliando aquela proposta.

- Querer eu até queria, mas... mas eu preciso tomar um banho. Como vou fazer isso aqui?

Peter arqueia a sobrancelha, me olhando de forma presunçosa.

- Está vendo porque eu prefiro ficar na minha casa?

- Sim. Estou vendo. – admito.

Ele estreita os seus braços ao meu redor e beija o meu pescoço.

- E você pensando besteira, não é?

Peter tinha razão. Minha mente era muito inventiva. Eu tinha que começar a perguntar as coisas para ele antes de fantasiar um milhão de bobagens na minha cabeça.


Já está anoitecendo quando voltamos para a casa de Peter. Ele dirige e eu o observo, sentada no banco do passageiro virada de lado para ele.

- Qual a programação de hoje? Pela carta, ficou por sua conta. – pergunto.

Ele estreita os olhos, com um meio sorriso nos lábios.

- Surpresa.

- Ok. – digo, me sentindo curiosa.

Meu celular toca e vejo que é o número de Margot. Respiro fundo, pensando em não atendê-la. Com certeza Kitty já havia dado com a língua nos dentes sobre mim e Peter, então Margot estava ansiosa para me passar um sermão daqueles.

Você já é uma mulher adulta, Lara Jean. Até quando vai ter medo de Margot?

Pego o meu celular e o atendo.

Para sempre sua, Lara JeanWhere stories live. Discover now