Capítulo 35

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Dirijo com cuidado até a casa de Peter, e durante o trajeto imagino como conseguiria tirar um homem desse tamanho de dentro do carro de Margot se ele adormecesse. Aproximo minha mão do seu rosto e levanto a sua franja para ver se ele realmente está dormindo. Seus lábios se curvam em um meio sorriso. Retiro minha mão, mas ele a pega e a põe na sua cabeça de novo. Ele gostava que eu mexesse nos seus cabelos. Eu me lembrava disso.

- Para onde nós vamos? – ele pergunta, ainda de olhos fechados.

- Para a sua casa.

Ele dá um meio sorriso de novo.

- Gostei. Lá você fica mais à vontade.

Não sei nem se você vai conseguir sair de pé de dentro do carro, Peter K. Com certeza não vai ter condições de fazer outra coisa.

Chegamos à sua casa e estaciono o carro de Margot. Desafivelo o seu cinto, mas Peter não reage. Acho que pegou no sono.

Droga!

Olho para ele e olho para a casa.

Desculpa, Peter, mas vou precisar de ajuda para tirar você do carro.

Saio do carro e vou até a sua casa. Toco a campainha e aguardo ansiosa, imaginando a reação da Sra. Kavinsky ao me ver parada à sua porta àquela hora da madrugada. Seu carro está na garagem, então com certeza ela estava em casa.

Boa noite, Sra. Kavinsky! Vim trazer o seu filho que estava caído de bêbado em um bar por minha causa.

Não. Não era a melhor forma de eu revê-la depois de tanto tempo.

A porta se abre e respiro fundo. A Sra. Kavinsky fecha mais o robe de algodão que usa por cima do pijama e olha para mim, piscando os olhos como quem acabava de se acordar.

Então o inesperado acontece. Ela sorri.

- Lara Jean?

- Olá, Sra. Kavinsky. – falo sem jeito.

- Olá, minha querida. – minha querida? – O Peter... o Peter não está.

- Eu sei. – ela olha para mim, parecendo não compreender. – Eh... ele... ele está no meu carro... – falo e aponto para o carro de Margot, estacionado na rua. – Ele ligou para mim e percebi que... ele estava bêbado. Então achei melhor trazê-lo para casa.

O olhar da Sra. Kavinsky fica triste e ela balança a cabeça de forma negativa, como se estivesse cansada.

Caminhamos até o carro e abro a porta do passageiro. Peter continua deitado da mesma forma que estava quando saí.

Aproximo-me dele e viro o seu rosto para mim.

- Peter. – digo, com a mão no seu rosto. – Peter, chegamos. – ele não responde nada. Olho para a Sra. Kavinsky, que respira fundo, e olho para ele novamente. – Peter, chegamos na sua casa. – digo e dou algumas batidas no seu rosto.

Ele abre os olhos e me olha, parecendo confuso, depois sorri e me abraça, encostando o rosto em meu peito, como fez no bar.

- Vamos, filho. Levante! – a Sra. Kavinsky fala.

Peter vira o rosto para ela, como se estivesse surpreso em vê-la, depois sorri.

- Você viu quem voltou para mim, mãe? A Lara Jean... – ele fala e se aconchega mais no meu peito.

Olho para a Sra. Kavinsky, sem saber o que fazer.

A mãe de Peter se aproxima e retira o braço dele da minha cintura. Ele olha para ela, parecendo contrariado. Ela põe o braço dele sobre o seu ombro e o retiramos do carro. Peter a encara de cima para baixo.

Para sempre sua, Lara JeanWhere stories live. Discover now