Parte 14

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Os dias seguintes passaram rápido, já era sexta. Eu foquei em treinar com alguns feiticeiros nesses dias e pude aprender novas técnicas. Estava mais confiante.

O treino hoje tinha sido mais leve, mas ainda assim eu precisava de um banho.

Sai do banheiro enrolada na toalha e ouvi meu celular vibrar:

"Está pronta? Passo te pegar em 30 minutos." - era uma mensagem do Gojo.

Combinamos de sair hoje, eu quase tinha esquecido. Ainda bem que estava com tempo.

Escolhi um vestido de cetim azul marinho longo, eu adorava o caimento dele e ele deixava minhas costas à mostra. Me arrumei animada, cantarolando pelos cantos. Coloquei brincos longos e um salto alto. Sabia que o Gojo iria me levar para algum lugar chique. Era a cara dele.

Escutei batidas na porta.

- Sou eu, Gojo, está pronta?

- Pode entrar, estou pegando minha bolsa, e ... - fui até a cama para pegar a bolsa e ao me virar ele estava parado em pé ao lado da porta, fechando-a devagar.

Ele estava ... lindo. De smoking preto e de óculos escuros. Seu cabelo caía sobre o rosto e ele me fitava paralizado. Ajeitou o óculos no rosto e enfiou as duas mãos no bolso.

- S/N você esta ... UAUUU! - sorriu para mim, aquele sorriso travesso de sempre - Onde pensa que vai? - ele se fez de desentendido.

- É que eu vou sair com um cara, sabe! Me desculpe, mas hoje não posso falar com você! - entrei na brincadeira dele.

Ele riu e veio até mim. Enquanto ele se aproximava eu vi os olhos azuis dele. Fazia muito tempo que eu não os via. Logo recordei como eram hipnotizantes. Ele se aproximou e me deu um beijo leve na bochecha.

- Vamos então? - ele disse pegando minha mão e colocando em seu braço.

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No restaurante, enquanto o garçom nos conduzia até a mesa, o Gojo colocou sua mão de leve nas minhas costas nuas. Me arrepiei.

Nosso jantar foi muito agradável. Era impossível não rir com o Gojo. Eu quase engasguei umas duas vezes. Parece que ele fazia de propósito. Deixava para contar a parte mais engraçada quando eu tinha comida na boca ou quando estava dando um gole no vinho, que ele pediu para nós. Eu quase engasguei naquele jantar. Ele me divertia.

- Precisamos fazer isso mais vezes S/N! Eu ainda vou te fazer engasgar, é uma promessa! - ele gesticulou como se estivesse em juramento perante um tribunal.

- Você não ouse! Morrer engasgada é mais humilhante que morrer sendo comida por uma maldição! - eu já estava brincando com a situação da minha quase morte, isso era um bom sinal.

Dessa vez foi ele quem quase engasgou. Sem querer ele cuspiu um pouco de vinho e respingou em mim. Imediatamente, ele veio com o guardanapo me limpar e começamos a rir alto.

O garçom se aproximou gentilmente e fez um gesto para nós, pedindo silêncio. O restaurante era muito chique. Não sei porque o Gojo teimava em comer neles, tínhamos que manter uma certa postura.

Nos entreolhamos e demos uma risadinha marota. Ele continuou me enxugando e começou a ficar meio sério. Seus olhos estavam cravados nos meus seios, evidenciados pelo decote do vestido.

Aqueles olhos eram lindos demais. Não conseguia parar de olhar.

Ele voltou seus olhos para os meus e disse:

- Vamos pedir a sobremesa! O chef fez especialmente para nós! - ele se arrumou na cadeira e chamou o garçom!

A sobremesa estava realmente uma delícia. Após um tempo, decidimos ir embora e quando estávamos saindo, senti um arrepio horripilante na nuca.

Olhei para trás e não vi nada. Jurava que era uma maldição. Olhei para o Gojo e ele conversava brincalhão com o garçom, enfiando uma nota gorda no bolso do paletó dele.

Se fosse uma maldição o Gojo teria percebido. Me tranquilizei e alcancei seu braço.

O vazio da morteWhere stories live. Discover now