Parte 48

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O Geto ficou sério e o ambiente ao nosso redor começou a se desfazer, como se fosse fumaça. Era uma ilusão? Eu pisquei várias vezes.

Estava sentada no chão de um lugar escuro e úmido. Parecia um metro antigo abandonado ou uma rede de esgotos subterrânea. Fiquei chocada.

- Por que você trouxe o celular dela? Não sabia que havia um localizador? - o homem apareceu ao lado do Geto, entregando o celular na mão dele.

- Quero que a encontrem morta! Isso vai desestabilizá-los. - ele falou friamente. - Apagou o e-mail e os vestígios das imagens como te pedi?

- Claro! Não há mais nenhuma prova.

Ele era horrível! Tinha o mesmo padrão de cortes, mas por todo o seu corpo. Seu cabelo era longo e azulado. Ele tinha uma cara de deboche. Ao olhar para ele, os olhos dele encontraram o meu e eu gelei.

- Ela até que é gostosinha! - trouxe seu rosto perto do meu. Eu tranquei a respiração. - Deu para se divertir, Geto? - ele o olhou e voltou sua postura.

- Deu, Mahito! Agora se afaste! - ele estava sério. - É S/N, deu mais do que 6 minutos nossa conversa ...

- Mahito! - eu exclamei fitando aquele homem. - Foi você! Você matou o Takashi! Você ... matou a família dele! Por quê? - eu o questionei abalada.

Os dois riram alto. O Mahito olhou para o Geto e este assentiu com a cabeça, como se permitisse que ele respondesse.

- Porque ele tocou você! - ele trouxe o rosto bem próximo do meu. - Você não percebeu ainda o quanto o Geto é ciumento, S/N? Eu criei uma armadilha e os levei para o hospital. Eu já tinha que fazer um servicinho lá, então matei dois coelhos com uma cajadada só!

Eu não podia acreditar. Eu chorava desesperadamente. O Takashi havia morrido porque nos beijamos? A família dele e ele morreram daquela forma grotesca ... eu ... eu matei o Takashi com minhas próprias mãos. Eu tinha selado o destino dele?

- Vocês são uns monstros! - eu gritei com ambos, enfurecida.

- Nós sabemos! - O Mahito respondeu e ambos gargalharam. - Mata ela logo! - ele ficou sério. - Já deu o tempo!

Ele saiu e sumiu em um dos túneis escuros.

Eu me derramei em lágrimas. Chorava copiosamente. O Geto abaixou na minha frente:

- Ah, S/N! Não fica assim que eu fico excitado! - ele lambeu o rastro que as lágrimas fizeram em uma das minhas bochechas.

- Já se tocou que agora é a hora que você vai morrer, não é? - ele colocou as mãos em volta do meu pescoço. - Por isso está chorando assim, cookie? - ele sussurrava de forma doce.

- Pára de me chamar assim! Você não é o Geto! - eu gritei enraivecida. - Você não chega aos pés dele! Acha que só porque está no corpo dele, ia ser igual? O Geto mete bilhões de vezes mais gostoso do que você! Seu animal! Seu imundo! - eu cuspi no rosto dele.

- Ah, S/N! Não, não, não! Você gostou! Não cuspa no prato que comeu! - ele riu alto. - Você me diverte demais! - ele ria da minha cara.

- Não estou chorando porque vou morrer! Meu choro não diz respeito a você! Isso você não vai ter de mim! Estou chorando porque vou sentir falta das pessoas que me cercaram. Porque as amo. Porque poderia ter me esforçado e feito mais por elas. Só queria ter passado mais tempo com elas, só isso! É saudade antecipada! Você nunca vai entender isso, sua aberraç ...

Ele começou a apertar meu pescoço, enraivecido. Era o meu fim. Ponto. Não tinha como me defender. Eu fechei os olhos e esperei ele quebrar meu pescoço. Eu queria morrer.

As mãos dele travaram. Ele fazia força, mas não força suficiente para me matar. Abri os olhos e ele estava com cara de espanto.

- Mas que porra é essa, Geto? - ele berrou irado. - Como você consegue fazer isso?

O vazio da morteWhere stories live. Discover now