Parte 61

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Saímos de fininho do hospital. Ao chegarmos à moto, ele tirou um capacete reserva do compartimento e me passou para colocá-lo. Foi colocando o capacete dele.

Tive um pouco de dificuldade. Ele percebeu isso e veio me ajudar. Se aproximou e se posicionou na minha frente, bem perto. Me ajudou a encaixar o capacete. No seu pescoço havia uma correntinha prata que estava por baixo da camiseta. O perfume dele era bom. Era suave. Olhei em seus olhos, envergonhada por não saber usar um capacete. Ele sorriu, me ajudando a travá-lo no pescoço.

- Suba! - ele se virou e subiu na moto com muita facilidade.

Consegui subir na garupa, toda desajeitada. Ele pegou minhas mãos e envolveu na cintura dele.

- Segure firme, ok? - olhou para trás enquanto falava.

Antes que eu pudesse responder, ele fez um movimento com a mão e abaixou a minha viseira e a dele. Ligou a moto e saiu acelerado.

Demos uma volta pela cidade. Era noite. Eu olhava as luzes dos postes passando por nós, em alta velocidade. O barulho da moto atrapalhava as batidas do meu coração.

Paramos em um semáforo, ele levantou a viseira dele e me olhou de canto de olho, sorrindo. Se virou um pouco e levantou a minha viseira. Eu estava sorrindo, talvez com os olhos brilhando.

Quando o sinal abriu, ele saiu acelerado de novo. Aquilo era muito emocionante. Em determinado momento, eu soltei minhas mãos da cintura dele e abri bem os braços. Sentindo o vento fazendo atrito com eles.

E se eu não tivesse acordado? Tudo isso aqui, tudo isso, nunca seria vivido. Pensei em quantas coisas eu ainda não conhecia do mundo. Tudo que eu ainda não vivi e que seria um desperdício partir dessa vida sem as viver.

Jurei ali mesmo, com medo ou sem medo, eu ia viver o que a vida tinha para me oferecer.

Em um trecho de uma estrada, paramos em um mirante. As luzes da cidade piscavam como estrelas lá embaixo. Eu fiquei deslumbrada. Me encostei no parapeito e fiquei olhando cada detalhe da cidade.

- Eu venho aqui sempre que posso! - o doutor disse subindo e sentando no parapeito, de costas para a paisagem.

- É lindo! - eu falei fascinada.

- É mesmo! - ele falou olhando para mim. - É linda mesmo!

Ele desceu do parapeito e pegou minha mão, me virando para ele. Ele estava irresistivelmente atraente. Meus olhos navegavam pela boca e pelos olhos castanhos do Dr. Takahashi.

Ele me puxou pela cintura e me beijou ardentemente. Eu retribui sem pudor algum. Enfiei uma das mãos nos cabelos atrás de sua nuca e a outra adentrou a jaqueta de couro, puxando a camiseta e a correntinha junto contra mim.

Ele se encostou no parapeito e me posicionou entre suas pernas. Ficamos nos beijando por um longo tempo. Sem dizer nada. A minha concentração estava no gosto do beijo dele, por onde as mãos dele navegavam pelo meu corpo e por onde minhas mãos passavam no corpo dele. Meu corpo estava pegando fogo e o dele também.

Uma hora paramos de nos beijar e nos olhamos. Ele me fitava com os olhos cerrados de desejo. Pegou em minha nuca e me conduziu de volta ao beijo. Eu o parei.

- Você é meu médico ... - a minha repreensão foi nitidamente fraca.

- Não sou mais, S/N! Eu assinei sua alta hoje a noite, antes de sair. - ele lambeu meus lábios. - As enfermeiras vão te liberar amanhã cedo. - ele me olhou nos olhos e lambeu meus lábios de novo, só que quase em câmera lenta.

- Dout ... - ele não me deixou terminar.

Me puxou para ele, me beijando de forma suave e lenta. Sua mão estava em minha nuca, afagando meus cabelos. A outra mão soltou minha cintura e entrou por debaixo da blusa de moleton que eu vestia. Ela chegou aos meus seios. Passou ela por debaixo do sutiã e com um movimento das costas das mãos, fez meu sutiã subir, liberando meus seios. Ele apertava um de cada vez, com movimentos lentos e firmes. Eu estava mais do que molhada.

- Fica comigo essa noite? - eu falei sem pensar.

Ele assentiu com a cabeça, sem parar de me beijar ou de acariciar meus seios. Ele não tinha pressa. Voltei a me deliciar.

Voltamos ao hospital e ele foi comigo até meu quarto. Trancamos a porta.

Fizemos um rastro de roupas entre a porta e o leito. Não parávamos de nos beijar, a não ser para deixar uma peça de roupa passar.

Ele me deitou sobre a cama e ficou por cima de mim. Se afastou um pouco e colocou uma camisinha. Voltou a ficar sobre mim e me beijar. A correntinha dele caía sobre o meu pescoço e colo.

- Eu vou ... tudo bem? - ele perguntou docemente.

- Aham ... - minha voz saiu suave e baixinho.

Sentir aquele pau entrando foi uma explosão de prazer. Eu gemi baixo e ele também. Ele metia até o fim, mas devagar. Sua boca não desgrudou da minha um segundo. Estávamos muito ofegantes. Isso me excitou demais.

Tentávamos não fazer muito barulho, para não chamar a atenção das enfermeiras. Aqueles movimentos de entra e sai, com ele socando fundo no final, me fizeram arquear o corpo para trás, gozando lentamente e perdendo o controle sobre meu tom de voz ao gemer. Ele imediatamente colocou a mão sobre minha boca, quando viu que a dele não dava conta de segurar o som.

Antes que eu começasse a amolecer o corpo, ele começou a meter mais rápido e mais forte. Gozou com a boca em meu pescoço, tentando segurar o gemido grave e abafado que ele soltou.

- Meu Deus! Você é extremamente gostosa! - ele sussurrou ofegante, ainda com a boca no meu pescoço.

- Obrigada por essa noite, doutor! - eu sussurrei no ouvido dele, maliciosamente.

Ele riu baixinho. Me deu um beijo quente e demorado.

Escutamos um bip. E depois outro. E outro.

- Droga! - ele resmungou, soltando minha boca e se levantando.

Removeu a camisinha e a jogou no lixo do banheiro. Correu até a calça e olhou o pager.

- Emergência, S/N! - falou descontente. - Eu ... eu preciso ir ... droga! - olhou para mim com uma cara chateada.

Eu me levantei da cama, sem dizer nada e fui até ele. Levei a mão até a sua nuca, puxando seu pescoço em direção à mim. Beijei ele docemente e de forma bem lenta. A outra mão segurava o rosto dele. Nossos corpos colaram.

Ele largou a calça no chão e me envolveu nos braços dele. Nossos corpos ainda queimavam.

- Eu vou ... te passar ... o nro ... do meu ... pa ... ger ... - ele tentava falar enquanto eu o beijava. - Assim, você ... pode me chamar .... quando ... tiver uma ... emergênc ...

- Aham ... - eu gemi baixinho e continuei beijando-o por mais um tempo.

O beijo dele era delicioso. O seu toque tinha muito carinho e afago. Parecia tudo que eu precisava naquele momento.

- Realmente eu preciso ir! É importante! - ele falou enfaticamente, largando meus lábios. - Eu sinto muito!

- Não sinta! - eu sorri, olhando-o fundo nos olhos - Foi perfeito! Obrigada pelo passeio! - dei um selinho carinhoso e me virei de costas, voltando a deitar sobre a cama de bruços.

Ele ficou parado, olhando eu subir nua na cama de costas para ele, praticamente convidando-o a entrar em mim, de quatro.

- Droga! - ele suspirou.

Quando ele estava quase saindo, eu o chamei:

- Doutor! - ele me olhou com a mão na maçaneta da porta. - Se alguém me perguntar sobre isso, eu vou negar! - sorri maliciosamente.

O vazio da morteOnde histórias criam vida. Descubra agora