Parte 35

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Minha menstruação desceu no dia seguinte. Com tudo aquilo que aconteceu eu nem me dei conta que ela havia atrasado alguns dias. Sentia meu corpo pesado. Mas respirei aliviada.

Abri o celular e anotei a data. Ontem eu me distraí e consegui relaxar um pouco mais. Acho que isso desencadeou o processo natural do corpo. Depois de tanta tensão, era normal mesmo ela ter atrasado. Coloquei um aviso para dali 15 dias. Entraria em período fértil e tinha que me cuidar.

Se tinha uma coisa que eu conhecia, era meu corpo. Resolvi tomar uma ducha quentinha para relaxar mais. Tinha planos de vestir algo confortável, tomar um solzinho e depois dormir o quanto eu conseguisse.

Sai do banho escutando meu celular tocar. Era uma ligação. Me enrolei rápido na toalha e vi o nro do hospital, quando me aproximei do aparelho.

- Alô! - minha voz estava trêmula.

- Sra. Saito, não é? É a Ana do hospital, nos falamos quase todos os dias. - a pessoa tentava se identificar do outro lado.

- Como ele está, Ana? - eu a interrompi bruscamente.

- Sra. Saito, pode vir vê-lo! Estamos movendo ele para um quarto. Ele está bem melhor, está fora de perigo! - ela disse alegre do outro lado da linha.

- Ai meu Deus! - eu gritei de felicidade - Eu vou agora! Até mais Ana! - eu não me cabia de emoção. Meus olhos vertiam lágrimas.

- Vai onde? - Gojo me questionou entrando no quarto com dois copos de café na mão.

- O Nanami vai viver, Gojo! - eu corri e me pendurei no pescoço dele. - Eu vou agora vê-lo!

- Calma! - ele segurou meu braço enquanto eu ia em direção a porta do quarto. - Vista algo primeiro! Você vai sair de toalha?

Me dei conta e ri. Voltei a chorar, fazendo biquinho.

- Eu nem acredito ... - eu enxugava os olhos com o antebraço.

- Vá se trocar e tome esse café. Eu te levo no hospital! - Gojo não esboçou nenhuma reação e estava estranhamente sério.

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P.O.V: Gojo

Era evidente que ela gostava muito do Nanami. Era evidente que ela o amava. Talvez ela não admitisse se eu perguntasse, mas era evidente. Droga!

Sentir ciúmes de alguém é ridículo! Ainda mais alguém moribundo!

Ela estava deixando bem claro quem ela queria? Doeu.

Isso era rejeição? Eu estava me sentindo mal por ser rejeitado? Era só meu ego ... ou eu estava mesmo sofrendo por ver ela escorrendo pelas minhas mãos?

Esses pensamentos me rodeavam enquanto eu observava ela se trocar. Ela não sabia se chorava ou se sorria. Ela fazia os dois ao mesmo tempo. Isso era doce.

- Anda S/N! - esbravejei entediado - Você está demorando muito!

Eu não consegui contar ainda para ela, mas eu consegui as imagens de vídeo da sala de espera do hospital, no momento em que a família Yoshida foi transformada em maldição. Eu não queria contar, por receio dela querer ver e ficar pior.

Não havia nenhum registro no sistema do hospital sobre qualquer um deles. Nem uma consulta e nem alguma internação emergencial. Nada. Não havia descoberto porque eles estavam naquela sala de espera.

Pelo que entendemos, foi esse Mahito que atraiu todas aquelas maldições para o hospital e fez aquela carnificina. Ele era uma maldição poderosa e sem escrúpulos.

- Estou pronta! - ela me olhou sorrindo. Eu poderia ficar dias olhando aquele sorriso.

- Então vamos! - dei meu braço para ela encaixar o dela. - Será que devemos levar o sanduíche preferido dele? - sugeri rindo.

- Ele ainda não deve estar comendo, Gojo! - ela fez biquinho irritada - Você vai fazer ele passar vontade, só! Vamos logo!

Agora, todos os feiticeiros de Tokyo estavam atrás desse Mahito. Era só uma questão de tempo.

O vazio da morteWhere stories live. Discover now