Parte 47

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- O que? ... - eu não acreditei no que ouvi.

Ele tirou minhas mãos do corpo dele e me sentou na cama. Paralisou meu corpo de novo. Eu comecei a ficar assustada.

- Você é mesmo uma vadiazinha esperta, não é? - ele riu, se virando de costas para mim e vestindo lentamente aquela roupa tradicional. - Eu pensei em todas as respostas, para tudo. Mas você tem que me pegar, não é? Justo onde ... Caramba S/N! - ele ria alto.

Eu vi novamente a tatuagem de dragão magnifica em suas costas. Eu não estava entendendo mais nada. Ele estava totalmente diferente.

- Bom, já que você só tem 6 minutos! Vou liberar sua cabeça. Pode me perguntar o que quiser ... - ele me olhou por cima dos ombros e sorriu maleficamente - eu vou te matar mesmo!

Senti minha cabeça destravar. Consegui abrir a boca. Ele terminava de se vestir e se virar para mim. Colocou as mãos dentro das mangas longas da vestimenta e ficou em pé na minha frente. Me olhava de cima, com aquele olhar gélido e terrível.

- O que está acontecendo, Geto? - foi a primeira coisa que saiu pela minha boca.

- Ahhhh, isso? - ele apontou para a cama e para nós. - Então, eu queria saber como era comer você. Eu acho que fiquei curioso, sabe? - ele falava tranquilamente, como se me confessasse um segredo. - O Geto era louco por você, eu sinto isso ainda nesse corpo, ele me puxa para você. É impressionante! E ai ... o Gojo te comeu. O Nanami te comeu. Não necessariamente nessa ordem. - ele gargalhou. - E dai eu quis saber o que você tinha de tão especial assim! - ele finalizou com um sorriso diabólico de canto de boca.

- Por que você está se referindo a você na 3º pessoa, Geto? - havia desespero na minha voz.

- Às vezes, você é muito esperta, S/N! Mas, às vezes, você é muito burra! - ele riu alto. - Você não se tocou ainda que eu sou uma maldição habitando o corpo do seu Geto? - ele apontou para a testa. - Olha o tamanho dessa cicatriz! Você é muito burra! - ele ria de gargalhar.

- O Geto está ... morto? - a dor nos ossos voltaram, ela corroia cada centímetro de osso do meu corpo. Minha pele arrepiou.

- Sim e não! Ele está trancado aqui dentro, para sempre! Sua alma está perdida. O corpo dele é meu agora! - ele fez uma pausa. - Bem, não sei bem como, mas ele conseguiu escapar naquela noite e ... o idiota em vez de correr para o Gojo e pedir ajuda, ele preferiu comer você! - ele riu debochando do Geto. - Ele ... ele ... ai não me aguento! Ele preferiu criar aquela ilusão e viver aquele momento casal do ano!

- Geto .... - eu baixei a cabeça e comecei a chorar.

- Eu até podia prendê-lo de novo, sabe, não era difícil. Mas eu preferi assistir e me deliciar! Quis ver até onde ia!

- Por que ele não me pediu ajuda? Por que ele não me contou a verdade? - eu me remoía por dentro. Ele me achava tão inútil assim? E muito menos digna de saber a verdade?

- E eu vou saber? - ele tirou as mãos das mangas e elevou-as sobre os ombros. Fazendo aquele gesto comum de dúvida. - Só sei que, quando a coisa ficou melodramática demais eu o prendi novamente. Desta vez, mais forte para ele não se soltar de novo. Sabe ... ele talvez pensou que se te contasse algo eu o pegaria de volta. Talvez, tentou curtir sua condicional! - ele riu de forma debochada, colocando as mãos na barriga. - Ai, não me aguento! Ai, ai ...

- Mas isso não explica ainda! Você podia ter me pego ali mesmo! - eu olhei enfurecida para ele.

- Sim, é verdade! Mas o filho de uma puta do Geto usou energia amaldiçoada na ilusão. Eu fiquei com receio do Gojo perceber e aparecer. Decidi simplesmente vazar. Haveriam outras oportunidades. E ... apareceu, não foi? - ele se debruçou sobre mim, pegou no meu queixo de leve e deu um puxão.

- Getoooooooooo! Deu, né? Vamos indo que os feiticeiros estão perto! - uma voz irritante ecoou no ambiente.

O vazio da morteWhere stories live. Discover now