Parte 62

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As enfermeiras haviam entrado cedo no meu quarto. Estranharam eu ter dormido nua. Mas não perguntaram nada. Elas me fizeram assinar uma papelada e me entregaram cópias dos meus exames e perícias realizadas. O envelope pardo estava bem gordo de papéis.

- Por favor, guarde isso, Srta. Saito! Como o seu caso envolveu sequestro e danos graves à sua saúde, existem documentos importantes, utilizados pela polícia na investigação. Podem ser requisitados a qualquer momento por eles. - uma das enfermeiras me alertou.

- Entendi! - fiz uma pausa. - Onde está o Dr. Takahashi? Pensei que ele estaria aqui.

- Ah, bem lembrado! - ela enfiou a mão no bolso do jaleco e me entregou um cartão. - Ele me pediu para te entregar isso! Ele precisou participar de uma cirurgia de emergência nesta madrugada. Pediu desculpas, mas teve que ir para casa descansar.

Era o cartão dele. Havia o número do pager e também um número de celular. Atrás do cartão, ele havia escrito à caneta: "Qualquer emergência, pode me ligar!".

Dei um leve sorrisinho de canto de boca. A enfermeira notou.

- Que pena! - eu comecei a falar. - O Dr. Takahashi foi um médico muito gentil, gostaria de ter tido a oportunidade de agradecê-lo mais uma vez e de ter me despedido dele. - falei com a voz penosa.

Saí pela porta do hospital, sentindo o vento fresco da manhã. O sol já estava meio ardidinho, estava calor. Deixei a luz do sol bater no meu rosto e olhei para cima. Na hora meus olhos se fecharam por causa da claridade. Senti o calor. Senti o vento. Era bom estar viva.

"Viva por nós dois!". As palavras do Geto vieram à minha mente.

- Eu vou viver, meu amor! Eu vou! - afirmei baixinho, ainda com os olhos fechados, olhando para cima.

Escutei a buzina de um carro. Voltei meus olhos para o estacionamento e vi a porta de um carro preto abrindo. Vi o Nanami descendo.

Ele estava vestindo um terno preto, dessa vez. Seu cabelo loiro estava impecavelmente penteado para trás. Ele fechou a porta do carro de forma firme. Vi seu relógio elegante aparecer por debaixo da manga do paletó e evidenciar ainda mais aquela mão máscula.

O corte de cabelo na nuca dele era maravilhoso. Deixava o contorno de seu rosto ainda mais atraente. Ele me olhou e sorriu. Enfiou as mãos nos bolsos e veio caminhando em minha direção. Eram passos imponentes. Juro que eu estava vendo-o andar em câmera lenta. Ele era perfeito!

O cheiro do perfume chegou ao meu nariz antes dele. Eu já estava sorrindo de volta. Ele estava "all black": terno preto, sapatos, camisa e gravata pretas. Impecável!

Chegou bem perto de mim e me deu um longo e forte abraço. Enfiou a cabeça no meu pescoço e inalou bem forte. Abriu a boca e o hálito quente bateu na minha pele. Aquilo me estremeceu. Me deu um beijo quente e discreto no pescoço. Eu me arrepiei por completo.

A boca dele não desgrudou da minha pele. Ele procurou minha boca e me deu um beijo ardente. Me puxou mais ainda contra ele. Cheguei a ficar nas pontinhas dos pés. Que beijo maravilhoso!

- Oi, minha delícia! - sussurrou em meu ouvido com aquela voz grave e sedutora.

Ele pegou minhas coisas e fomos até o carro.

O vazio da morteWhere stories live. Discover now