Parte 49

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Entendi que, de alguma forma, o Geto segurou ele. Não deixou ele me matar.

Ele riu alto. Senti meu corpo amolecer e cai deitada, meio atordoada.

- Aquele filho de uma puta não deixa eu matar você! - ele gargalhava enquanto se ajoelhava perto da minha cabeça. - Ele me trava! Desgraçado! Não vai dar tempo ... - ele cerrou os dentes. - Mas ele não pode impedir que eu faça uma coisa ...

Ele pegou a minha cabeça com as duas mãos e a bateu violentamente contra o chão! Eu ouvi um zunido e uma enxurrada de dor inundou a parte de trás da minha cabeça. Não demorou segundos, e a bateu novamente contra o chão. E bateu de novo. Suas mãos travaram e ele me soltou. Se levantou. Escutei ele jogar meu celular perto do meu corpo.

- Adeus, S/N! Você pode até viver! Mas vai vegetar, como seu querido Geto! - gargalhou e saiu.

Eu queria morrer. A dor na minha cabeça foi anestesiada e eu só senti um calor úmido atrás dela. Devia ser meu sangue escorrendo. Devia ser meu cérebro me poupando da dor terrível no final. Não tinha força para colocar a mão e ver.

A dor que me corroía era de ter matado o Takashi. De ter sido tão ingênua e manipulável como eu fui. O Geto não confiou em mim. Nem o Gojo e nem o Nanami me confiaram o problema do diretor. Eu era uma mera feiticeira grau 2. Eu era quase inútil. Eu poderia ter me esforçado mais, mas eu preferi me afundar no vazio que o Geto deixou na minha vida. De me fazer de coitada, achando que ele não se importava comigo. E de manter todos afastados.

Eu queria morrer. Ao menos tudo isso serviu para eu ver o quanto o Geto me amava. Eu ainda não entendia porque ele desistiu de nós. Mas ele conseguiu escapar e mesmo assim não pediu ajuda. Preferiu ficar comigo mais uma vez. Talvez aquela ilusão tenha sido uma boa recordação que ele guardava de mim.

Ele controlou aquela coisa, para ela não me matar. A força para ele fazer isso, devia ter sido descomunal e talvez impossível, se não fosse pelo amor. Ele devia estar lá dentro vendo tudo.

Ele teve que ver eu fodendo com aquela coisa. Me perdoa ... Geto! Eu achei ... que era ... você!

A fotografia preferida dele me veio à mente. Tudo ficou escuro.

O vazio da morteWhere stories live. Discover now