Parte 74

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A uma hora de trem ficava a badalada praia de Zuchi. A orla estava repleta de cafés, bares e restaurantes. Fiquei impressionada com a quantidade de luzes e pessoas no lugar. Mal dava para ouvir as ondas vindas da praia. Mas o cheiro do litoral era evidente. Um vento gelado cortava nossos rostos enquanto atravessávamos as avenidas.

Nanami ia a frente, me puxando pela mão. Suas bochechas estavam rosadas por causa do atrito do vento. Ele tinha um sorriso fácil. Quando parávamos nos semáforos, esperando ele fechar para passar, ele me colocava dentro do seu sobretudo e me fechava nele. Me abraçava forte e quando expirava o ar, o hálito quente dele batia nas minhas bochechas geladas.

- Vamos! - aquela voz grave e sedutora ecoava no meu ouvido e eu voltava à realidade.

Chegamos a um local que alugava carros. Esperei o Nanami na recepção. Me aqueci tomando um chá oferecido pelo lugar. Escutei uma buzina.

Vi o Nanami dirigindo um carro preto luxuoso. Aquele carro combinava com ele. Assim como seu relógio, aquele carro só evidenciava o quanto ele era imponente e ... perfeito! Larguei o chá na mesa e sai pela porta sem tirar os olhos do Nanami.

- Para onde vamos? - falei entrando no carro. Eu já estava curiosa, passando o cinto.

- Essa praia aqui é muito movimentada, vamos para a praia de Isshiki. Leva só 15 minutos. - ele disse docemente. Se virou para mim, com olhos penetrantes. - Você está com muita fome?

- N-não! - aquela voz sedutora estremecia a minha.

- Ótimo! Daqui a pouco chegaremos lá! Escolhi essa praia porque é mais reservada. Poderemos ter privacidade. - sua mão acariciou e deu um leve apertão na minha coxa.

O vazio da morteOnde histórias criam vida. Descubra agora