Parte 75

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- Obrigado, senhor! - escutei o Nanami agradecer ao homem que nos levou até nosso quarto de hotel, pegando a chave e fechando a porta.

Eu adentrei o lugar, deslumbrada com o tamanho e luxo do quarto. Eu estava boquiaberta. Fui sem pensar até a janela, que tinha vista para o mar. Era deslumbrante.

- É linda, não é? - ele se aproximou por trás, colocando as mãos em meus ombros.

Prendi a respiração. Soltei com um suspiro empolgado.

- Estou sem palavras ... essa praia é perfeita! - sorri observando cada detalhe daquela paisagem pelo vidro.

Ele riu baixinho. Se aproximou do meu ouvido e apontou o dedo indicador no vidro, bem a minha frente.

- Não! ELA é linda! - ele me olhava pelo reflexo do vidro da janela.

Quando meus olhos encontraram o dele no reflexo, ele deu um sorriso aberto, malicioso. Eu sorri de volta, totalmente boba. Ele me virou para ele e deu um longo suspiro, olhando meus lábios.

- Vá, tome um banho rápido! Vamos sair para jantar! Eu vou me arrumar também! - ele se afastou, virando de costas, foi tirando o sobretudo e desabotoando o relógio.

Ao passar pela porta que deduzi ser o banheiro, dei de cara com um closet corredor. Em um dos lados haviam roupas e acessórios femininos. Vestidos, calças, blusas, casacos, maquiagem. Parei e comecei a dedilhar as roupas. Não resisti a sentir o tecido das peças.

- São para você! - ele falou lá do quarto, removendo o paletó. - Saímos de forma apressada e você não teve tempo de se preparar. Tomei a liberdade! Espero que não se importe! - ele afrouxava a gravata, de costas para mim.

Meus olhos se encheram de lágrimas repentinamente. Eu engoli em seco. Minha garganta travou. Fitava o tecido do vestido de cetim a minha frente, mas não o enxergava direito. Estava com a vista embaçada de lágrimas.

Aquilo realmente estava acontecendo? Um homem assim, existia mesmo?

- Obrigada! - eu virei o rosto em sua direção. Ao sorrir, uma lágrima escorreu do canto dos olhos.

Sai do banho enrolada na toalha, cantarolando uma música qualquer. Sorri quando vi os vestidos pendurados. Qual eu escolheria? Passava os dedos por eles e fazia cara de dúvida.

O Nanami entrou no closet, sem camisa. Meus olhos colaram no peitoral dele. Ele passou por mim, me deu um beijo nos cabelos molhados e entrou tomar banho.

Decidi que ia usar um vestido verde oliva, bem escuro. Esse tom combinava com minha pele. Olhando de longe, ele parecia negro. Mas quem o observava de perto, notava a beleza desse tom de verde. O tecido era pesado, dando um caimento perfeito.

Ele colava ao corpo e seu comprimento era até um pouco acima do joelho, com uma fenda atrás, que subia até o meio das coxas. As mangas vinham até o punho e eram em uma renda delicada, no mesmo tom do tecido. O colo ficava exposto num decote em V e as costas eram cobertas delicadamente pela renda. O final das costas formava um V também, acentuando o meu bumbum. Achei perfeito!

Um tempo depois, estava quase pronta. Vesti o scarpin e me posicionei na frente do espelho do quarto, passando um batom vermelho.

Percebi o Nanami escorar na porta do closet. Me fitando paralisado. Ele estava totalmente pronto, vestido num smoking preto clássico, fechando o botão da manga da camisa. Seu cabelo estava penteado perfeitamente para trás, mas alguns fios caiam em seu rosto.

Vi seus olhos percorrerem minhas pernas, subindo e subindo e passando pelo meu sorriso vermelho malicioso, ainda sendo desenhado pelo batom, e parando nos meus olhos que o olhavam de forma sedutora.

Seu olhar era de completa devoção. Piscou. Abaixou os olhos e sorriu.

- Está pronta? - ele falou docemente.

- Sim! Para falar a verdade, agora estou com fome! - sorri alegremente.

Nos aproximamos e ele passou as costas dos dedos delicadamente pela minha bochecha e puxou meu brinco para admirá-lo.

- Você está perfeita, S/N! - seus olhos encontraram os meus. - Vamos?

O vazio da morteWhere stories live. Discover now