Parte 40

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- Você não precisa mais de mim, cookie! - ele disse com o rosto e a voz mais triste que eu poderia ter visto. - Viva por nós dois, está bem?

Viver? O que ... Abri os olhos e reconheci meu criado-mudo. Me toquei que eu estava deitada de bruços na minha cama. Eu estava sonhando! Era noite ainda, estava tudo escuro.

- Nãoooooo!!!!!! - eu gritei me sentando na cama e olhando ao redor. - Não! Geto! Não pode ser! Foi só um sonho? Não pode ser! - eu levei as mãos no rosto e comecei a chorar desesperadamente.

Eu senti tanta raiva por isso ter sido só um sonho. Eu gritei de raiva! Tinha sido muito real! Era como se ele estivesse ali de verdade!

O rosto dele ... aquele rosto que ele fez no final ... meu Deus! Eu nunca iria esquecer! Eu chorava de soluçar.

Eu fechei os olhos na esperança de vê-lo ainda.

- Não, Geto! Volta para mim... por favor! Eu não consigo ... eu ... preciso de você! - meus ossos me corroeram e eu caí de lado na cama - Eu quero morrer! Eu não aguento essa dor! Eu ... me leva com você!

Chorei! Chorei muito! Só havia vazio ao redor. Viver aquilo em sonho deixou a realidade cruel demais para ser encarada. Era muito duro voltar e ver que ele não estava mais ali. Foi como sentir sua morte de novo.

Depois de tanto tempo, sonhar com ele dessa forma ... Aquilo tinha sido cruel!

Me lembrei do que lutei para esquecer. Me lembrei que não era a coisa mais importante para o Geto! Me lembrei que ele havia escolhido algo maior que nós dois! Eu ... no final ... não era tão importante assim para ele.

- Por que você fez o que fez Geto? Por que? Por que você escolheu isso e não a mim? - eu sussurrava como se ele estivesse ali do meu lado. - Eu ... eu não era importante para você! Nunca fui! Você mentiu! - tinha raiva na minha voz. Chorei mais!

Senti toda a revolta de novo. Tudo o que eu passei, tudo que eu lutei para enterrar estava ali corroendo meus ossos. Eu não conseguia suportar. Eu não conseguia mais pensar. Eu tinha que sair dali. Eu ia embora dali! Não importava mais nada!

Fiquei sentada na cama, com os joelhos entre os braços, olhando o nada, até amanhecer. Sai dos meus pensamentos quando percebi a claridade entrando pela janela.

Decidi que depois de ver o Nanami no hospital eu iria pegar um trem para qualquer lugar e iria sumir. Eu só iria vê-lo porque eu tinha prometido. Ainda me preocupava se ele estava bem.

Levantei, vesti uma roupa qualquer e fiz minha mala. Resolvi levar só alguns pertences. Os equipamentos do jujutsu eu deixei onde estavam. Eu não queria mais esse mundo!

Eu não tinha mais vida em mim. Estava morta por dentro. Fui ao hospital.

O vazio da morteOù les histoires vivent. Découvrez maintenant