Capítulo 20

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Audrey Bertinelli

Depois de comermos, nós visitamos uma pequena galeria russa, com quadros e livros contando a história por trás desta cidade. Christopher parecia incomodado com isso. Mas ele sempre está incomodado com algo.

Depois fomos almoçar em um restaurante simples, apenas na aparência porque a gastronomia é peculiar o suficiente para eu querer vomitar.

Não sabem o motivo? Então lhes contarei.

Christopher, o guarda-costas Deus grego, esqueceu de me avisar sobre o prato que pedi. Esse babaca não me disse que essa gororoba era tão picante.

Eu pedi um prato chamado "Solyanka", uma espécie de sopa de carnes e peixes com repolho, e que tem a porra de um molho picante. Jurei que iria queimar meu estômago de dentro para fora.

Vim para o México e não estou sabendo?

Por que está me olhando assim?— Ele perguntou, se fazendo de sonso.

Juro que queria esgana-lo aqui.

— Você me deixou pedir essa coisa... apimentada pra caralho e nem sequer me avisou— Eu disse, encarando ele irritada.

— Eu disse que a gastronomia russa era diferente da americana— Ele disse, bebendo um gole de água.

— É sério, Christopher? Eu não vou comer isso. Prefiro ficar com fome. Essa coisa está cheia de pimenta— Disse, emburrada.

Ele me olhou sério, quase como se estivesse me analisando.

— Não é tão forte. Pare de drama, Audrey— Ele disse, me olhando.

— Estou quase me arrependendo de ter dado liberdade demais à você...— Murmurei emburrada— Não vou comer isso. Pedirei ao garçom que jogue essa coisa fora, no lixo. Onde é o lugar dela.

— Se fizer isso, será considerado um insulto— Ele disse, me olhando— E também... acho que você nunca teve que se preocupar em passar fome, não é?— Ele me olhou.

— O que quer dizer?— Perguntei, com os braços cruzados.

— Existem pessoas lá fora que matariam por um prato de comida enquanto você reclama, Audrey. Com ou sem o molho picante, elas matariam para ter uma mísera colherada— Ele disse, olhando para o lado de fora da vidraça e voltou a olhar para mim— Nem todos tem a dádiva de ter uma refeição.

— Fala sério, se importa com isso? Se moram nas ruas é problema deles— Disse, o encarando.

Ele deu uma bufada irônica.

— Você nunca poderia saber o que essas pessoas enfrentaram. Nunca passou fome, não é?— Ele me olhou, com um olhar pensativo. Eu fiquei em silêncio— É claro que não.

— Tem razão, nunca passei por isso. Mas as pessoas que estão lá fora, tem seus motivos. E tenho certeza de que não é problema meu— Eu disse.

— Tem razão, não é. Mas deveria fazer o mínimo. Agradeça por ter algo na mesa para comer— Ele disse, me olhando sério com seu olhar de irritação.

O Meu Guarda-costasOnde histórias criam vida. Descubra agora