Capítulo 51

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Audrey Bertinelli

Nos últimos dois dias, tentei explicar a Liz que eu realmente sentia algo pelo Christopher. Ela acha que estou mentindo, que isso "não é do meu feitio". É claro que não é, até eu fiquei assustada com isso.

Liz e Owen continuavam vindo me ver, em uma tentativa inútil de me fazer ir à um lugar qualquer para fazer uma coisa qualquer. Eu ainda não saí de casa, mas talvez estava na hora de ir. Maggie me ligou essa manhã, eu não sabia se devia atender ou não. Mas no fim atendi. Receosa, é claro...

Ela mencionou que queria me ver hoje. Eu não sabia se deveria aceitar, e nem se Christopher deixaria. Mas acabei concordando. Talvez ficar com ela me ajudaria a sair dessa depressão solitária.

Eu tomei banho, vesti uma roupa qualquer: uma saia curta, uma blusa social branca e um blazer azul. E calcei um salto preto.

Depois desci até o hall de entrada do prédio e pedi que trouxessem meu carro. Owen e Liz já haviam ido embora, porque segundo eles, tio Malcom queria um almoço em família.

Talvez eu devesse levar Maggie para almoçar... é uma boa ideia.

Segui até o Brooklyn e estacionei o carro em frente ao prédio onde Chris e Maggie moravam. Segui até à escadaria. Salto 15 não foi a minha melhor escolha hoje, talvez nenhuma das escolhas que fiz essa semana. Andei pelo corredor e assim que cheguei à porta, eu travei.

Respirei fundo, olhando aquela porta. Nem sei por quanto tempo, mas foi bastante. Eu não sei se ele atenderia à porta e a fecharia, no momento em que soubesse que era eu. Ou se nem sequer a atenderia. Hesitei em bater à ela. Não sei se deveria. Tentei voltar atrás, mas agora que eu estava aqui, não poderia simplesmente ir embora.

Eu bati à porta.

Logo ela se abriu, uma mulher alta e morena estava posicionada me encarando com seus olhos escuros. Não sei quem ela é, mas o fato de ela estar ali, apenas com a camisa dele me incomodou. Era a camisa que eu usei dias antes de brigarmos.

— Deixe-me adivinhar, você deve ser a vadia da Audrey— Ela disse em um tom de desgosto.

— Eu até insultaria você, mas nem sequer sei o seu nome— Forcei um falso sorriso.

Ela retribuiu.

— Sou Louise. Olha, se você ousou vir até aqui para infernizar ainda mais a vida do Christopher, é melhor ir embora— Ela disse, me encarando.

— Onde ele está?— Perguntei.

— No banho. E você não vai entrar. O que você veio fazer aqui, exatamente?— Ela perguntou.

— Não foi para ver você, acredite— Murmurei, desviando o olhar para dentro da casa.

— Eu não sei quem é você, mas eu conheço o seu tipo. E também ouvi muito sobre você, tanto pela cidade quanto pela mídia. Sua cara está estampada em todos os outdoors da cidade— Ela disse.— Se quer um conselho, deixe Chris em paz. Você já o magoou demais com seus joguinhos. Não vou deixar você brincar com ele e depois machucá-lo. Ele merece mais do que isto. E você sabe— Ela disse, cruzando os braços.

— Eu não queria magoá-lo— Disse à olhando— Não que isso seja da sua conta. O que houve entre Chris e eu não é da sua conta. Mas, eu não brinquei com ele. Só quero conversar, mas não vim aqui para isso. Sei que ele ainda não quer me ver— Disse.

O Meu Guarda-costasOnde histórias criam vida. Descubra agora