Capítulo 31

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Audrey Bertinelli

Eu o olhei, sem saber o que fazer. O estado de choque tende a ser maior em meu corpo agora.
Eu estava confusa e com medo do que poderia acontecer se perguntasse.

— Isso não...isso não é sua culpa, Christopher— Tentei conforta-lo.

— Você não estava lá para saber, Audrey— Ele disse, se levantando da cama.

Ele seguiu até a janela e parou, olhando-a.

Me levantei e me aproximei com cuidado.

— Eu não estava, mas sei que fez o que podia— Disse, o olhando.

— Eu poderia ter feito mais...— Ele sussurrou— Eu deveria ter feito mais.

— Acho que não havia o que fazer— Sussurrei.

Ele se virou pra mim, com os olhos marejados outra vez.

— Havia muito o que fazer. Eu só não deveria tê-lo deixado para trás— Ele disse, limpando uma lágrima bruscamente.

— Você teve que fazer uma escolha difícil...— Disse, me aproximando dele.

Ele respirou fundo.

— Esse é o problema, eu escolhi sair...— Ele disse, passando por mim.

Christopher se sentou na cama, com a cabeça apoiada nas mãos. Seu peito subia e descia. Conseguia ouvir ele chorar baixinho.

Senti uma lágrima escorrer pelo meu rosto.

— Eu deveria ter voltado...— Ele sussurrou, entre lágrimas e soluços.— Deveria ter tirado ele de lá.

— Por que não voltou?...—Perguntei me aproximando. 

— Porque sou covarde...—Ele sussurrou.

— O que aconteceu naquela noite?— Perguntei, me sentando ao lado dele.

Acariciei suas costas, levemente.

— Eu...— Ele pareceu receoso.— Tínhamos vindo para Moscou... uma missão. Devíamos recuperar um mapa com todos os códigos das bases de toda a Britânia. Concluímos esta missão com êxito. Mas tivemos problemas alguns dias antes de voltarmos— Ele disse, sem me olhar— Ele era o comandante... eu era apenas um sargento que o acompanhava. Eu...eu não sei como conseguiram captura-lo, não faço a mínima ideia de como o encontraram ou de como o levaram. Eu só soube algumas horas depois, quando pediram que trocássemos os mapas por ele.

— Você aceitou fazer essa troca?— Perguntei, receosa.

— Não... mas eu não tinha outra opção— Ele disse, com a voz chorosa.— Havia um plano, trocaríamos os mapas por ele, mas pegaríamos de volta. Havia uma equipe para isto. De alguma forma, perdi o controle da situação...— Ele parou, chorando.

Eu o abracei e beijei sua cabeça.

—Está tudo bem...— Sussurrei, acariciando seu cabelo.

— Eu me lembro de muitas coisas, Audrey— Ele disse, em um tom choroso.— Lembro de ter rastreado meu pai, até São Petersburgo. Me lembro de ter entrado naquele museu, de destruí-lo...

O Meu Guarda-costasWhere stories live. Discover now