Capítulo 50

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Audrey Bertinelli

Ontem tentei ligar para o Christopher, diversas vezes. Mas em nenhuma das minhas tentativas, ele atendeu. Eu tentei focar em outra coisa. Em encontrar um apartamento, por exemplo. E encontrei um em Manhattan. Eu comprei a cobertura, achei que assim teria meu próprio espaço. Minha mãe sabe onde fica, mas meu pai ainda não me ligou se desculpando pelo seu surto psicótico. E eu não vou atrás, não vou falar com ele até que se desculpe.

Owen disse que me visitaria hoje, para que pudéssemos conversar. Acho que de todos, Owen e Liz são os únicos que posso confiar. Liz ainda me deixa com certo receio, mas eu sei que ela está aqui quando eu preciso.

Na noite passada, levei horas para conseguir dormir. Rolei na cama, tentando pegar no sono. Mas eu estava com frio e não era por falta de cobertor. Era por falta dele. Eu não me lembrava que dormir sozinha era tão ruim assim.

De manhã, me forcei a levantar da cama e ir tomar uma ducha quente. Talvez assim eu me sentiria quente. Mas, confesso que senti falta daquele chuveiro da frozen de toda manhã. Senti falta de tomar banho com Christopher. De sentir as suas mãos subindo pelo meu corpo, do seu cheiro.

Quando terminei o banho, fui até o closet para me vestir. Minhas roupas estavam guardadas, não que tenha sido eu. Peguei uma roupa confortável e me vesti. Senti fome, mas me lembrei de que não tenho a mínima ideia de como cozinhar. E não há comida aqui.

Preciso fazer compras...— Lembrei-me.

Peguei o telefone e pedi que Owen me trouxesse café da manhã e assim ele fez. Assim que atendi a porta, ele estava com dois copos de café do Starbucks e uma embalagem com comida nas mãos.

— É sério, prima. Não acha que foi ao extremo ao discutir com tio César?— Ele perguntou, assim que colocou as coisas na mesa de centro.

— Na verdade, não. Eu quis "assumir as rédeas" dessa vez— Disse o olhando.— Isso são waffles?!— Perguntei, assim que enfiei a mão na embalagem.

— São, sim. Achei que fosse preferir isso— Ele disse.— E então? Conte tudo do começo, querida.

— Onde está a Liz?— Perguntei.

— Não mude de assunto, Audrey— Ele disse, me encarando— Liz vai chegar em breve.

— Certo...— Disse, assentindo.

— Estou esperando— Ele avisou.

Eu soltei um suspiro, antes de me encolher no sofá.

— Acho que perdi o controle de muitas coisas na minha vida...— Comecei.

— O que quer dizer?— Ele arqueou a sobrancelha, enquanto bebia um gole do café.

— Eu não sei... Achei que tudo estivesse bem, que eu estivesse feliz. Mas, de repente, tudo virou de cabeça para baixo. As coisas com meu pai, com Christopher.

— Christopher? O seu guarda-costas gostoso?— Ele perguntou, arqueando a sobrancelha.

— Sim, é o meu guarda-costas— Disse revirando os olhos.

— O que houve entre vocês?— Ele perguntou.

Eu suspirei.

O Meu Guarda-costasWhere stories live. Discover now