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VINNIE

Se eu fosse capaz de descrever o ódio que eu sentia com certeza eu faria isso, mais é difícil, acho que se igualava ao ódio que senti de David por ter feito o que fez com Sarah, por ter desencadeado o acidente e o aborto, o ódio só não era maior por que agora depois de irmos ao médico descobrimos que Daisy estava bem, mais independente do tamanho do ódio, eu sentia que eu podia matar Gardner só por se sentir no direito de chegar perto de Daisy.
Minha cabeça ia a milhão pensando em várias coisas, em todas as mentiras que ele já me contou, em tudo que ele fazia com o intuito de me separar da minha vida, me levando pra outra que não era a minha realidade, mulheres, festa e bebida não era o que eu vivia ou se quer era fissurado com vontade de viver.
Eu trocava uma festa fácil só pra ficar jogando, que noia era essa que um dia eu entrei de me separar pra viver isso?

Me despedi de Sarah, de Luke e de Daisy inventando rápido que iria a uma delegacia mais confesso que não era a minha primeira opção, eu queria mesmo era ir atrás de Gardner, mais passei na casa do Boof e de Liza pra estarem do meu lado, precisava de alguém do meu lado antes que eu fizesse alguma merda.
_"Vinnie você tem que ir a uma delegacia mesmo, é a melhor opção", Liza disse e eu pensei, minha vontade era mesmo ir até a casa dele, eu mesmo, dar uma lição naquele filho da puta.
_"Vamos Vinnie, é melhor", foi o que Boof também achou, eu assenti dirigindo até o departamento de polícia, que ficava em West LA.

Antes de entrar eu decidi dar uma olhada no Twitter precisava ler e saber como Sarah deduziu que Daisy e aqueles doces tinham ligação com Gardner.
Eu não sabia que Sarah tinha lido antes aqueles tuítes de Gardner sendo totalmente retardado mais senti vergonha por ela ter lido aquelas coisas e guardado pra ela.

'A princesa gostou dos doces?'

Era um nojento, eu iria matá-lo, talvez fosse melhor não encontrá-lo por que era capaz de ser preso, o ódio era tanto, tão intenso, tão absurdo que abri meu Instagram, se era chamar atenção que ele queria, ele tinha conseguido, se ele reclamava o hate que ele recebia atualmente o que eu iria causar agora iria ser pior, eu não pensei duas vezes em publicar algo contando o que ele tinha tentado fazer.

_'Quer mexer comigo, ok, me mande pra casa do caralho, me machuque, pode me zoar, me difame, mais não use quem eu amo pra isso, e pior, não use a minha filha pra isso, não faça mal a ela, ela não merece se quer ser colocada no meio disso', falei enquanto dirigia.
_"O filho da puta não satisfeito em tentar acabar com meu casamento...", parei os stories pra respirar, eu estava prestes a explodir.
_"Vinnie melhor não postar, isso pode dar uma merda", Liza disse e eu ignorei, talvez não devesse ignorar minha assistente, mais foi mais forte que eu.
_"O filho da puta, foi até atrás da minha filha, levando doces a ela, ela é uma criança, não sabe que ele fez então, ela aceitou os doces por que pra ela ele ainda é meu amigo, Daisy comeu aqueles doces, nós descobrimos quando vimos o tuíte dele", falei, e assim que eu postasse iriam atrás de ver os tuítes, ele ia se foder.

_"Vinnie você precisa falar que Daisy está bem", Liza disse, e eu assenti parando no farol, ela tinha razão, eu precisava dizer que estava tudo bem com ela, minha mãe, amigos, fãs iriam ver aqueles stories.
_"Graças a Deus foi apenas um susto, levamos ao médico e foi dito que ela estava bem, e ela está mesmo, está ótima, mais o intuito dele com isso foi qual? Me assusta? Ótimo, ele conseguiu, conseguiu de verdade, eu achei que a perderia...", falei e senti que iria chorar, "não usa minha filha pra isso, deixa ela de fora", falei e parei de gravar postando os stories e jogando o celular no assoalho do carro com força de tanto ódio que sentia.
_"Ótimo, isso vai causar uma bagunça, mais Vinnie... pode por favor diminuir a velocidade", Boof pediu e eu diminui atendendo o pedido dele.

Parei no estacionamento do departamento de polícia e desci rápido, bati a porta com força, entrei procurando por ajuda.
Sai do mesmo jeito que havia entrado sem nada e talvez com mais ódio ainda, me foi dito que eu não podia dar queixa de alguém na polícia por ter dado um saco de doces a uma crianças, não foi uma tentativa de envenenamento então eles não podiam fazer muitas coisas. Acredito que meu ódio era por que era a minha filha, por que ela quem estava no meio disso, que estava envolvida e eu queria que algo fosse feito independentemente, mais parando pra pensar era pedir demais mesmo pra que fossem atrás de alguém por que tentou me assustar usando minha filha.

_"Vinnie, Vinnie, aonde vamos? Vinnie?", Liza me chamava quando sai pisando forte, bravo, frustrado.
Impotente essa era a palavra que me sentia quando sai de lá sem poder nenhum.
_"Vinnie por favor, pera, vamos pensar, qual seu plano? Espera cara", Boof me alcançou me parando quando alcancei meu carro, bloqueando a porta pra que eu não a abrisse e senti uma explosão atingir meu corpo e minhas próximas palavras saíram como gritos.
_"Eamon aquele cara, aquele filho da puta chegou perto dela, eu não sei o que ele tá querendo com isso, eu vou atrás dele pra que ele nunca mais chegue perto, nem de Daisy, nem se Sarah, meu ela tá gravida...", gritei e Boof assentiu se compadecendo a dor que eu sentia mesmo ele não sendo pai ainda, ele sabia o quanto minha família era importante pra mim.
Daisy era tudo pra mim, era uma extensão minha, um pedaço meu, pequena e delicada que tinha todo o poder do mundo sobre mim e que eu faria de tudo pra proteger.

_"Ele não mora no mesmo lugar Vinnie", Liza disse e eu olhei pensando.
_"Eu vou até a casa e pergunto pra onde ele se mudou, vamos atras dele em qualquer lugar que ele vai, todos os lugares que ele já esteve na vida", falei e Liza assentiu, mesmo não concordando 100% com essa ideia.
_"Ta, mais eu dirijo", Liza pediu e eu neguei, "Eu não sei nem como conseguimos chegar até aqui",ela disse e esticou a mão pra que eu desse a chave do carro, eu nem se quer percebi se dirigia rápido demais, mais não duvidava, dei a chave e Boof suspirou aliviado, deveria mesmo estar dirigindo feito um louco.

Passei pro lado do passageiro enquanto Liza saia da vaga, eu tentei ligar pro único número salvo que eu ainda tinha de Gardner, acreditei que aquilo ia mesmo funcionar, ele nunca me atenderia.
Liguei pra todo mundo que poderia ter o número novo dele, mais desde quando foi revelado o que ele fez todo mundo parou de falar com ele, era o que eu esperava dos meus amigos mesmo, que mais ninguém tivesse contato com um bosta daquele.
Iniciamos quase que uma tour aonde íamos a todos os lugares que um dia frequentamos e nada daquele bosta, nenhum sinal dele, nada, frustrantemente eu não consegui encontrá-lo, eu passei por todas as pistas de skate que existia em Los Angeles, todas as lojas que já tínhamos ido um dia, ele era amigo de alguns proprietários e todos não souberam dizer  aonde ele estava. Mandei mensagem por Instagram de amigos que eu sabia que ele tinha e ninguém sabia dele, era como procurar um fantasma, ele tinha sumido.







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Quando ninguém mais quiser • Vinnie HackerOnde as histórias ganham vida. Descobre agora