Quando ninguém mais quiser • Vinnie Hacker

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Os dias que se sucederam ao tiro foram um inferno na terra, pelo menos pra mim e pra quem amava Vinnie, já haviam se passado 7 dias, uma semana desde o ocorrido, acredito que a mais difícil de toda a minha vida, eu tive alta na manhã seguinte ao dia que invadi a UTI, no dia que eu quase perdi Vinnie, desconfio que eles não queriam mais me segurar lá pra que eu não fizesse aquilo novamente, não foi fácil voltar pra casa sem Vinnie, encontrar Daisy doeu demais e doeu mais ainda quando ela perguntou sobre o pai e eu não consegui responder, minha mãe no mesmo instante minha mãe tomou a frente e explicou bem por cima aonde o pai estava, Daisy é uma criança inocente ainda, não entende a real gravidade de tudo então ela não deu muita trela, mais passou a semana inteira perguntando 'papai vem do hospital hoje?', era difícil responder, por que nem a gente tinha noção disso.

Lógico que o estado de Vinnie já estampava todo o Instagram, todo mundo falava sobre o que tinha acontecido, éramos o assunto do momento e nunca me doeu tanto estarmos na boca do povo por algo do tipo, as pessoas especulavam e outras contavam com detalhes sobre o que tinha acontecido naquele quarto, eu até me atrevi a dar uma ou duas olhadas nas redes sociais quando voltei pra casa sem Vinnie, mais parei no instante que vi homenagens a ele como se ele tivesse realmente morrido, desconfio que edições do tipo já estavam engatilhadas pra quando a nota saísse eles pudessem postar lamentando, mais eu quem lamentava por eles, não iria acontecer, minha esperança na recuperação dele era tão grande que essa possibilidade não passava na minha cabeça.

Recebemos todo mundo nessa semana, ligações e presentes, flores de compadecimento pelo que possamos foram entregues em casa, todo mundo queria de alguma forma mostrar que desejava que o melhor acontecesse, e eu agradecia a todos.
Meus sogros não voltaram a Seattle como voltariam no dia seguinte a festa como estava programado, era óbvio que eles não sairiam daqui com Vinnie naquele estado, Maria estava abatida, triste e chorava pelos cantos, escondida de Daisy, na verdade as únicas vezes que a vi sorrindo nessa semana foi na companhia de Daisy.
Daisy era como o ar em meio ao sufocamento, era a única coisa que nos arrancavam risadas, mais elas logo sumiam quando pensávamos na falta que Vinnie fazia ali, ela é ele juntos bagunçavam mais, nos faziam rir mais, ele com certeza fazia falta, nossa casa voltou a ser triste sem ele, como quando estávamos separados, era silenciosa, grande demais, nem um pouco aconchegante.

Pra ajudar em meio a isso tudo especulações sobre a gravidez começaram a aparecer, era o último dos meus problemas nesse momento, e era quase impossível de isso não acontecer, já que eu fiz uma ultrassom no hospital, não foi pedido sigilo e eu não me preocupava mais com isso.
Nessa uma semana eu não fui trabalhar, não consegui organizar minha vida, tive que comparecer na delegacia pra assinar meu depoimento e responder algumas questões, óbvio que seria um caso arquivado já que o culpado pela tentativa de assassinato estava morto.
Até na televisão se foi falado disso, repórteres da porta do hospital passaram informações sobre o estado de Vinnie, Túlio me passou sobre a procura da tv pra reportagens comigo mais eu não queria pensar nisso, negamos todos os convites.

Em todas as minhas idas ao hospital nessa semana, fui seguida e tentaram fazer com que eu falasse mais eu não conseguia, nem se tentasse, apenas uma nota nós emitimos agradecendo pelas mensagens de apoio, que atualmente eu não conseguia falar, o estado de Vinnie que apesar de grave era estável e que assim que as coisas melhorassem viríamos a público.
Minhas visitas todos os dias eram bem restritas, eu não conseguia contato direto com Vinnie, eu o via por um vidro, pelo medo de infecção hospitalar o contato com ele era apenas o vendo de longe, infelizmente ele Vinnie não acordou, não saiu da UTI, não conseguimos transferi-lo de hospital pra um melhor.
Estávamos insistentemente procurando conseguir autorização pra transferi-lo pra um hospital mais equipado e moderno, o que ele estava era o mais próximo da hype possível, não o melhor, apesar de ter sido feito tudo ao alcance deles eu ainda sim, procurava pelo melhor.