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Seu toque não foi forte, foi sútil, foi como um carinho no cabelo bem de leve, pensei por um momento que talvez fosse Deus me consolando talvez, demorei milésimos de segundos pra entender que era real, então desenterrei meus olhos da cama e encontrei Vinnie deitado com os olhos meio abertos olhando pro teto, como se sentisse sono ainda.
_"Vin? Oh meu Deus", exclamei Vinnie fechou os olhos dando um minisorriso pela minha histeria, "Meu amor", ele abriu os olhos com dificuldade, seu olhar estava grudado no teto, me estiquei acionando o botão da enfermagem pra que viessem logo, "Amor, oi, aqui...", chamei e ele com dificuldade abaixou o olhar encontrando a mim, ele realmente tinha acordado, mesmo eu tendo certeza que isso aconteceria ainda sim eu parecia não acreditar.

O olhar dele parou em mim, ele parecia fraco, sem forças nem pra sorrir como sempre, mais juntou o que tinha pra tentar dizer algo.
_"Li... linda", ele sussurrou e eu tive que colocar a orelha perto pra escutar e eu sorri deixando meu choro agora de felicidade transbordar.
_"Sim... sou eu, oi amor", falei e ele apenas piscou forte, acredito que sorria pelos olhos.
_"Ola Sra...", uso médico abriu a porta olhando uma prancheta e olhou pra mim que virei rápido.
_"Ele acordou", falei e ele me olhou e olhou pra Vinnie, foi uma total surpresa pra ele pois ele hesitou por dois segundos ele saiu pra fora da porta e gritou por alguém, em segundos a sala foi tomada por médicos e enfermeiros.

Eu tive que quase que bruscamente me afastar de Vinnie, que nem forças pra abrir os olhos totalmente tinha, começaram a medir, monitorar e a examinas Vinnie.
_"Ola consegue falar?", um médico perguntou e Vinnie piscou mais forte como se falasse sim, "Sabe qual o seu nome?", ele perguntou e eu olhava quase que da ponta do pé pra ouvir e ver Vinnie.
_"Vicent", Vinnie sussurrou.
_"Sabe aonde você está?", o médico perguntou colocando uma lanterna nos olhos de Vinnie.
_"Hosp... hospital", ele disse.
_"Sabe por que está aqui?", o médico perguntou.
_"Levei um tiro?", Vinnie perguntou.
_"Isso, pode me falar qual o nome de seus pais?", o médico perguntou, ele testava o cérebro de Vinnie.
_"Nate e Maria", Vinnie sussurrou com dificuldade.
_"Sabe quem é aquela mulher?", o médico perguntou apontando pra mim, era óbvio que ele sabia.
_"Minha esposa...", Vinnie respondeu quase que sorrindo, e eu sorri enquanto chorava.

_"Você consegue levantar seus braços até aqui", o médico levantou a mão e Vinnie devagar, levantou as duas, não pareci doer, ele só estava lento, afinal tinha acabado de acordar de um sono longo.
_"Mexa os pés", ele pediu e Vinnie mexeu os dois e os enfermeiros sorriram satisfeitos, além de não acordar outro medo que tínhamos era ele ficar sem algum movimento, mais aparentemente estava bem, "Vicent assim que chegou no hospital com um tiro na região das costas foi iniciado uma cirurgia de remoção e controle de hemorragia, nesse tempo você teve uma parada cardíaca e os médicos acharam por bem te induzir ao coma, tiraram a sedação e você não acordou no primeiro momento, você acabou de acordar do coma de forma voluntária, sem nenhum estímulo medicamentoso", o médico resumiu a Vinnie o estado dele e ele olhava o médico absorvendo todas aquelas informações.

_"Tem alguma dúvida?", o médico perguntou e Vinnie negou, "Vamos preparar alguns papéis e teremos que levar pra repetir exames, ok?", o médico disse pra mim e eu assenti sem tirar os olhos de Vinnie que estavam agora grudados em mim também, "Vamos dar uns segundos a vocês, quando levarmos você pode dar a notícia a quem está lá fora, que ele acordou e aparentemente sem nenhuma sequela", o médico disse tocando no meu ombro e eu olhei pra ele sorrindo.

Ele e sua equipe saiu e eu caminhei até Vinnie, ele me olhou e sorriu e eu comecei a chorar, Vinnie não abriu os braços como realmente queria, mais levantou as mãos pra que eu fosse até ele, eu obedeci indo do lado da cama.
_"Vem cá", Vinnie sussurrou e eu me sentei na cama e deitei com cuidado pra abraçá-lo, tomava cuidado pra não machuca-lo, nem deixar meu peso sobre ele, "Não chora, tô aqui", Vinnie disse.
_"Eu fiquei... fiquei com tanto medo", falei em meio ao meu choro.
_"Eu sei, mais já passou", Vinnie disse, com o pouco de força de Vinnie tinha ele me fez um carinho no rosto tirando meu cabelo dos olhos e limpando uma lágrima, "Eu nunca deixaria vocês", ele disse e eu assenti sabendo disso.

Eu olhei nos olhos dele, estavam como quando se acaba de acordar, ainda sonolento.
_"Te amo Vinnie", falei e ele sorriu, eu me aproximei dando um beijinho em sua testa.
_"É mesmo um menino?", Vinnie perguntou e eu me afastei, olhando pra seu rosto e assenti e ele sorriu com vontade pela primeira vez, "Dylan", Vinnie falou e eu olhei confusa.
_"O que?", perguntei.
_"O que acha de Dylan?", Vinnie perguntou e eu olhei pra ele surpresa por ele já pensar em um nome.
_"Dylan? Dylan Hacker...", perguntei e ele sorriu, era agradável de se falar e se ouvir, "Eu gosto!", falei e ele sorriu.
Eu ajeitei o cabelo dele que há dias estava bagunçado, Vinnie piscava devagar, apesar de ter acabado de acordar ele parecia cansado, não deveria ser fácil.

_"Luke e Paul vão ter um filho também?", Vinnie perguntou e aquilo me surpreender, então ele realmente escutava mesmo estando em coma.
_"Você escutava?", perguntei.
_"Quase tudo, aliás que história era aquela de vender meus carros?", Vinnie perguntou me fitando e eu ri sem graça, eu havia falado há alguns dias atrás, uma estratégia desesperada de fazer Vinnie acordar na força do ódio, Vinnie amava aqueles carros, poderia muito bem acordar já que ameacei vendê-los, "É estranho, eu escutava na maioria do tempo, eu não estava consciente então eu não tinha vontade de responder, mais me lembro de tudo que falava...", Vinnie disse e eu sorri.
_"Sr Hacker?", ouvimos e olhei pra trás encontrando dois enfermeiros, "Vamos fazer alguns exames ok?", eles falaram e eu assenti saindo de cima da cama aonde eu sentava.

_"A Sra pode esperar na recepção, acreditamos que vai demorar um pouco, chamamos a família assim que acabar", um disse e eu assenti e virei olhando pra Vinnie.
_"Eu estarei ala fora...", falei.
_"E eu estarei aqui, acordado...", Vinnie disse sorrindo e eu me inclinei dando um beijinho na testa dele.
_"Avisa minha mãe e meu pai", Vinnie pediu e eu assenti.
_"Vou avisar ao mundo", falei sorrindo e ele assentiu.
Em poucos segundos nossas mãos que estavam juntas de mãos dadas foram obrigadas a se soltar.
Eu peguei minha bolsa e sai na direção da recepção, eu estava louca pra contar, minha cabeça girava de felicidade, eu nem acreditava, me sentia muito completa naquele momento, feliz demais, abençoada demais.

Passei pela grande porta que dava a recepção e pela minha empolgação fez um barulho que chamou atenção de todos na recepção, Maria ainda estava com Daisy no colo, me esperavam pra irmos embora, Luke estava lá ainda e Paul tinha chegado, mais ao lado encontrei Liza, Boof e Jett sentados, eles viram meu estado e se assustaram, Maria levantou já pensando no pior aposto, deve ser assustador me ver sair com tudo dali, eles me olharam esperando por alguma fala minha.
_"Ele acordou...", falei e já chorava, eu ia desidratar logo de tanto que eu chorava nesses dias e em especial hoje.
_"O que? O que ela disse?", ouvi Nate perguntar e vi os olhares de outras pessoas que não conhecia ali na recepção.
_"Ele acordou do coma, ele tá bem", repeti e Maria juntou as mãos no rosto começando a chorar de emoção, Nate a abraçou Daisy no chão olhava pra nós um pouco confusa, Liza e Boof se abraçaram, eu abri os braços pra Daisy que veio correndo até mim e eu abracei a levantando do chão.

_"O papai acordou meu amor, ele acordou do sono dele, ele tá bem", falei e Daisy sorriu parecendo entender completamente.
Maria se aproximou de mim com Nate e logo atrás todos os demais.
_"Ele tá bem, tá falando, ele lembra de tudo, tem todos os movimentos... ele tá muito bem", falei e todos se abraçaram comemorando a boa notícia.
Nate pegou Daisy no colo pulando com ela a fazendo rir algo, a recepção era uma bagunça, seríamos expulsos de lá a qualquer momento.
Então Maria abriu os braços me abraçando, ela chorava e eu também.
_"Graças a Deus Sarah", ela disse e eu a abracei com força.
_"Espera espera... tem mais", falei e todos ali pararam pra ouvir, "O bebê é um menino", falei e Nate comemorou mais ainda pulando com Daisy no colo, Maria voltou a me abraçar, "e Vinnie já escolheu o nome... vai ser Dylan", falei e a festa ali na recepção estava formada, existia mais pessoas ali, segurança, recepcionista, mais nossa comemoração foi tão genuína, tão intensa, podia ter alguém ali que não nos conhecia, não sabia por quem estávamos no hospital, mais assim que nos viram comemorar conseguiram ficar felizes por nós e nem se quer conseguiram pedir silêncio a nos.





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Quando ninguém mais quiser • Vinnie HackerWhere stories live. Discover now