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MARATONA 3/3


Mais alguns dias se passaram desde a transferência de Vinnie, não me arrependia, era próximo de casa, conseguia ir e vir rápido de lá, eu passava quase o dia todo la, ao lado dele, esperando por ele, e eu esperaria quanto tempo fosse necessário, com tanto que ele acordasse.
Com permissão do hospital conseguimos a permissão de levar levar Daisy pra visita-lo, ela começou a chamar muito por ele, se ela sabia que ele estava vivo por que não deixavam ela vê-lo, e também tínhamos a esperança de ele acordar com ela la, era um puta estímulo, estávamos apostando em tudo, nesses dias todos os amigos já conseguiam vim visita-lo e a cada pessoa tínhamos a esperança de que ele acordasse, mais não aconteceu.

Então com Daisy era uma esperança grande de ele acordar, meus sogros trariam ela as 15hs eu já estava la desde cedo, conversava muito com ele, li que realmente muitos pacientes que acordam relatam que nesse estado realmente ouviam o que era falado, era como estar acordado porém sem movimento nenhum, então eu preferi acreditar que realmente nos escutava.
Eu tinha conversado tanto com ele, sobre planos, sobre as obras que poderíamos fazer em casa, obra que eu no primeiro momento nem dei trela, mais faria qualquer uma se ele quisesse.
Conversamos sobre os pais dele, sobre Reggie e Leo, Vinnie amava aquele sobrinho, falei sobre o estúdio que estava parado já que eu não tinha ido trabalhar, falei sobre contas, coisas que tínhamos que comprar, desenvolvia conversas sozinha ali com ele.

_"Luke...", chamei quando estávamos no quarto Luke estava sempre que podia ao meu lado, me lembrei de repente que ele tinha algo a me dizer desde a festa de casamento, com tudo que aconteceu, acabou que esqueci de dar continuidade.
_"Oi", ele disse tirando os olhos do celular, ainda sentado no sofá que existia ali no quarto que Vinnie estava internado.
_"Você não tinha algo importante pra me dizer?", perguntei e Luke me olhou confuso, "Lembra você ia me contar na festa?", perguntei e Luke lembrou.
_"Ah sim, não é nada assim... bom é importante, mais com tudo eu achei melhor...", falei.
_"Conta...", falei e Luke pensou, então levantou vindo pra próximo de nós, parando do lado contrário da cama em que Vinnie dormia.

_"Eu queria ter falado na festa, era um momento tão especial, fazia todo sentido mais agora...", ele disse olhando pra Vinnie, "Bom o que eu ia te contar é que o juiz concedeu a mim e a Paul o direitos de adotarmos um bebê", Luke disse e eu arregalei os olhos, era incrível, me pegou de surpresa por que eu nunca esperava por aquilo.
_"É sério? Luke... meu Deus", eu levantei dando a volta na cama indo a Luke e o abraçando, o abracei com toda a força que eu tinha, "Meu Deus Luke isso é incrível, é ótimo, eu não sabia que queriam, nem que tinham dado entrada nos papéis, um filho, é uma atitude muito linda, parabéns", disse e meus olhos já acostumados a isso nos últimos tempos se encheram de lágrimas.
_"Ai amiga, obrigada, eu fiquei tão feliz, sabia que ficaria também, eu queria contar a você e Vinnie sobre , por que também conversei com Paul e queríamos que vocês... fossem os padrinhos do nosso filho ou filha", Luke disse e eu sorri deixando o choro me conter, me inundar, era óbvio que aceitaria e seria uma honra.

_"Meu Deus sim, aceitamos, aceitamos...", falei olhando pra Vinnie dormindo sem poder por si próprio responder se aceitava ou não, mais eu sabia que se conseguisse ele diria sim mil vezes.
_"Serio?", Luke perguntou e ouvi a voz dele embargada, de também estava prestes a chorar.
_"Claro, aceitamos né Vinnie?", perguntei olhando pra Vinnie dormir, esperando por uma resposta e Luke olhou pra ele, não houve resposta.
_"Ótimo, não adianta voltar atrás Vinnie, aceitou e pronto", Luke falou como se tivesse escutado alguma resposta e eu sorri, "Obrigada amiga, eu te amo", ele disse me abraçando novamente.
_"Eu também te amo, conte comigo pra tudo", falei e Luke pegou o celular.
_"Vou ligar pra Paula e contar", ele disse saindo animado, e eu o olhei sair pela porta, estava feliz genuinamente por ele, ele e paul mereciam dar esse passo na relação deles, eles seriam ótimos pais, nossos filhos cresceriam juntos, seria bom demais.

Virei pra Vinnie o vendo dormir.
_"Ouviu, Luke e Paul serão pais... não é incrível?", perguntei, "Seremos padrinhos, meu Deus,", falei sentando novamente, pegando na mão dele.
Em poucos minutos depois Maria bateu na porta e abriu entrando de mãos dadas com Daisy, eu levantei coloquei um sorriso no meu rosto e sorri pra ela demonstrando que estava tudo bem.
_"Hey docinho, como vai? Vem cá...", falei me abaixando pra que ela viesse ao meu colo, ela estava curiosa, olhou pra cama e logo reconheceu o pai ali deitado, "O papai está dormindo, está cansado...", falei e esperei por alguma palavra dela e ela não disse, apenas deitou no meu ombro olhando ele.
_"Quer falar com ele?", Maria perguntou e Daisy olhou pra ela sem assentir ou negar.
_"Conversa com ele amor...", pedi e Daisy ficou quieta, deveria ser estranho ver o pai naquela situação, com uma sonda de alimentação, com acesso, aparelhos e tudo mais.

_"Senta aqui", coloquei ela sentada na cama ao lado da cintura dele, pra que ela o visse mais de perto, ela parecia com vergonha, com receio, talvez um pouco assustada.
Mais por iniciativa dela ela colocou a mãozinha no abdômen dele, sentindo subir e descer com a respiração dele.
_"Papai?", ela chamou e eu olhei pra ele, eu implorei internamente pra ele reagir a aquilo, olhei sua mão, olhei sua respiração, reparei no visor dos batimentos cardíacos e nada, "Papai, acorda", Daisy pediu e nada dele, aquilo me cortou o coração.

_"Por que ele não acorda?", Daisy perguntou e eu olhei pra Maria precisando da ajuda dela.
_"Seu pai tá muito cansado Daisy, está dormindo pesado, tá difícil de acordar...", Maria disse.
_"Ele trabalhou demais?", ela perguntou.
_"Sim, demais, então tá descansando aqui", falei.
_"Ele não pode descansar em casa?", ela perguntou.
_"Ele vai quando acordar...", falei e ela assentiu parecendo simples de entender.
Mais ela parecia chateada por vê-lo daquele jeito, pediu pra sair dali, eu entendi o pedido, vê-lo daquele jeito não era algo bom, tanto pra quem entendia ou pra ela que ainda não.
_"Ok, então vamos", Maria disse se colocando pra tirar Daisy dali e Daisy perguntou se podia da rim beijo no pai e eu assenti, óbvio que podia, segurei ela no colo a colocando próximo ao rosto dele e Daisy deu um beijinho na bochecha dele, eu pedi tanto que aquilo o acordasse, mais não, Maria acabou levando Daisy dali e eu me sentei na cadeira, cansada, triste, em segundos comecei a chorar.

Aquilo doeu, era minha última cartada, última opção, se aquilo não foi estímulo o suficiente eu não sabia mais o que podia fazer ou falar pra ajudar Vinnie, eu começava a ver um pontinho de desespero.
_"Vinnie por favor, volta pra gente, por tudo que é mais sagrado", eu já nem mais sonhava com ele, eu sentia que poderia realmente perdê-lo e eu não queria aceitar, "Luta amor, contra o que seja lá que esteja te segurando, me impedindo de voltar a si, nós precisamos de você, Daisy, eu, seus pais, nosso bebê...", eu pedi chorando a Vinnie ali dormindo, ele era o amor da minha vida e nada mudaria aquilo nunca, nem se passasse mil anos, não tinha como perdê-lo.
Uma dúvida pairou não minha cabeça e eu estiquei a mão no celular, abri as mensagem rolando muito procurando uma específica, eu precisava saber e Vinnie naquele momento aonde eu ainda o tinha, 'eu achava' também deveria saber.

Achei a mensagem do laboratório abrindo e baixando o arquivo, abri passei os olhos lendo rapidamente, achando o que eu procurava, sorri ao ler, era bom saber finalmente.
Olhei pra Vinnie dormindo e comecei a chorar, um choro intenso que escorreu pelo meu rosto.
_"É menino", falei olhando pra ele, "Nosso bebê, que eu tô esperando... é um menino amor", falei e sorri em meio ao meu choro, um menino, eu seria mãe de um menino agora, o bebê que eu gerava ali é um menino.
Eu enterrei meu rosto na cama chorando, que emoção saber finalmente o que esperávamos, teríamos um casal, uma menina e agora um menino, era incrível, com queria que Vinnie estivesse ali pra comemorar comigo, meu rosto estava enterrado num choro aí lado dele.
Quando senti um toque em meus cabelos, entrando um pouco entre eles, um toque leve, gentil, demorei uns segundos pra assimilar o que seria, então levantei meu rosto, k desenterrando, era a mão de Vinnie...





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Fiiim de maratona, desculpa o horário postado.

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Quando ninguém mais quiser • Vinnie HackerWhere stories live. Discover now