Capitulo 65

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LUÍZA

Acordamos apenas para comer e dormimos novamente juntos, na verdade fiquei boa parte da noite acordada. Amanhã seria o meu último dia aqui, e no fundo eu não queria ir embora, no fundo eu queria viver aquilo com ele e claro, ele sabia disso. Passei o dia todinho com Mirela e Enzo, queria aproveitar cada momento com os dois, fomos ao shopping e aproveitamos para comer no madeiro que estava morrendo de vontade.

Mirela: Ontem você sumiu completamente, na verdade você e Miguel né. — ela riu enquanto pegava a bandeja com os nossos lanches e eu segurava Enzo.

Luiza: Tivemos uma despedida breve.

Mirela: Breve? como assim, o que perdi?

Luiza: Estou disposta a não sei, passar em uma psicóloga, talvez? e...

Mirela: E conseguir encarar Sofia? — ela me olhou com pena e nos sentamos.

Luiza: Achei que fosse conseguir durante essa semana, mas foi em vão.

Mirela: Amiga, você perdeu um bebe, o bebe de vocês e enfrentou tudo sozinha praticamente. Nunca vou te julgar por isso, sou mãe e sei da dor que seria se acontecesse comigo. — senti os meus olhos ficando marejados mas engoli o choro, eu precisava ouvir aquilo — Mas você e Miguel precisam ser sinceros um com o outro, ou vocês encaram isso juntos ou seguem vidas totalmente separadas porque isso está te machucando, é nítido, está no seu olhar.

Luiza: Dormi com outra pessoa! — engoli seco ao falar aquilo em voz alta e Mirela arregalou os olhos enquanto comia uma batata e continuou me olhando.

Mirela: Me conta isso safadinha. — ela deu um sorriso safado e eu tive que rir.

Luiza: No dia do aniversário desse gorducho aqui. — apertei Enzo devagar que caiu na gargalhada — Fui embora, muito bebada e tinha um homem.. — contei tudo, desde o primeiro dia que encontrei Davi e tudo o que rolou depois.

Mirela: Estranho ele ter ido embora assim, né? e o que você sentiu com tudo isso?

Luiza: Tirando que no outro dia transei com Miguel também? E de novo? — ri e balancei a cabeça — Culpada! — nos encaramos e ela balançou a cabeça negando.

Mirela: Você é solteira, livre e desimpedida meu amor não tem o porque se sentir culpada, a não ser que. — ela fez uma pausa e arqueou a sobrancelha — Você ter transado com o tal Davi gostosão te mostrou o quanto gosta de Miguel e esta fazendo errado indo embora de novo.

Me calei, e sim quem cala consente. Mirela estava mais do que certa, ela falou o que eu estava com medo de dizer em voz alta e isso de certa forma doía, mas também me deixava aliviada.

Miguel fez questão de me levar no aeroporto e eu deixei, já que decidi passar na mansão para me despedir de todos antes de voltar para BH. Fomos o caminho todo conversando sobre o hospital e como era a minha rotina, como se tivéssemos no conhecendo ali, ora ou outra eu pegava ele me olhando de lado e dando aquele sorrisinho que eu tanto amava. Miguel tirou minhas malas do carro e foi caminhando comigo enquanto empurrava o carrinho com as bagagens até a parte do embarque, paramos em um canto e ele me puxou para os seus braços. Fiquei na ponta dos pés para conseguir abraça-lo e enterrei meu rosto em seu peito, sua mão desceu e subiu pelas minhas costas enquanto a outra segurava forte a minha cintura, me afastei para nos olharmos e ele me olhou sorrindo.

Miguel: Se você quiser desistir disso tudo que se chama nós, irei compreender mas se você me disser que vai querer enfrentar tudo, basta me chamar que vou correndo te buscar! — senti meu corpo todo estremecer, amo esse homem e porque é tão difícil assim decidir o que eu quero?

Luiza: Independente de qualquer forma te amarei pra sempre Miguel.

Miguel: Eu também linda.

Nos despedimos com um beijo e entrei naquele avião com um frio na barriga diferente, com medo, e o pensamento totalmente em Miguel. Eu precisava me decidir, eu precisava colocar um ponto final ou seguir com a nossa história, não iria deixar ele me esperando para sempre.

Na primeira semana foi difícil se adaptar de volta, mesmo passando pouquíssimos dias em São Paulo, eu gosto tanto daquele lugar mas precisava resolver a minha vida aqui e voltaria pra lá. Não queria largar a minha carreira que construí nesse 1 ano, afinal ela foi a minha salvação durante esse período.

Bia: Aí Lu, tem certeza? Iremos sentir a sua falta. — falou choramingando enquanto caminhávamos pelo corredor do hospital e eu ri.

Luiza: Daqui 3 semanas é o aniversário da filha dele e quero fazer essa surpresa pra ele sabe? Quero e preciso superar, passar por cima disso.

Bia: Acho que você já teve o seu tempo e que no fundo já está pronta pra isso, e te apoio em qualquer decisão mesmo sentindo a sua falta aqui. — ela me olhou sorrindo — A melhor chefinha da vida. — puxei ela para um abraço.

O dia foi bem corrido e conversei com o diretor para tentar me transferir para uma unidade em São Paulo e ele me daria o retorno no próximo dia, confesso que estava ansiosa e ligaria para Miguel quando tudo desse certo.

Após um dia cansativo chegar em casa era tao bom, tomei um banho demorado e demorei horas para pegar no sono já que a ansiedade tomava conta de mim. Acordei no outro dia no horário de sempre e tomei um outro banho para acordar, recebi uma mensagem do meu chefe informando que os superiores precisam falar comigo e como teria algumas reuniões então poderia usar uma roupa um pouco mais formal. Coloquei uma calça jeans tom claro com uma camisa branca manga 3/4 e um salto, peguei minha bolsa e fui de carro para o hospital. Estacionei na minha vaga de sempre e entrei.

 Estacionei na minha vaga de sempre e entrei

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