Capitulo 67

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MIGUEL

O dia já amanheceu daquele jeito, e sabia que seria um dia longo. Precisava avisar a Luiza que talvez os planos pra hoje iriam mudar, o que eu não queria ate porque estamos reatando o nosso relacionamento. Cheguei na delegacia e Jota já estava a todo vapor, fomos atrás de todas as informações e as pistas que iria nos levar até Derik, precisávamos capturar ele urgentemente.

Jota: Ainda estamos atrás das informações, ele não pode ir tão longe baleado.

Miguel: Temos uma vantagem, estamos à frente. E aquele infiltrado que colocamos?

Jota: Perdemos o contato, ele nos informou sobre o acontecido e não vi mais.

Mandei algumas mensagens para Luiza mas ela não retornou, deveria estar na reunião ou em algum atendimento. Acabei não comendo nada, somente atrás de mais pistas. A minha vida não era normal e eu queria viver algo normal, hoje eu estou aqui mas amanhã? Sinceramente eu não sei. Tudo isso passava pela minha cabeça enquanto escrevia mais para Luiza e sem retorno dela.

Jota: Ele conseguiu deixar um localizador e um deles está em BH. — ele me olhou sério e engoli seco.

Senti uma pontada no estômago e somente coisas ruins passaram pela minha cabeça.

Miguel: Vamos pra lá agora, conseguem o jato?

Santiago: Consigo sim chefe

Miguel: Quero uma equipe comigo no jato, e precisamos de reforços lá.

Jota: Vamos resolver isso!

Pousamos em São Paulo e fui diretamente para o hospital onde Luiza trabalha, a movimentação aparentemente estava normal. Caminhei em direção a sala dela, mas lá a movimentação estava estranha. Uma mulher mais nova parecia preocupada, e um dos chefe de Luiza estava lá também, conhecia ele de quando minha avó ficou doente, ele deu toda assistência.

Dro: Miguel. — falou indo na minha direção — Estava pegando o celular para te ligar.

Miguel: O que houve? Cadê Luiza?

Bia: Oi Miguel, trabalho com ela aqui. — pude ver ela respirar fundo- estávamos procurando Luiza pelo hospital, olhamos na câmera e um homem saiu com ela, aparentemente andando normal mas quando chegou no carro -os olhos dela estavam marejados.

Dro: Ele usou algum sedativo.

Miguel: Me mostra esse vídeo por favor! — falei desesperado e ele assentiu concordando.

Na sala dela mesmo, a bolsa dela ainda estava lá e o celular também, senti um aperto no coração tão grande.

Jota: É Davi. — falou ao ver as câmeras — E o irmão mais novo de Derik, ele está baleado então com certeza precisa de alguém.

Miguel: Mas vim até aqui buscar Luiza? Não faz muito sentido isso.

Jota: Pra te afetar com certeza, ele juntou o útil com o agradável

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LUÍZA

Abri meus olhos devagar, senti uma tontura e um gosto amargo na boca. Levantei aos poucos e senti o desespero tomar conta de mim quando vi aonde eu estava, na verdade não saber aonde eu estou. Era um quarto até que bem arrumado e conservado, tudo estava fechado e com uma brecha na janela pude ver que estava rodeada de mato, como se fosse uma chácara. Observei cada canto, havia apenas uma cama de solteiro, uma mesa pequena com uma garrafa de água, fui até a porta e trancada, claro. Andei para um lado e para o outro, senti que estava naquilo a horas e o desespero ia crescendo ainda mais.

Luiza: Davi. — bati na porta — Abe aqui! — tentei ser calma e serena, o que ele queria?

Chamei, chamei, mas foi em vão. Sentei na cama e abracei minhas pernas contra o meu peito e senti as lágrimas descendo pelo meu rosto, alguns minutos depois ele entrou. Estava abalado, era nítido em seu rosto, ele não conseguia me olhar. Trancou a porta atrás dele e foi até a mesa colocando um sanduíche embrulhado no papel alumínio e suco.

Luiza: Você não vai falar nada? — levantei e fui até ele, o mesmo ficou parado intacto sem se mexer e sem me olhar- fala Davi! -gritei ficando na frente dele, podia ouvir a sua respiração — Sou eu porra! Porque você está fazendo isso? O que fiz?

Davi: Só come e vem comigo Luiza, não fala nada te peço isso. Só faça o que eu mando! Não quero machucar você. Nunca quis!

Tinha desespero em sua voz, e por fim ele me olhou e senti as lágrimas escapando pelos meus olhos e ele balançou a cabeça negando.

Davi: Não faz isso! — Ele falou e não me olhou mais uma vez, saiu batendo e trancando a porta.

Peguei o sanduíche e comi metade, meu estômago estava embrulhado. Ouvi barulho de helicóptero e bateu uma esperança de ser alguém para me tirar dali, pela janela pude observar a movimentação e falações. Em alguns minutos Davi abriu a porta do quarto e me segurou pelo braço com delicadeza sem me machucar, ele só me olhou e balançou a cabeça afirmando. Ele estava com medo de algo e eu irritada por não entender o que estava acontecendo. Ele saiu me carregando entre os corredores da casa, na verdade ela parecia uma mansão de tão grande. Fomos até o último quarto onde pude ouvir um homem reclamando de dor, ele parou na porta e me arrastou lá pra dentro. Engoli a seco quando vi quem era a pessoa baleada na minha frente, era Derick, quando ele me viu tentou levantar da cama e olhou com ódio para Davi.

Derick: O que essa vagabunda está fazendo aqui?

Davi: Ela é a única que pode te ajudar agora.

Derick: Era pra você ter matado ela há 1 mês atrás.

Senti meu coração bater tão forte nesse momento, virei um pouco minha cabeça para olhar Davi enquanto ele olhava fixamente para Derick, senti meus olhos ferverem mas engoli o choro. Não conseguia falar, não conseguia abrir a boca e senti medo, pensei em Miguel e porque eu demorei tanto tempo para tomar uma decisão que no fundo eu sabia o que realmente queria. Olhava aquele quarto, aqueles homens ali armados, Davi como se fosse uma pessoa totalmente desconhecida, que na real ele sempre foi.

Derick: Preciso tirar essa porra de bala daqui, faça alguma coisa caralho. — ele falou virando diretamente pra mim, desviei meu olhar para Davi e ele mais uma vez balançou a cabeça afirmando.

Luiza: Vou te ajudar, depois disso você vai deixar eu ir embora.

Derick: Acha que é quem para me dar ordens? — ele falou com uma certa dificuldade e no fundo fiquei feliz por ele estar ali sofrendo.

Luiza: Sou a pessoa que vai tirar essa porra de bala do seu corpo então é o mínimo que você pode fazer.

Quando terminei de falar um de seus homens destravou a arma e senti um gelo na espinha, mas me mantive forte. Quando ele foi falar desmaiou de tanta dor, me virei para Davi e ele estava sereno como se tivesse gostando daquilo que estava acontecendo ali.

Luiza: Preciso de alguns medicamentos e materiais para fazer uma mini cirurgia nele. — olhei seria e o mesmo olhou para um de seus homens.

Davi: Anota tudo o que ela falou e vai comprar, mas fica ligado ninguém sabe que estamos aqui! — falou sério enquanto escrevia tudo o que precisava.

Davi: Anota tudo o que ela falou e vai comprar, mas fica ligado ninguém sabe que estamos aqui! — falou sério enquanto escrevia tudo o que precisava

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