De enfermeira em um hospital particular renomeado de Belo Horizonte, para ser enfermeira de uma senhora em uma mansão em São Paulo. Foi quando conheceu Miguel, quando sua vida mudou do avesso, e descobriu que o avesso era sua melhor versão.
Classif...
Era sábado e estávamos na mansão, dona Nara havia preparado um almoço reunindo todo mundo. Minha barriga parecia que iria explodir a qualquer momento, chegamos enfim aos 9 meses e agora seria tudo no tempo da Mariah. Havia decidido fazer um parto humanizado, queria tudo no nosso ofurô que tínhamos em casa. Miguel estava ficando mais em casa com a gente preocupado da bolsa estourar, as roupinhas dela, o quarto, a mala já estava tudo pronto. Estava sentada no sofá enquanto Sofia acariciava a minha barriga, Mirela ao meu lado enquanto Enzo brincava no tapete.
Mirela: Amiga, como ela é carinhosa com você.
Luiza: Daniela contou que sempre estimulou isso nela desde pequena, mostrava minhas fotos com Miguel para trabalhar na cabeça dela.
Mirela: Acho lindo o jeito que vocês se tratam e você merece viver nessa paz.
O restante do dia foi tranquilo, comi como se não houvesse amanhã. Peguei minha bolsa para irmos embora, já era noite estava indo para a parte da piscina onde eles estavam para nos despedir quando senti uma pontada forte, na verdade uma cólica e um líquido escorrendo pelas minhas pernas.
Luiza: Miguel! — a única coisa que consegui falar alto ao ponto deles ouvirem.
Miguel levantou correndo e Mirela já veio atrás também, eles me levaram até o sofá e me sentei respirando fundo. Levava jeito com parto e era uma das coisas que eu mais gostava quando ficava na emergência do hospital.
Mirela: Agora os papéis inverteram. — ela abriu um sorriso e segurou a minha mão.
Miguel: Vamos pra casa, vou ligar para a equipe pra eles irem e organizarem tudo.
Luiza: Tá bom amor. — falei tentando me manter calma e ele saiu de lá correndo tão feliz, dali sentada via a cena do jota abraçando-o, ele rindo enquanto ligava para a equipe que preparamos para esse momento.
Nara: Não acredito que Deus me deixou aqui para acompanhar esse momento.
Luiza: E ficará até ela crescer Narinha -nos sorrimos e ela segurou a minha mão.
Quando chegamos em casa as dores aumentaram demais, ela foi de 2 à 10 em questão de minutos. A equipe não demorou para chegar e já foram preparando tudo, tentei deitar um pouco no quarto mas foi impossível.
Mirela: Queria ser igual a você e conseguir ver se dilatou ou não. — ela falou com um tom chateada me fazendo gargalhar.
Luiza: Você não existe Mirela.
Bia: Cheguei! — falou a minha enfermeira principal, escolhi ela para estar ali presente nesse momento.
Mirela: Oba, Deus ouviu minhas preces.
Luiza: Como está lá fora?
Bia: Quase tudo pronto e vamos para o ofurô pra aliviar essas dores viu. — ela sentou na cama — Agora vem cá, preciso ver se está dilatada. Qual o intervalo das contrações?
Luiza: Ainda de 5 em 5 minutos, mas está ficando intensa. — Abri bem as pernas e a Bia fez todos os procedimentos, ela me olhou com um sorriso no rosto.
Bia: Você já está com 6 centímetros e me admira estar tão forte assim.
Mirela fez uma dancinha engraçada nos fazendo rir ainda mais. Entrar naquela água morna fez meu corpo relaxar, porém não foi por muito tempo. As contrações estavam em Interlagos mais curtos e eu sabia muito bem o que estava acontecendo. Dentro do ofurô com o Miguel atrás de mim me segurando com cuidado, ele sussurrava o tempo todo no meu ouvido "você é forte, você consegue, você é a nossa mulher maravilha" me dava coragem e garra naquele momento mais doloroso da vida.
Dra: Lu, preciso que você empurre.
Eu fazia força. Toda força possível! Tudo o que eu aguentava fazer e as vezes parecia até em vão. Miguel continuava ali segurando a minha mão enquanto eu gritava de dor. Mirela me olhava com as mãos juntas como se estivesse orando, ela sorria e balança a cabeça positivo.
Bia: Está quase Lu! — falou enquanto me olhava atentamente.
Força, força e mais força. Na sexta empurrada pude sentir Mariah saindo de dentro de mim, segurei-a com a ajuda da Dra e coloquei-a em meus peitos. As lágrimas dessa vez era de felicidade, aquele chorinho dela fez ascender algo dentro de mim. Era como se eu tivesse sido feita para fazer aquilo, para passar por tudo aquilo.
Luiza: Seja bem vinda meu amor. — falei entre soluços enquanto Miguel abraçava nos duas.
Miguel: Que Deus te abençoe minha filha, pra sempre!
FIM✨
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