The Peonies led me to you • ABO • l.s

Trentasei

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Zayn e Liam estavam novamente no orfanato em uma das visitas rotineiras, assim que passaram pela entrada, a diretora Paula os recebeu. O alfa, após cumprimentá-la deixou um beijo no rosto do seu ômega, avisando que iria para o lado de fora, no grande gramado ver as crianças, enquanto o moreno ia junto à mulher conferir a nova sala de artes, que havia recebido uma nova pintura, e também alguns instrumentos musicais, frutos das doações que recebiam graças aos Payne's, Tomlinson's e Horan's.

Paula contava à Zayn sobre uma criança que receberam naquela madrugada, ela estava internada devido a uma hepatite fulminante, pois seus pais estavam dando a ela medicações para acelerar seu cio. A menina foi abandonada na porta do hospital e apenas recebeu socorro pois era troca de plantão e havia funcionários entrando e saindo do hospital.

Os médicos conseguiram reverter a falência do órgão, por sorte seu cio não foi antecipado, porém sua classe foi revelada e seu cheiro era percebido em toda a ala. Horas depois um homem apareceu perguntando sobre uma garota, quando perguntaram se era uma ômega, ele entendeu o que tinha acontecido e virou as costas, mais uma vez abandonando a menina. As imagens das câmeras de segurança foram coletadas pela polícia e esperam localizar o indivíduo.

Ao receber alta, o serviço social a levou para o orfanato, sendo a solução afinal não sabiam o nome da criança, nenhum parentesco para ser contatado, ela se recusava a dar qualquer informação, aparentando estar com medo. Assim como no hospital, ao chegar no orfanato, se manteve afastada dos demais, não conversando com quase ninguém, respondendo apenas o necessário com a cabeça baixa, quase não via os olhos dela.

Lágrimas escapavam dos olhos de Zayn, que sentiu todo o seu coração se quebrar ao escutar aquela triste história, uma criança forçada a ter sua classe revelada, e sendo rejeitada ao ser uma ômega, lhe trouxe sentimentos indesejados. Lembranças de um passado que hoje, com a terapia e com a sua família de verdade, não sangravam tanto, não tinha sido apagado, a ferida aberta que antes sangrava a todo instante, tinha formado uma cicatriz, que não deixava esquecer o que já havia vivido, era parte da sua história, porém hoje olhava para aquela dor sem todo aquele peso.

O ômega moreno estava feliz, mas saber que outras pessoas acabam passando pelo que ele passou, de uma forma muito mais grave, doía profundamente.

Uma criança de sete anos, forçada a tomar medicação para adiantar um cio, era de uma maldade sem tamanho, o desejo que Zayn sentiu em proteger aquela menina que ainda nem conhecia, era enorme, queria poder prometer que nunca nada de ruim fosse acontecer novamente com ela.

Todos os pelos do seu corpo arrepiaram, sentiu um frio na barriga ao chegar com Paula na área externa e ver ao longe Liam conversando com uma garotinha que estava sentada no gramado, encostada em uma árvore.

Ela vestia um conjunto de moletom rosa claro, os cabelos eram longos, abaixo dos ombros, lisos e brilhantes, em um tom de castanho escuro, não conseguia ver seus olhos, mas podia apostar que combinavam com os fios.

Paula ainda conversava, entretanto Zayn não escutava nada, ficou completamente imerso em observar o seu alfa com aquela criança, tudo em sua volta não tinha mais nenhuma importância, era apenas eles.

O seu coração acelerou e sua boca ficou seca, lágrimas desciam pelos seus olhos novamente sem nem se dar conta, porém dessa vez era um sentimento diferente em seu peito, não apenas aquela tristeza devido a história que acabou de escutar, e sim um sentimento de carinho, de afeto.

Ao se dar conta que já havia sentido tudo aquilo uma vez, se lembrou do exato momento em que estava deitado no deck de Leeds, quando passava a mão em seu ventre, quando se reconheceu como mãe de Joshua, e ali diante daquele gramado extenso Zayn soube, havia encontrado a sua filhote. O seu sentimento era mesclado com o que o alfa sentia, a marca de ligação conectando com os de Liam, que de longe encontrou os olhos cor de mel, mexendo os lábios ao falar "É ela ômega, é nossa."