CAPITULO 9

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Eu entrei em casa e abri a porta de uma vez, pois eu estava de short de dormir na estrada! E tinha atravessado a área familiar correndo, então quando vi minha casa, eu esqueci que meu quarto e o de Noah eram nos fundos e entrei em casa como um louco. Mamãe, papai, Noah, Quinze, Dezessete, Peace e Beauty me olharam assustados, Arnold pulou em meus braços, eu o peguei no reflexo.
"Você está cheirando a sexo. Vou ter uma outra irmã? Espero que ela seja mais legal que a Beauty." Eu o abracei apertado, ele se desvencilhou dos meus braços com força, aquele filhote era muito forte.
"Eu sou legal, você é que é um pé..." Beauty ia dizendo, mamãe limpou a garganta.
"Adam, querido, aconteceu alguma coisa?" Mamãe perguntou.
Aconteceu? Ainda estava acontecendo. Eu me sentia fervendo e isso estava me deixando louco. Eu olhei para o papai, ele assentiu.
"Vamos para seu quarto, filhote." Ele veio até mim, mas a porta se abriu e Honest entrou com um grande sorriso na sala, olhando a todos.
"Bom dia. Adam! Eu precisava falar com você sobre nosso projeto secreto. Pelo seu cheiro parece que está tudo indo muito bem." Ele aumentou o sorriso, totalmente diferente do sorriso de sempre de Honest.
"Oi, leãozinho." Papai o puxou para seus braços e o cheirou com os olhos fechados e eu pude sentir o medo em papai. Por que se eu senti que não era Honest ali, ele com certeza também sentiu.
"Oi..." Honest se soltou de papai e eu vi que ele estava tentando se lembrar do nome de papai.
"Oi, tio." Ele sorriu. Eu sorri também por que os leãozinhos não chamavam os adultos de tio, mas Doze deu sorte de chamar papai de tio, o único que eles chamavam assim.
"Posso saber que projeto secreto é esse?" Papai perguntou, mamãe cruzou os braços com cara de quem também queria saber. Mais uma prova de que não era Honest ali, ele nunca falaria demais desse jeito.
"Honest está me ajudando com..." Todos olharam pra mim, Noah sorriu, Quinze estava curioso, Peace deixava ver que estava torcendo para que eu levasse uma bronca de mamãe.
"Estou ajudando ele a render mais no sexo. Fêmeas são muito exigentes, mais que as humanas." Honest disse, Noah se dobrou de rir, Quinze, porém, ingênuo como sempre, disse:
"Mas você não é um clone do papai? Papai e mamãe ficam horas e mais horas..." Mamãe limpou a garganta, mas Quinze era totalmente sem tato.
"Eu acho muito bonito, mamãe. Principalmente quando você dá uma nota para o desempenho do papai, ou dá dever de casa para ele." Quinze disse bem sério, Noah e Peace riam, Beauty tinha um ar sonhador no rosto, e eu tive uma visão dela falando com Jewel que se não apaixonasse por um macho que a amasse como papai amava mamãe, ela nunca iria acasalar. Ela me olhou, eu sorri, Beauty subiu as escadas, Noah e Peace continuavam rindo.
"Talvez eu deva dar uma passada no hospital amanhã. Se você está precisando de ajuda para..." Noah deixou no ar, eu voei nele e começamos a lutar, papai e Quinze nos separaram, Noah cuspiu sangue por causa do soco que eu dei nele e sorriu, pois meu olho devia estar inchado. Eu tentei me soltar do agarre do papai, ele empurrou Quinze. Tentou, Quinze era forte demais. Mas mamãe ergueu a voz e disse:
"Parem com isso! Adam vá se vestir. E Noah, você vai me explicar por que está provocando seu irmão." Mamãe o encarou com sua cara mais feroz, Peace riu.
"Se fodeu!" Peace disse, mamãe rosnou para ele, eu saí pela porta puxando Honest pela trança. Lá fora eu o soltei, ele sorriu.
"O que queria que eu dissesse? Mas deu tudo certo. Ninguém sabe que estamos tentando engravidar Chimes." Ele disse, eu bati com a mão na minha testa, agora todos sabiam! Eu ia socar a cara dele, quando ele do nada se dirigiu ao jardim e se ajoelhou ao lado de Dezesseis que arrancava algumas ervas daninhas de um canteiro de cenouras. Quinze encheu o canteiro de rosas de mamãe de tubérculos e o jardim virou uma horta.
Eu continuei andando até o meu quarto mas fiquei ouvindo Honest, ou com certeza, Doze, conversar com Dezesseis.
"Sabe, eu sempre achei o máximo o dom de seu pai com as verduras e tubérculos. Ele pode fazer nascer comida em qualquer solo." Doze, por que só podia ser ele, dizia.
"É, ele diz que se tiver umas sementes no bolso, nunca passaremos fome, embora, eu acho que não podemos sobreviver só com hortaliças e legumes." Ela disse, eu ouvi o sorriso na voz dela.
"Eu acho que dá, mas ficaríamos mais fracos, mais lentos. Precisamos de proteína." Doze, ou Honest, por que Doze não parecia saber de qualquer coisa de ciência, respondeu e eu fiquei na dúvida enquanto vestia um jeans.
Eu vesti uma camiseta e saí do quarto, Honest passava uma rosa no rosto de Dezesseis, eu fiquei curioso. Minha sobrinha não dava muita atenção para os machos, Quinze era muito violento, grande e forte demais. Ela entendia que flertar com um macho era colocá-lo na frente do punho do meu irmão.
"Eu fico imaginando se seus lábios são tão macios quanto essas pétalas, já que são tão vermelhos quanto." Honest disse, ele e Dezesseis se se levantaram. Dezesseis sorriu um sorriso bem doce e baixou os olhos. Honest pegou uma mão dela e passou o polegar pelo dorso, ela estremeceu. Se o que eu sabia sobre Doze estava correto, ele foi criado numa instalação, a mesma onde Quinze nasceu. De lá ele foi para as caçadas, ele era muito bom, mas quando Honor chegou, o dispensaram e o mataram. Honor sempre disse que as caçadas eram um show e ele só sobreviveu por tanto tempo lá pela fama de Valiant, dos leãozinhos e pela selvageria que as vezes o tomava. Eles poderiam matá-lo a hora que quisessem. Nós não sabíamos se ele teve alguma fêmea. Mas se era ele ali, cortejando minha sobrinha, uma fêmea durona, com tanta maestria, eu tinha de admirá-lo. Ele estava melhor que eu!
Dezesseis jogou seu cabelo negro para trás, ele prendeu uma mecha atrás da orelha dela e passou a ponta do dedo pela mesma orelha, ela se afastou.
"Eu tenho de entrar, papai e eu vamos plantar algumas sementes no jardim de Amy." Ela disse, Honest sorriu.
"E depois, pra onde você vai?" Ele perguntou, Dezesseis deu de ombros.
"Voltar pra cá, eu acho." Ela disse, ele sorriu e ergueu o queixo dela com um dedo.
"Você consegue ver se vamos nos encontrar mais tarde? Eu quero." Honest disse, eu prendi a respiração por ele, embora ele parecia totalmente calmo, eu estava nervoso.
"Sim. Eu nos vejo olhando a lua e você..." Dezesseis disse baixinho, Honest se aproximou mais.
"A lua? Não poderia ser o sol? Um sol, digamos, das dez da manhã?" Ele perguntou com um sorriso, aproximando os lábios dos dela, Dezesseis sorriu.
"O que está fazendo tão perto da minha filhotinha, seu floco de neve maldito?" Quinze disse depois de pular a janela do quarto dele e aterrizar no piso do jardim com um barulho seco, como se não pesasse uns cento e trinta quilos.
"É. A lua." Honest sorriu, jogou um frasco pra mim, eu peguei, ele correu na direção de Quinze, saltou por sobre ele e sumiu.
"Eu te pego depois, seu pilantra!" Quinze disse para as costas de Honest.
Dezesseis riu e bateu palmas e coloquei o frasco contra o sol. Era um líquido meio branco, eu não sabia o que fazer com aquilo.
"Ele só estava falando de plantas comigo, papai!" Dezesseis disse, Quinze rosnou.
"Você disse que não pensava em machos agora." Quinze disse, com voz doce, era engraçado como ele era totalmente implacável com os machos e totalmente doce com Dezesseis.
"Ele é o preferido do vovô, não é?" Ela perguntou, Quinze deu de ombros.
"Eu não sei direito, mas não acho que era o leãozinho hoje, acho que era o Doze." Quinze disse, mostrando que era mais esperto que eu achava que ele era.
"E você não era amigo de Doze?"
Meu irmão piscou e eu o vi bem pequeno correndo por sua jaula, sendo perseguido por Doze, Doze o pegou e o jogou para o alto, Quinze ria. Mas logo guardas surgiram de algum lugar e atiraram em Doze com teasers, muitas vezes, até ele cair de cara no chão. Quinze gritava, chorando, pedindo para pararem e quando continuaram atirando em Quinze, ele saltou sobre um guarda e o mordeu no pescoço. O guarda cambaleou, muito sangue jorrava do pescoço dele, Quinze ficou muito assustado e correu. Um dos guardas fez que ia correr atrás dele, mas uma voz o parou.
"Ele é precioso, não o machuquem." Quinze continuou correndo até que um humano entrou em seu caminho e o abraçou. Quinze começou a chorar, o humano alisou os cabelos negros dele e o mandou fechar os olhos e esquecer.
Eu dei um passo para trás, senti muito sofrimento e então, do nada eu estava na varanda do meu quarto, não sentia nada. Eu ainda me sentia estranho quando ouvi Quinze dizer:
"Eu me lembro dele, de vê-lo. Correndo de balas, ajudando outros a correr também. E só. Quando eu ficava muito levado, eles me mostravam as caçadas e diziam que se eu desobedecesse as ordens, eu iria pra lá. Eu tentava ser um bom filhote, então." Dezesseis assentiu.
"Olha eu achei essa muda, acho que Amy vai gostar." Ela mostrou um ramo para Quinze, meu irmão sorriu.
"Amy adora tudo! Fica até difícil achar algo especial para ela. Harley é um macho de muita sorte." Ele sorriu, eu voltei ao meu quarto e liguei para Honest.
"O que é?" Ele atendeu correndo, eu não pude evitar dizer:
"Está com tanto medo de Quinze que não pode parar para atender ao telefone?" Ele bufou, mas parou, respirando pesadamente em meus ouvidos.
"Seu irmão é gigante e violento e eu não sou burro." Ele disse.
"O que vou fazer com esse líquido?" Eu perguntei colocando o vidrinho contra o sol.
"Vai tomar, oras!" Ele disse como se isso estivesse na cara, mas não fazia sentido. Eu não tinha problema em engravidar uma fêmea.
"Mas eu não preciso de nada, Honest! Chimes é que precisa!" Eu o lembrei, ele respondeu:
"Então, dê pra ela tomar." Ele disse, me deixando mais confuso ainda. Ele não sabia o que aquilo era, por que ele não era Honest. Poderia ser veneno!
Eu abri o frasquinho e cheirei, não tinha cheiro algum.
"Certo. Se você é Doze e não..." Ele guinchou alto no meu ouvido eu afastei o telefone do rosto.
"Eu sou Honest, porra! Meu nome é Honest, é um ótimo nome, é o meu nome! Não me chame de Doze nunca mais se você tem amor a sua língua!" Ele disse entre guinchados, sua voz estridente.
Eu suspirei pedindo paciência e lamentando por Chimes. Se no fim das contas, Simple ou Candid não a fizessem engravidar, ela sofreria muito. Por que Honest não seria capaz de fazer esse milagre, não com Doze tomando o controle do corpo dele toda hora.
"Honest. Seu nome é Honest." Eu disse, ele parou de guinchar.
"Isso, seu pau no cu ingrato! Eu vou aí e levo a porra do frasco e você ainda fica me questionando!" Ele disse, eu inspirei bem profundamente, eu não era tão paciente quanto Noah.
"Eu só preciso saber o que fazer com o que tem no frasco, só isso, Honest." Eu disse devagar, com calma.
Ele ficou em silêncio, eu o chamei:
"Hon? Está aí?"
"Estou e não gosto desse apelido." Eu segurei o rosnado.
"Tudo bem, sem apelido. O que eu faço com o líquido no frasco?"
Foi a vez dele suspirar.
"Eu não sei. Mas posso te fazer uma proposta." Eu não consegui segurar minha frustração e rosnei.
"Calma, não é nada demais. Eu só quero que você distraia Quinze hoje a noite. Será uma noite de lua cheia sabia? Você leva Quinze para algum lugar e depois que eu tiver um tempinho com Dezesseis eu deixo o Honest pé nas bolas voltar. Amanhã bem cedo pode ir na cabana e ele estará lá com aquela cara de perdedor dele." Eu pensei bem no que ele disse. Talvez se ele não tentasse o controle por um tempo, Candid poderia dar jeito em Honest. Mas o que eu iria fazer todo o dia?
"Só amanhã?" Eu reclamei.
"Você é mesmo irmão do meu amigo Quinze? Meu Deus! Você parece uma fêmea chorona! Passe o dia com a sua primata gostosa, dê um jeito de tirar Quinze do meu caminho hoje a noite e volte para os braços dela, seu cuzão! Amanhã você e o Honest idiota conversam sobre o líquido." Ele disse e eu vi que não havia muito mais a fazer, então, eu concordei e ia desligar quando ele disse:
"Ah, e uma última coisa. O Honest idiota ia te falar alguma coisa sobre uma tal de Rosalie. Acho que Cam e eu gostaria muito de estar era no corpo dele, ele é um cara legal, mas bom, parece que..." Ele ficou em silêncio eu esperei.
"Parece que o Cam, de uma forma muito esperta, deu um jeito de trocar Rosalie por Chimes. É, é isso."
"Como assim?" Pensar em Rosalie era doloroso.
"E eu sei? Mas ele estava pensando nisso quando eu tomei o controle, que Candid era muito esperto e jogava sujo, o que eu não concordo, acho que temos usar tudo o que podemos, você não acha?" Eu rosnei.
"Quando diz trocar, será que ele deu um jeito de Rosalie vir pra cá e Chimes ir para o hospital de Homeland?" Eu perguntei, já sabendo que ele não saberia responder.
"Sim, é isso. Tchau." Ele desligou, eu rosnei de frustração. Se Chimes fosse para Homeland eu teria de ir com ela. Candid era um fodido!
Eu ia saindo do quarto quando papai subia as escadas.
"Onde vai?" Ele perguntou, eu dei de ombros.
"Vou até o apartamento de Chimes."
"E esse plano de engravidá-la? E por que Honest iria te ajudar com isso?" Eu o olhei, ele me encarou.
"Eu e ela, bom, nós queremos ficar juntos, mas sem um filhote..." Eu disse ele fechou a cara.
"Se quisessem mesmo ficar juntos não precisariam de um filhote." Ele disse, eu baixei a cabeça.
"Ela quer um filhote e precisa de um macho, eu me voluntariei a ser esse macho." Eu disse, ele acenou. Eu achei que a conversa estava terminada e tentei descer as escadas, papai não saiu do lugar.
"Por que se voluntariou?" Papai era assim, fazia as piores perguntas, as mais difíceis.
"Eu tenho que ir, papai, depois nós conversamos." Eu tentei passar, ele me deu espaço mas me garroteou quando eu fui descer os degraus.
"Por que se voluntariou?" Ele repetiu a pergunta me sufocando, eu tentei sair do agarre dele, mas ele era forte, forte demais. Eu nunca seria tão forte quanto ele. Nem tão bom, nem tão puro de coração.
Eu parei de me mexer e o deixei apertar. Ele apertou e apertou, eu o encarei. Ele pareceu ver o que queria nos meus olhos e me soltou, eu comecei a tossir.
"Cuidado, filhote. Com o coração não se brinca." Eu ainda tossia quando assenti. Ele sorriu
"Já que não respondeu, eu decidi receber Rosalie aqui a pedido de Candid." Ele sorriu e pulou da varanda até embaixo, coisa que eu devia ter feito ao invés de tentar passar por ele nos degraus. Eu era um idiota. E Candid estava no jogo pra valer.

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