CAPÍTULO 62

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Eu pulei da cama, corri para o banheiro e tomei um banho ultra rápido, Chimes estava muito bem da última vez que eu a vi, mas uma gestação de uma fêmea de primeira geração demandava cuidados.
Eu inspirei, alguém tinha dormido na cama de Sim, e... Parecia que tinha sido um de nós e não era Candid. Candid não gostava muito de dormir no nosso quarto e o cheiro era parecido com o dele, mas ao mesmo tempo não era o dele. Eu parei no meio do quarto, minha última lembrança era de estarmos na casa de Nove, o pai.
Eu deixei isso para lá, trancei os cabelos bem rápido e saí do quarto dando de cara com Violet.
"Oi." Eu a abracei, ela não me abraçou com vontade. É claro, aquele corpo não deixava ela relaxar e me abraçar como se abraçava a um irmão.
"Oi. Ficou perfeito." Ela sorriu olhando minha trança. Eu sorri de volta.
"Tenho de ir." Eu desci as escadas, Ella entrava e sorriu para mim.
Eu sorri de volta ainda admirado pelo trabalho de Gabriel, principalmente por que ela cheirava mesmo como se fosse uma filhote de Joe.
Enquanto corria até o apartamento de Chimes, eu pensei no susto que eu levei quando eu testei Ella. Candid me olhava ansioso, foi uma das poucas vezes que eu menti para ele. Gabriel fez um ótimo trabalho, foi algo quase impossível, mas algo assim deixa rastros. E o rastro indicava uma coisa terrível. Eu confirmei que Ella era filhote de Joe, era o que as substâncias reveladoras indicavam, mas não disse o que vi nos relatórios.
Agora, porém, Ella estava crescendo e estava mudando. Ela completou sete anos e já mostrava que suas feições delicadas poderiam mudar e pelo que meus olhos treinados viam, daqui mais ou menos um ano, Ella se tornaria uma imagem quase idêntica de Daisy.
Eu pensava em como Mary foi uma filha da puta com minha família quando bati na porta do apartamento de Creek e entrei.
"Bom dia." Eu não devia alarmar Chimes, mas eu não consegui evitar me ajoelhar ante ela e inspirar o cheiro em sua barriga. Eu senti o cheiro do bebê depois de muita dificuldade, ouvi o coração dela e até os batimentos fortes do coraçãozinho do filhote. Demorou muito para voltar a ter um faro perto do que eu tinha antes, mais de um ano de treinamento, mas eu tinha conseguido.
Eu sorri.
"Aparentemente está tudo bem. Ele está forte, mas ainda muito pequeno, o que é estranho, embora eu esteja um pouco confuso com os dias. Vocês sabem, a questão do problema em meu chip." Eu disse para elas, Chimes assentiu. As três estavam muito sérias, eu peguei minha maleta e coloquei sobre a mesa.
"Eu não olhei no calendário, eu..." Eu pus a mão em meu bolso e vi que tinha deixado o celular no meu quarto.
"Honest?" Creek perguntou tocando meu rosto. Eu sorri.
"Você e Gabriel. Eu perdi cenzinho, mas espero que vocês estejam felizes."
"Apostaram na gente?" Chimes perguntou, eu a encarei, sem responder, ela revirou os olhos.
"Não em você, você sempre teve uma queda pelo meu tio e Adam é ele. Mas em Creek e Gabriel, sim." Creek ergueu as sobrancelhas.
"Candid apostou que eu ficaria com ele?" Creek perguntou, eu neguei com um gemido.
"Não. Sim apostou em vocês juntos. O que vai deixá-lo um saco. Candid apostou que você ficaria com Noah." Eu disse já sabendo que Creek ia arregalar os olhos.
"Mas Noah, não..." Eu sorri.
"Noah não está vinculado, Creek, mas ele acha que isso não vai rolar com ele, então, uma fêmea já com uma filhote na barriga é bem irresistível, ainda mais uma linda como você." Creek sorriu.
"Certo. Você é Honest. Você diz que o 'bebê' de Chimes está bem, você pode sentí-lo?" Breeze falou a palavra bebê de um modo estranho quando perguntou, mas deixando claro que entendia que era eu no controle do corpo. E isso me irritava tanto! Mas havia uma coisa séria ali, mais séria que o fato de que Doze tomava o controle do meu corpo. O bebê de Chimes parecia ter poucos dias, uma vez que foi muito difícil sentir o cheiro dele, eu só consegui por ter um faro superior mesmo estando num corpo primata. Adam, por exemplo não devia estar sentindo.
E eu me lembrava de estarmos na casa de Nove, o pai, quando decidimos que deu empate. Mas quanto tempo havia se passado desde então? Eu não sabia. E se Doze estivesse a mais de um dia com o controle?
Eu fechei os olhos me concentrando, tentando sentí-lo, mas ele não estava lá.
"Honest?" Chimes me chamou, eu abri os olhos, eu não podia assustá-la, sua gravidez poderia ser de risco.
"Que tal um ultrassom? Vou adorar ver a cara de Florest." Eu disse, mas Chimes estava mesmo preocupada, ela tinha uma mão sobre seu ventre.
"Ela está mesmo grávida?" Creek perguntou e eu a encarei. Eu inspirei e dei um passo para trás.
Por que Chimes estava grávida, eu ouvi o coração do filhotinho, se me concentrasse eu poderia ouvir de novo, mas a gravidez de Creek estava muito mais avançada. Qualquer macho sentiria o cheiro do bebê, da filhotinha, só entrando no apartamento. Eu olhei para Breeze e o vestido mostrava sua barriga, com uma boa curva uterina já, afinal o filhote dela era uma Quimera.
"Quanto tempo desde o dia em que nós decidimos que deu empate?" Eu perguntei, Chimes se aproximou de mim e segurou minha mão.
"Quase dois meses, Honest." Eu arregalei os olhos, Eu não me lembrava de nada!
"Mas seu bebê..." Eu não entendia, era difícil de sentí-lo, como se tivesse sido concebido a poucos dias.
"Eu..." Os olhos dela se encheram de lágrimas e eu engoli em seco.
Ela devia ter perdido o bebê, aquele que ela e Adam conceberam quando eu fiz a fórmula. E agora estava grávida de novo.
"A contra-fórmula!" Eu disse, ela enxugou o rosto, eu a abracei.
"Você pode me perdoar? Quando eu criei a fórmula personalizada para você, eu fiz de um jeito que não há nenhum tipo de evitar a concepção. Eu ia fazer uma contra-fórmula, mas não havia pressa. E aí..." Eu disse, ela se afastou ainda segurando nos meus braços.
"Tudo bem. Não havia como você saber. Eu sou grata a você, você se esforçou e não foi culpa sua eu ter perdido Enoch." Ela disse e eu quis morrer.
Enoch. Tão íntimo de Deus que Ele o quis para si e o tomou. Um nome com um significado tão bonito quanto trágico. Por que Adam e Chimes ficaram para trás.
Eu a soltei e me sentei no sofá. Adam! Como meu amigo, um dos meus melhores amigos... Um dos melhores não, o melhor amigo depois de Cam, como ele estaria?
"Onde está Adam?" Eu perguntei, Chimes sorriu.
"Com Wide." Eu olhei para ela, já que eu não sabia quem seria Wide, embora... Largo? Não era difícil imaginar quem seria.
"Vocês o chamavam de Nove, o pai. Eu escolhi esse nome para ele. E ele escolheu o nome Broad para o outro Nove." Breeze me explicou, eu assenti.
"Bom, não importa. Precisamos ficar de olho nesse bebezinho e Florest odeia quando usamos o ultrassom sem permissão." Eu disse, Chimes riu.
"Modest?" Adam disse entrando e me encarando, eu fechei a cara. Doze tinha adotado um nome? Mas eu queria muito abraçar Adam, então o abracei. Ele me abraçou de volta.
"Honest?" Ele perguntou baixinho, eu afastei o rosto, meu amigo colou sua testa na minha.
"Eu sinto muito por Enoch." Eu disse e me afastei, Adam acenou, eu vi a tristeza nos olhos dele, os olhos do meu tio, meu tio tão amado.
"Não foi culpa sua. Você nos deu nosso milagre. Um mês de felicidade e eu sempre serei grato." Ele disse, eu olhei para Chimes, ela sorriu. Eu olhei para Creek e Breeze, elas também sorriram.
"Vamos para meu apartamento, Adam, preciso te contar uma coisa." Ela disse, Adam assentiu e saiu com ela, Nove, o pai, estava à porta e Gabriel também.
"Então você agora tem um nome. Combina com você." Eu disse, Wide me olhou com alguma surpresa.
"Honest?" Gabriel se aproximou e tocou em meu rosto, perto de minha cabeça, um toque leve, de médico, como eu mesmo tocava em algo que eu examinava.
"Como pode ser isso?" Wide perguntou para Gabriel, Gabriel pôs os dedos abaixo dos meus olhos, esticou minhas pálpebras e examinou minhas escleras.
Eu fiquei imóvel, afinal eu nunca fiquei muito tempo sem o controle de minha mente e até tinha alguns flashes das trapalhadas de Doze. Mas dessa vez, eu não me lembrava de nada.
"Qual é a última coisa que você se lembra?" Gabriel perguntou, eu me concentrei, mas só conseguia me lembrar da alegria de ter conseguido engravidar Chimes e que foi engraçado ter dado empate. E do pequeno alívio por eu ser eu mesmo, por ser capaz de usar meu conhecimento. Candid delegou a empreitada para Gabriel e Simple não fez nada. Eu tinha feito algo muito difícil, eles não e isso me deixou feliz.
"Do dia em que decidimos que deu empate." Eu disse, Gabriel assentiu.
"Você perdeu muita coisa, Leãozinho. Temos de conversar, temos de chamar Candid." Gabriel disse.
"Cam está..." Eu inspirei e o senti na cabana de Simple.
"Sim, vamos lá." Gabriel disse e olhou para Creek, ela baixou os olhos.
"Você resolve isso, Gabriel?" Wide perguntou, eu pensei que era realmente um bom nome para ele.
"Sim, Wide. Lembre-se do que conversamos, meu amigo." Wide sorriu e pegou Breeze no colo.
Ele saiu com ela, Gabriel foi para a porta, mas Creek o chamou:
"Gabriel? Isso é mesmo um problema?" Ela perguntou, olhando para mim, eu não tive resposta.
"Sim, Bela Creek, é sim. Eu e Candid precisamos examiná-lo bem. Eu não demoro." Eu senti um frio na espinha, algo que eu não sentia muito. Medo, puro e simples e eu odiava sentir medo.
"Você vai demorar?" Creek perguntou, Gabriel sorriu, foi até ela e a beijou. Eu desviei meus olhos, então eles estavam juntos.
"Eu não sei, mas Honest vale esse tempo, não vale?" Ele perguntou segurando no rosto dela, ela concordou com a cabeça, Gabriel lhe beijou mais uma vez e algo em mim me disse que não fosse para a cabana de Simple.
"Eu acho melhor você ficar aqui, Gabriel. Eu vou até o Cam e se ele tiver alguma dúvida, ele te liga." Gabriel ergueu as sobrancelhas.
"Eu também acho que não precisa que você vá. Candid é que é o cientista maluco, não é?" Creek disse com um sorriso. Ela não queria ficar sozinha.
"Ok. Diga a Candid que qualquer dúvida é só ligar." Gabriel disse, eu me despedi com um sorriso e saí do apartamento.
Eu fui até às escadas andando normalmente, minha mente estava a mil, mas eu não podia mostrar o quanto eu queria correr e me esconder. Eu desci as escadas correndo e saí para o pátio andando rápido.
Meus ouvidos eram bons, eu ouvi Gabriel ligando para Candid, mas Candid não atendeu. Ele devia estar com uma das suas fêmeas. Eu peguei a estrada mas depois de um tempo, pois eu não sabia a extensão da visão de Gabriel, depois de um tempo eu me embrenhei na mata, corri até não sentir ninguém por perto e parei.
Por que Doze escolheu um nome? Isso estava martelando em minha mente e só tinha uma explicação. Por que decidiram deixá-lo no controle do corpo. E, se fizeram isso, foi por que não conseguiram consertar o chip.
Eu me sentei no chão e pensei qual seria a melhor estratégia a tomar.
Sim e Cam me amavam, isso era um fato, uma certeza. Mas o corpo era de Doze, e no caso de defeito, ele teria direito ao corpo, ainda mais se ficou quase dois meses no controle. Eles não desistiriam de mim, mas não deixariam Doze morrer se eu estivesse perdido, afinal, eu morri.
Eu não sabia ao certo, essa era a verdade. Candid nunca me explicou direito e eu nunca quis saber.
Mas agora, eu precisava fazer algo para Doze não voltar. Eu não queria morrer. Eu fechei bem os olhos e me concentrei ao máximo, fiquei um bom tempo procurando Doze em minha mente, mas não o encontrei.
Eu abri os olhos e rosnei de frustração. Que porra estava acontecendo? Eu soquei uma árvore, onde o filho da puta estava?
"Modest?" Eu arregalei os olhos. E agora?
"Modest, o que está fazendo aqui?" Ela perguntou, eu me virei e sorri.
"Oi, Lunna. Qual o problema de estar aqui? Eu só estava andando, conhecendo o lugar. E você? O que faz aqui?"
Ela sorriu um pouco triste.
"Eu estava andando a esmo também, eu gosto de andar pelo mato. Eu estava bem longe quando te senti." Eu assenti. Ela gostava de longas caminhadas, eu a segui algumas vezes de longe, quando eu era eu mesmo, em meu corpo.
"Eu gosto muito daqui, dessas árvores, desse cheiro. Aqui é o paraíso." Eu disse meio sem saber o que Doze diria.
"Sim. É como eu me sinto também. Mamãe tem muitas histórias de quando ela morava lá fora. De seus pacientes. Ela diz que o mundo humano é muito triste e mau, mas os humanos não se dão conta disso." Ela disse, eu sorri.
"Eles nasceram nesse meio, não sabem que é ruim. E são muitos. Mas há humanos bons, não há? Afinal sua mãe é humana, minha..." Eu ia dizer minha mãe também, mas Doze era de primeira geração, ele não tinha mãe.
"Minha amiga Lisa, você a conhece, ela é boa." Eu disse. Doze devia ter ficado no hospital um tempo e Lisa era a humana mais extrovertida de lá.
"Sim, eu gosto de Lisa. Mamãe diz que a maioria dos humanos é boa. O problema é a ambição de uns poucos. Esses poucos são justamente os que estão no poder, nos governos, no controle econômico. É uma pena." Ela disse, eu sorri.
"Vamos continuar a andar? Juntos?" Eu sugeri, ela sorriu.
"Sim, é claro, desde que Dezesseis não apareça." Eu sorri, sem saber o que dizer. Doze e Dezesseis! Mas que merda!
"Somos apenas amigos." Eu disse. Eu não sabia se era isso mesmo, mas era só o que eu podia dizer.
"Ela veio falar comigo. Dezesseis é direta." Eu sorri. Eu não sei por que eu estava enganando Lunna. Eu já tinha me revelado para Gabriel, Wide, Adam e as fêmeas deles, mas algo me dizia que quando Cam soubesse, talvez eu iria sumir de novo. Não por que ele não me amasse, mas por que provavelmente...
"Eu disse a ela que eu não sabia o que sentia por Honest. Que minha história com ele foi tumultuada e que ele ficou em estado vegetativo antes de eu e ele podermos conversar. Que nós passamos uma noite juntos, mas eu achava que era o Cam e que tinha ido na cabana atrás de Simple." Lunna contou, eu imediatamente parei de pensar que Candid poderia fazer Doze voltar.
"Você nunca se imaginou com ele, não foi?" Eu tinha de saber.
Lunna parou, havia uma árvore baixa, ela subiu e se sentou num galho grosso, eu também subi e me sentei.
"Nós crescemos juntos e Honest sempre foi o mais divertido deles, mas ele falava muita merda." Eu ri. A personalidade de 'Honest' era a que mais se aproximava da de Cam. Sem o lado sombrio, claro.
"Então, ele era desinteressante." Eu concluí, ela balançou a cabeça.
"Não. Ele era doce e muito prestativo, estava sempre sorrindo e correndo. E ele nos fazia rir." Ela abriu um lindo sorriso.
"Mas Simple era um desafio. Ele fazia todos aqueles planos, eu estudei a questão do antibiótico para ele, eu até pedi perdão para Victoria uma vez." Eu balancei a cabeça. Esse plano idiota tinha sido engraçado.
"Você consegue entender, Modest? Simple tinha uma aura de autoconfiança, coragem e inteligência. Coisas que eu sempre admirei. Eu não achava Honest e Candid inferiores, não, eu nunca faria isso, mas Simple era o líder e isso é impressionante." Eu entendia. Era a nossa estratégia, Simple tinha os holofotes sobre si, não o Simple real, ele nunca gostou de aparecer, ele sempre foi distante. A personalidade mais próxima da dele era 'Candid', calado e introspectivo.
"Você nunca o quis por que isso te daria status? Afinal todas as fêmeas o queriam." Eu perguntei, ela ergueu as sobrancelhas.
"Como sabe disso?" Ela perguntou, eu sorri.
"Dezessete. Nem sempre eu e Dezesseis estamos sozinhos." Eu disse, ela acenou. Depois de anos e anos me passando por outra pessoa, era brincadeira de criança enganar qualquer um.
"E vocês conversaram sobre Simple. E sobre mim." Ela disse, eu balancei a cabeça dizendo que sim.
"Exato. Sobre Simple, sobre Candid. Sobre tudo." Eu disse, foi a vez dela concordar com a cabeça.
"Eu e Honest, bom, parece que não existe eu e ele." Ela disse, eu segurei sua mão. Candid e Simple deviam ter inventado uma história, eles não iam desistir de mim.
"E já existiu?" Eu perguntei, ela alisou os calos da minha mão. As mãos dos primatas eram as mais calosas, eu custei a me acostumar com isso.
"Acho que não. Não houve tempo e quando ele voltou nesse corpo, ele corria de mim. Quer dizer, ele se afastou de todos, não só de mim." Eu me afastei por que não havia certeza de que eu viveria. E eu estava certo em me afastar, afinal, Doze tomou o controle do corpo e eu deixei de existir por quase dois meses.
"E eu queria tanto falar com ele! Eu só queria isso, Modest, só falar com ele." Ela disse, eu a abracei. Ela me abraçou, eu enchi meus pulmões com seu cheiro, o cheiro que eu amava.
"Modest?" Ela afastou o rosto, eu sorri.
"Você e Dezesseis. É sério?" Eu fiz que não com a cabeça.
Que de foda, eu poderia deixar de existir a qualquer momento, não era pra eu estar ali. Gabriel parecia muito preocupado, ele queria me examinar, o que significava que não esperavam que eu pudesse voltar.
"Por que a pergunta?" Eu perguntei, Lunna me abraçou.
"Por que seus olhos parecem gostar de mim. Parecem me conhecer, parecem os olhos dele. E ele..." Eu ergui seu queixo, eu não podia deixá-la dizer que eu morri.
"Eu gosto de você." Eu disse olhando no fundo dos lindos olhos escuros dela e a beijei.
Lunna se afastou.
"Não. Eu fiz algo parecido com Rom e Daisy nunca mais foi a mesma comigo. Dezesseis não merece isso." Ela disse, desceu do galho e começou a correr. E isso foi um erro da parte dela, pois atiçou meu instinto predador. Eu saltei e corri atrás dela, não demorou muito, eu a alcancei e me joguei sobre ela. Ela caiu de cara no chão, mas se virou e me deu um soco, um bem forte, quase quebrou meu nariz. Eu sorri e segurei as mãos dela.
"Diga que não me quer e eu te solto, mas não por causa de Dezesseis." Eu disse e lambi o pescoço dela.
"Você não entende, Modest. Você não sabe o que é viver ao lado de uma pessoa toda a vida e só perceber o quanto essa pessoa era especial depois de perdê-la. E aí, do nada, essa pessoa volta e não quer nada contigo." Ela disse, eu entendia, mas não era hora para pensar nisso. Por que eu poderia sumir de novo a qualquer instante e então, eu tinha de viver cada segundo como se fosse o último.
"Eu não posso mudar o que aconteceu, Lunna, eu só consigo pensar no agora. E. Agora. Eu. Estou. Sobre. Você." Eu disse com meus olhos nos dela, ela piscou.
"Mas Dezesseis..."
"Eu já disse, Lunna. Diga que não me quer e eu saio de cima de você." Eu disse por que sentia o cheiro de excitação dela, era um cheiro delicioso.
"Você não entende! Eu não conheço você. Eu quero Honest! Não você. Mas quando eu te olho, ainda parece que ele está aí. Seus olhos estão tão quentes como os dele eram." Eu não podia enganá-la mais, mas eu a beijei. Por que quando ela soubesse, ela iria embora. E poderia chamar o Cam.
Lunna, no entanto correspondeu ao beijo e eu soltei suas mãos. Ela desfez minha trança e eu aprofundei o beijo chupando os lábios dela, Lunna alisou minhas costas. Eu nos virei, dando a ela a chance de correr, a chance de ir, mas ela não afastou seus lábios dos meus, ela continuou me beijando e me tocando. Eu apertei sua bunda e rosnei em sua boca, era muita vontade, muito calor.
Ela puxou minha blusa para fora eu ergui os braços e aproveitei e tirei a dela. O sutiã preto de renda me excitou tanto que eu o rasguei, assim como fiz a saia que ela usava em pedaços enquanto sugava um seio pequeno e rijo.
Ela ficou nua, eu tirei a calça rapidamente, Lunna me olhou e eu tive um pouco de vergonha. Antes eu era bonito, agora, eu tinha uma pele branca e um pau rosa. Nada de pele bronzeada e lisa, só a brancura sem graça e ainda era peludo! Ela sorriu quando eu me deitei e ela veio por cima de mim. Estávamos no chão da mata!
Lunna guiou meu pau em sua entrada, eu guinchei quando entrei nela, ela rosnou. Eu puxei seu rosto para o meu, ela me beijou, mas afastou a boca para gemer quando eu me mexi dentro dela.
"Isso é tão bom! Eu não estou sozinha." Ela sussurrou e eu a beijei com carinho. Eu também não estava sozinho mais, pelo menos pelo tempo em que ficássemos ali.
Lunna se mexeu, eu rosnei, ela ditou o ritmo, eu a acompanhei. Ela me beijou mordendo minha boca, eu apertei sua bunda enquanto nos mexíamos num ritmo forte, mas lento. Eu entrava e saía com força, ela era muito apertada, os músculos dela me prendiam, sua pele interna esfregava meu pau, era uma loucura.
Eu sei que não devia fazer aquilo, mas eu a levantei e nos virei, Lunna não se importou em ficar com as costas no chão duro, eu a penetrei de novo, ela abriu bem as pernas para eu entrar. E aí eu ditei o ritmo. Eu entrei e saí com força e rapidez, Lunna rosnou e me enlaçou com as pernas, me prendendo dentro dela, a fricção ficou ainda mais deliciosa, eu guinchava, ela rosnava, parecíamos dois animais, no chão, no meio do mato. Eu mordi seu pescoço com força, ela enfiou suas garras nas minhas costas, eu estava totalmente preso a ela, desde nossas bocas até as genitálias. Eu senti o gozo vindo, Lunna me apertou mais forte com seus músculos vaginais e tremeu, eu gozei. Os jatos foram saindo, sua buceta toda tremia, ela gritou e eu também. Nós estremecemos juntos e eu fechei os olhos.
Agora, Doze podia tomar o controle para sempre, eu tinha sentido a felicidade de uma vida toda naqueles poucos segundos.

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