CAPÍTULO 49

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Eu corria como o vento e dava alguns pequenos saltos, Sheer corria atrás de mim, eu sorri. Era tão bom ser perseguida! Eu diminuí a velocidade e ele se jogou sobre mim, mas antes que eu batesse meu corpo no chão, Sheer nos virou no ar e eu acabei por cima dele. Ele rosnou de dor, eu ri, ele começou a rir também.
E é lógico que ele parou de rir primeiro e me encarou, eu baixei meu rosto e nos beijamos. Estávamos aprendendo como deixar aquilo melhor, Sheer roçou seus lábios nos meus, chupou e até mordeu, me fazendo ficar quente e o meio das minhas pernas latejou.
Ele desceu a boca para meu pescoço e mordeu, eu rosnei e dei mais espaço para ele continuar. Mas ele tinha outras idéias, virou o corpo e acabou por cima de mim. Ele teve o cuidado de não pesar sobre meu corpo e foi uma coisa boa. Sheer lambeu meu pescoço e desceu a boca para os meus seios. Ele mordeu um e depois o outro por cima da blusa que eu usava, eu o empurrei para tirar a blusa, ele ficou de pé e tirou sua roupa. Estávamos bem no meio da Zona Selvagem longe das casas de lá. Eu tirei minha saia e a calcinha, Sheer rosnou baixo quando eu fiquei nua. Ele me olhou e eu vi que os olhos dele estavam meio roxos.
"Eu vou me controlar, Missy, não precisa ter medo." Ele disse se abaixando e tocando um seio meu. Eu fechei os olhos, era tão bom. E eu e ele nos tocamos e nos beijamos várias vezes, eu também beijei o pescoço e o peito dele, Sheer era muito forte, seu peito era duro e seus mamilos eram pequenos. Ele rosnou quando eu mordi a pontinha de um, eu me senti feliz por ver que ele estava se sentindo tão otimamente como eu estava. E então veio a hora em que ele chupou a minha buceta. Ele fez isso bem devagar, pareceu que se passaram horas com ele fazendo aquilo, eu rosnava e então, eu senti que estava me desfazendo, minha cabeça até latejou. Eu gritei, Sheer rosnou e veio por cima de mim e me penetrou. Não foi dolorido, na verdade, acho que uma das coisas mais gostosas foi quando o pau dele entrou em mim. Eu me senti esticada e cheia, ele estava todo entalado e aí quando ele se mexeu! Meu Deus! E estava só começando! Ficamos assim nos mexendo devagar, cada vez fazíamos de um jeito diferente procurando saber o que era mais gostoso. Até que aquela sensação poderosa me tomou de novo me fazendo estremecer toda e me esticar. Sheer também sentiu algo parecido e ele rugiu. Eu sorri para ele, Sheer tinha os olhos cheios de lágrimas vermelhas enquanto eu sentia que ele derramava algo quente dentro de mim. Ele descansou o rosto no meu pescoço, eu o abracei apertado e nessa hora eu agradeci. A Deus? Não sei, talvez, eu só me senti tão feliz que eu parei de me preocupar com o dia seguinte, só isso.
Nós fizemos de novo, dessa vez Sheer se sentou e eu me sentei com as pernas abertas sobre o pau dele, foi mais fácil ainda, eu quis ir devagar, Sheer não deixou. Ele subiu e desceu meu corpo no pau dele, rápido, muito rápido e com força até ele rugir e me abraçar apertado. Depois aí sim ele me deixou me mexer como eu queria no colo dele. E ele me beijou com carinho, tanto carinho que quando eu estremeci, ele ainda me beijava e eu mordi a boca dele. Eu usei as presas, não consegui evitar, e a boca dele sangrou. Sheer me chamou de gatinha selvagem e nós rimos.
Depois de um tempo, o meio das minhas pernas doeu e ele parou, se deitou no chão e me colocou sobre ele, eu fechei os olhos, só fechei, eu não dormi, mas ele sim. Ele ficou mole, eu fiquei com medo, por que eu o chamei, mas ele não acordou.
Então, eu me concentrei e fiz uma coisa que minha mãe tinha falado pra eu não fazer, mas eu estava com muito medo, então eu fiz.
Eu me concentrei e toquei o rosto dele, mas eu só vi escuridão. Eu olhei em volta e o escuro me deu medo, afinal eu sempre enxerguei no escuro, mas nunca foi como aquilo. Eu andei alguns metros e fui me acostumando, quando o medo passou, eu me senti bem. Me senti feliz, eu comecei a sorrir e depois eu ri. Ele estava feliz e eu também, eu respirei bem fundo e consegui ver a minha volta, eu tinha saído da cabeça dele. Eu me aconcheguei nele e dormi.

Darkness finalmente foi embora e eu pude ir para a cela de Simple. Se eu fosse ser sincero eu admitiria que eu era um fodido. Por que aquele filhote era um chute muito forte nas bolas, mas eu me preocupava com ele, a ponto de querer ir até sua cela mesmo com Darkness ainda em Fuller. Eu não sei por que eu gostava tanto dele, ou por que eu fazia tudo o que ele mandava, ele dizia que arrumaria uma fêmea Espécie para mim, mas eu não acreditava nele. Eu conhecia todas. Elas não queriam acasalar e nada seria capaz de fazê-las mudar de idéia. Ainda assim eu fui até a cela dele, abri a porta e entrei. Ele estava na cama com os olhos fechados e imóvel como um morto. Ele estava prendendo a respiração, ele sempre fazia isso quando estávamos sozinhos, uma das primeiras coisas que eu aprendi era que ele respirava muito pouco. Simple vivia num mundo sem ar, ele ficava horas sem respirar, acho que por causa de seu super faro, ou ele era um masoquista de merda.
"Simple." Eu chamei, ele me ignorou.
"Vou reportar isso se não me responder. Vou ligar para Darkness e contar o que você faz." Eu o ameacei. Uma ameaça vazia, Darkness não acreditaria. Ele continuou imóvel.
"Gabriel disse que não dá pra fazer, mas podemos encontrar outro jeito. Você não pode ficar assim, porra!" Eu me desesperei.
"Simple, abra a porra desses olhos ou eu vou..." Ele abriu os olhos de repente, eu rosnei, me assustou.
"Vá embora." Ele disse, eu sorri. As merdas que ele fazia não me atingiam.
"Vamos continuar procurando. Bill falou de McKay. Eu vou para onde ele mora, eu o trago!" Eu disse, Simple se sentou. Ele inspirou profundamente por algumas vezes com os olhos fechados, eu esperei, ele estava se familiarizando com o cheiro de todos ali e nas cidades próximas. Do mesmo jeito que ele ficava sem respirar uma parte do dia, quando estava respirando ele sentia tudo e todos em seu raio de atuação. Era um puta raio, muitos e muitos quilômetros.
"Eu não posso libertar Adriel. Eu não posso colocar outros em risco, o próprio Honest comeria meu coração se eu fizesse isso." Ele disse, eu baixei meus olhos. Ele sofria por seu irmão, o meu, nem sabia que éramos irmãos.
"Você se sacrificaria, não é? Era isso que você iria oferecer, mas acha que não seria suficiente." Eu disse, Simple assentiu.
"Me matar não seria suficiente. Ele iria querer outra coisa. Seus irmãos morreram, sua mãe está praticamente morta também." Ele disse eu fiquei em silêncio. Não havia o que dizer, Simple voltou a se deitar, mas me puxou para deitar com ele. Eu me deitei de frente para Simple, ele me deu um beijo nos lábios e voltou a fechar os olhos. Ele segurou uma das minhas mãos e ficamos assim. Eu me sentia necessário ali, como se só minha presença já o animasse, então eu também fechei os olhos. Eu não dormiria, minha mente ficou revirando tudo o que eu sabia sobre Adriel.
Simple chegou a Fuller e me contou um monte de coisas, achando que depois era só me mandar esquecer, mas não funcionou. Eu não seria burro de contar que não estava funcionando, então quando ele dizia: 'esqueça tudo, Bravery.', eu balançava a cabeça como se estivesse obedecendo, mas aí, um dia eu disse algo que ele tinha me contado e mandado esquecer, ele descobriu que eu me lembrava de tudo. Simple então, decidiu confiar em mim e continuou me contando as coisas.
E uma das coisas que ele me contou foi a história de Adriel.
Adriel não tinha sido feito em proveta, Adriel tinha nascido do primeiro Nova Espécie com uma humana. Esse Nova Espécie não foi criado por ninguém, ele foi encontrado vivendo num lugar ermo e foi aprisionado por Mercille, que era uma fabricante de armas na época. Isso tudo foi antes das guerras mundiais, havia uma relativa paz no ocidente, mas no oriente médio a coisa mudava muito de figura, e para lucrar com isso, Mercille decidiu criar uma fachada para fabricar armas por debaixo dos panos e então se tornaram a Farmacêutica Mercille. Eles desenvolviam armas das mais variadas e também remédios. E tinham toda uma divisão científica de ponta muito a frente da ciência conhecida. Tinham muitos homens poderosos em sua folha de pagamento, e espiões por todos os lados. Não foi difícil ficarem com esse Nova Espécie.
Simple disse que não há como descrever a aparência desse Nova Espécie, que isso era algo que eu não poderia entender e eu concordei, eu preferia não entender tudo, mas saber a história.
Simple disse que o tal Nova Espécie 'morreu' quando Adriel nasceu. Simple fez aspas quando disse 'morreu', eu percebi que isso, o modo como ele morreu, era uma das coisas que eu não entenderia.
Esse Nova Espécie teve três bebês com a humana. O primeiro, Adriel, nasceu grande e forte, sem asas. Os outros dois, Damien e Demian, eram gêmeos univitelinos, eu perguntei como assim, univite... O que? Simple explicou que gêmeos univitelinos eram gêmeos que cresciam de um único ovo. Que ele e os outros dois eram isso, que os três vieram de um único ovo, por isso eram igualzinhos e que os irmãos de Adriel também eram assim. Que Adriel veio de um ovo sozinho e os dois vieram de só um ovo, que a mãe deles, a tal Fiona, ficou grávida duas vezes com pouco tempo entre as gestações.
Eu não vi Tammy grávida deles, mas um dos oficiais, Wood, disse que viu, que foi a coisa mais assustadora que ele já tinha visto, que a barriga dela ficou gigante e que Valiant passou os meses da gestação se borrando de medo.
Voltando aos irmãos daquele filho da puta, Simple disse que nasceram doentes, mas vivos e que Samantha, a segunda cientista chefe de Mercille cuidou deles e lhes ministrou drogas e eles se desenvolveram. Mas quando fizeram dez ou onze anos, eles quase morreram. As asas. Eles não conseguiram aguentar o surgimento delas, se contorceram de dor e sofrimento.
Adriel não passou por esse sofrimento, suas asas despontaram sem problema. Eu perguntei se saíram asas de passarinho das costas dele, Simple tinha sorrido e dito que não, que foi como se dois braços compridos e finos começassem a crescer nas costas dele, colados em suas omoplatas. Eu nem sabia que osso era, Simple me mostrou. E pra mim, fez sentido. Essas tal omoplatas são aqueles ossos planos das costas da gente, ficam unidos ao osso de nossos braços. Simple explicou que primeiro esse osso cresceu e depois se formou uma película de pele sobre ele. Daí depois dele totalmente grande as penas cresceram. Simple disse que para Adriel não houve sofrimento algum, que todo o processo aconteceu no espaço de um mês.
Mas seus irmãos, não. Cada um desenvolveu uma asa só que cresceu nas costas deles em meio a muito sangue e dor até que quando eles estavam quase mortos, Adriel passou a mente deles para dois cachorros.
E foi assim que a idéia dos Chips nasceu. Samantha fez um acordo com Adriel e ele aceitou ser preso. Ele deu a ela dez anos para desenvolver uma tecnologia que possibilitasse que os irmãos dele pudessem viver num outro corpo.
Eu perguntei por que Adriel não os passou para outro corpo, Simple explicou que Adriel fez o que fez num impulso, sem saber o que estava fazendo, ele era só uma criança. Não tinha controle de seus poderes, ele tentou fazer de novo, mas as mentes de seus irmãos gritavam na mente dele, ele chorava e tinha convulsões.
Samantha era como uma mãe para ele, ele não tinha contato com Fiona na época, foi muito fácil convencê-lo. E é claro que ela o traiu. Ele tinha um grande poder mental, mas era fraco, não foi difícil isolá-lo num lugar ermo e deixá-lo lá sedado por décadas. Ela sempre aparecia, o revivia e pedia mais tempo, ele concedia, a sedação o incapacitava. Simple acha que a mente dele suprimiu a sedação, ele conseguiu fazer sua mente funcionar e quando ela veio, ele a sugestionou e ela o soltou. Tudo estava muito diferente do mundo que ele conhecia, Samantha usou Fiona para controlá-lo, dizendo que a mataria. Adriel não quis fazer parte da vida dela, ela estava bem, estava feliz, não era como se pudesse simplesmente morar numa casa de subúrbio humano com ela, ele tinha asas! E Samantha também tinha os irmãos dele. Simple demorou muito para descobrir como ela os conservou durante todo aquele tempo, mas ela o fez. Ela os mantinha cada um em uma mente de um humano, um humano incapaz, daqueles que parecem crianças grandes. Ele disse que ela era uma puta muito inteligente por ter conseguido fazer isso.
E Samantha o colocou para morar com Isaac e Rebbeca. Ele se apaixonou pelos dois, mais por Isaac do que por Rebbeca. E depois de um tempo Adriel teve Missy e os gêmeos com Rebbeca e como eles eram clones, precisavam de uma fórmula para viverem. Mais uma vez Adriel ficou nas mãos de Samantha.
E então, Adam, Noah e Rom, os clones de Vengeance, também precisaram da tal fórmula de Samantha e o pai de Cassie, aquele humano ruim da porra, fez contato com Samantha e ela acabou ficando com os clones. E Adriel colocou seus irmãos na mente deles, mas não deu muito certo, a mente dos clones era poderosa. Eles retomavam o controle, não era sempre, mas os irmãos de Adriel não tiveram como tomar o corpo dos clones por completo.
Simple explicou que quando os clones quase morreram os irmãos de Adriel ficaram muito debilitados e a única chance de não morrerem seria voltar para a mente dos humanos, Simple sabia disso, então mesmo sem querer teve de matar os pobres humanos, para evitar que Adriel voltasse a mente de seus irmãos para os corpos deles. Adriel então, os colocou em lobos. Simple disse que monitorou os lobos, mas que eles morreram. A mãe deles, a tal Fiona estava com sua mente dividida entre seu corpo e um coelho. O coelho tinha morrido, Fiona estava presa em Fuller também. Ela era pouco mais que um vegetal, eu mesmo já tinha ajudado uma enfermeira a cuidar dela. Ela não falava muito, quando falava era sobre seus filhos, ela os chamava de Caesar e Julius. Simple disse que ela não gostou dos nomes que Samantha deu e chamava Damien e Demian por esses nomes.
"Acha mesmo que os irmãos de Adriel morreram?" Eu sussurrei para Simple.
Simple não abriu os olhos para responder:
"Não, eu não acho que morreram. Eu passo horas e horas revisando tudo, procurando entender como aqueles lobos morreram. E só consigo concluir que eles saíram dos lobos." Eu estremeci de medo, Simple sorriu, ainda sem abrir os olhos.
"Fiona queria os filhotes de Grace, Bravery. Grace não tinha controle sobre sua vidência, mas sentiu que tinha de matar Fiona, tal o desespero e a urgência que sentiu. Grace a esfaqueou. Storm e Tempest são univitelinos. Como Caesar e Julius eram." Eu me sentei, meus instintos me deixavam mal quando falávamos dessas coisas.
"Ainda bem que ela não conseguiu." Eu disse, Simple continuou com os olhos fechados.
"Ela não conseguiu, não é?" Eu perguntei, Simple suspirou.
"Fiona não tinha capacidade de fazer isso, mas ela achava que eles, que Caesar e Julius poderiam fazer. E se ela achava, era por que alguém disse a ela. Eles estavam na Reserva, estavam nos lobos, quando dois pares de gêmeos univitelinos nasceram, com poucas semanas entre seus nascimentos. Eu só posso vigiar, Bravery. Eu só posso vigiar." Ele disse, eu fiquei em silêncio.
Simple não gostava que eu fizesse muitas perguntas, ele nunca falava tudo. Eu não via muita diferença entre todos os gêmeos, para mim, se fossem machos, eram iguais. Os irmãos de Simple, James e Joe eram iguais pra mim, o cheiro deles era muito parecido. Os gêmeos de Slade eram igualzinhos, os de Honor e os de Noble também eram. Mas os de Slade ainda não tinham um ano, já os sobrinhos de Simple tinham quase três anos. Ele falava deles então. Eu senti o medo em sua voz.
"Eu ajudo a vigiar. Diga o que tenho de ver, como devo vigiar e eu vigio." Eu disse, Simple ficou de pé.
"Por enquanto não será preciso, mas não vou recusar sua oferta e te agradeço. Você é um ótimo amigo, eu amo você." Ele disse, eu senti que era uma despedida.
"Simple..." Ele deixou uma lágrima escapar por seus olhos eu engoli em seco já sentindo minha garganta fechar.
"Talvez haja um jeito. Adriel está preso em sua própria mente, eu posso tentar fazer com que ele atraia a minha mente para a dele, e se isso acontecer, se eu continuar consciente posso dar um jeito de enganá-lo. Se não conseguir, isso não vai soltá-lo, ele continuará preso e eu morrerei, mas é uma tentativa."
Eu balancei a cabeça energicamente, eu ia gritar, Simple me encarou, ergueu uma sobrancelha e eu fiquei preso nos olhos dele, minha voz não saiu. Eu gritei desesperado em minha mente, eu tinha de chamar o Candid ou Vengeance!
"Calma! Você precisa entender que não há outro jeito." Eu tentei fugir do olhar dele, mas não tive forças. Ele me me abraçou, eu estava imóvel. Simple alisou meus cabelos para trás e cheirou meu rosto. Era mesmo uma despedida, a única coisa que se movia em mim eram meus pulmões e meu coração, cada batida doía no fundo da minha alma.

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