CAPITULO 34

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Eu fui para o churrasco do meu tio depois de limpar a cabana de Sim de cima a baixo. É claro que o olhar de águia dele acharia alguma coisa, algum mínimo cantinho sem limpar e limparia tudo de novo se estivesse ali, mas ele não estava.
Ele estava cuidando de Hon e isso era bom, o ajudava a passar o tempo e me deixava mais aliviado. Simple não era médico por que não quis ser, mas ele era curioso, não deixaria Bill fazer nada com Hon sem que Bill explicasse o mínimo procedimento.
Eu entrei na casa e dei de cara com Dezesseis. Ela sorriu e se aproximou, era pra eu me excitar, mas eu estava chateado com tudo e meu pau estava bem mais exigente. Ou queria outra pessoa, mas isso era algo que eu não queria investigar a fundo.
"Oi, Candid. Como Honest está?" Eu sorri, pensando no que dizer. Ela cravou seus olhos em mim, eu dei de ombros.
"Sedado. Estamos meio que fazendo uma 'manutenção' no chip dele." Era melhor dizer uma parte da verdade do que mentir.
"Mas isso já tem um bom tempo. Por que estão demorando tanto?" Dezesseis perguntou e eu suspirei. Era por isso que a mentira era melhor. A verdade era um perigo. Você dizia uma verdade e ia dizendo outra e outra e logo você estava só falando a verdade, uma lástima. Eu ri internamente desse pensamento. Eu estava fazendo muito isso ultimamente. Piadas internas. Pra quando você estivesse se sentindo um merda, mas não quisesse parecer um merda.
"Está levando mais tempo do que eu imaginei, mas Michael e Bill estão me ajudando. E você sabe que o Honest que te... Bom, o Honest que vinha aqui era o Doze, não é?" Ela deu um passo para trás.
Eu devia ter mentido.
"Como assim?" Ela pegou no meu braço com mão de ferro, atravessou a sala, me fez sentar numa cadeira num canto e cruzou os braços. Ela era parecida demais com tia Marianne.
"É complicado." Eu disse.
"Está me chamando de burra?" Dezesseis perguntou e eu me perguntei por que nunca passei um tempo com ela. Ela era intensa.
"Ele? Chamando minha princesinha de burra? Não, querida, você ouviu errado." Do nada, Quinze apareceu me olhando com um olhar muito feio, eu tive minha resposta do porquê nunca me aproximei dela. Eu não era burro o suficiente para isso. Quinze era uma super versão do meu tio, somado à agressividade da minha tia.
"Ela está me perguntando sobre Honest, mas até eu que sou médico não entendo tudo muito bem. E é difícil de explicar." Eu disse Dezesseis assentiu.
"Só me diga que ele vai ficar bem." Era a pergunta de milhões. Por que Honest não estava bem. E eu e Simple sentíamos que ele poderia nos deixar e não conseguíamos aceitar isso. Rebbeca chegou, foi engraçado Quinze olhar para ela e estreitar os olhos para mim. Ele ainda tinha alguns hematomas da luta com Nove, o pai. Silent disse que deu empate e que Quinze estava disposto a continuar lutando, mesmo com um corte grande na barriga, o que me fez lamentar estar sentado quando me lembrei disso. Nove, o pai, era gigante, forte e sanguinário. Quinze ter lutado com ele e não ter morrido era um feito e tanto. Rebbeca sorriu para ele, ele ajeitou a camisa no corpo, mostrou sua cueca para mim, eu não entendi por quê, e foi até ela.
"Talvez deva ser você a me dizer isso." Eu disse, afinal ela via o futuro. Dezesseis olhou para Noah que conversava com Adam e Chimes do outro lado da sala, Noah sorriu para ela, ela bufou.
"Eu não sou como o meu tio clone. Ou como o tio Peter, ou a tia Grace, ou..." Ela olhou para Harrison que estava na cozinha comendo. Ele nos encarou, sorriu, depois encheu a boca de carne.
Eu não tinha paciência com ele, ele era um cuzão de propósito.
"Como você é?" Eu perguntei firmando os olhos nela, não muito, ela era muito bonita.
"Eu te vejo encontrando um objetivo hoje mesmo, algo que vai te ajudar a ter esperança. É assim que eu sou."
Eu assenti em silêncio, ela se afastou. Eu cheirei a cadeira, era uma chaise na verdade, o cheiro do meu tio estava ali. Era um cantinho de leitura, como os humanos chamavam. A diferença era que não havia a luminária que esses cantinhos sempre tinham, meu tio não precisava. Era um pouco afastado do centro da sala onde ficavam os sofás e as cadeiras, era como meu tio gostava, ele via tudo, mas de uma certa distância. Eu poderia ficar um pouco ali, afastado das pessoas, pois meus pensamentos estavam me sufocando.
E então Nove, o pai, e Gabriel passaram pela porta. Tia Marianne se esticou toda e foi recebê-los, ela não gostava de Gabriel e fez questão de mostrar isso em seu olhar enquanto os dizia para ficarem a vontade. Gabriel sorriu de um jeito humilde, Nove, o pai, sorriu mostrando as presas, um bonito sorriso que a fez os levar até a cozinha e os deixar perto de Harrison. Harrison ofereceu comida, Gabriel aceitou e começou a fazer um prato, Nove olhou em volta, me viu e foi até onde eu estava.
"Todos são da família de Vengeance?" Ele perguntou se agachando para ficar a minha altura, eu me afastei um pouco na chaise, ele se sentou. Ele e eu nunca fomos muito amigos, eu o via como alguém que meu irmão amava, mais um.
"Biologicamente, não, é claro, mas afetivamente sim e ainda falta gente."
Ele olhou em volta e parou os olhos em Dezesseis. O cheiro dela foi um dos cheiros que ele captou em mim quando eu fui buscá-lo no hospital psiquiátrico.
"Ela é linda, não é?" Eu o provoquei.
"Sim, ela é. Eu entendo Adriel ter gostado dela." Adriel o visitava no hospital, eles tiveram uma certa amizade também.
"E Bronzy não demora a chegar." Eu disse, ele se mexeu na chaise. Silent devia ter feito aquela cadeira, provavelmente meu tio se deitava nela com minha tia, mas nós dois estávamos testando a resistência dela.
Nove, o pai, ficou em silêncio por um tempo, eu também.
Bronzy. Simple se apaixonou por ela, mas a droga que permitia que ele a tocasse era viciante e ele teve de deixar de tomar.
"Seu irmão e ela..." Nove, o pai, começou eu balancei a cabeça.
"Honest estava tentando melhorar a droga que usávamos, era uma merda viciante e doía pra caralho. Simple decidiu se afastar." Eu contei.
"Isso a magoou?" Ele perguntou e eu percebi que não sabia responder. Eu nunca me aproximei muito de Bronzy, acho que eu não tinha muito saco para a pureza dela. Que ironia! Ann Sophie era ainda mais pura. Bronzy tinha feito uma ou outra coisa errada, como ajudar o pai de Patrick a chantagear Sarah.
"Eu não sei." Eu disse num tom que encerrava o assunto, Nove, o pai assentiu. Ele ficou alguns segundos olhando para meu tio e me encarou.
"Você sabia?" Ele perguntou, eu balancei a cabeça negando. Quando Gabriel me contou eu não fiquei surpreso. Fazia muito sentido. Eu olhei o olho azul dele, era um olho azul intenso, o olho castanho era mais claro, quase dourado. Fisicamente não havia nada que indicasse o parentesco e isso era extraordinário. Mas meu tio sempre foi incrível de tantas formas, no fim e ao cabo não era nada demais.
"Uma grande e feliz família. Acho que é o desejo de todos nós, não é?" Eu disse de forma debochada, ele fechou a cara.
Mas Breeze chegou e ele se mexeu, eu acabei passando minhas pernas por cima do colo dele e me deitando, ele se ajeitou. Devíamos estar parecendo um casal de namorados gigantes, papai iria rugir quando nos visse.
Ela o encarou, ele piscou, ela foi para o jardim.
"Vá logo, estamos dando pinta." Eu disse, era outra piada interna, ele empurrou minhas pernas, se levantou, mas não saiu do lugar. Ficou ali, um enorme macho, forte como uma montanha que parecia paralisado de medo.
Eu me levantei e o peguei pelo braço, era hora dos dois pararem de besteira.
Breeze foi até a piscina e se sentou na borda deixando suas pernas dentro da água ela usava uma tornozeleira que brilhava quando ela balançou as pernas. Ela vestia um short e uma camiseta, tudo de muito bom gosto, estava um clima ameno. Breeze gostava de se sentir bonita e elegante e ela era o ápice da moda entre as fêmeas.
Eu estava de bermuda então me sentei como ela, ela segurou minha mão.
Nove, o pai, ficou parado, mas acabou se sentando como nós, molhando sua calça jeans.
Ela o encarou, mas não disse nada, nesse momento uma brisa passou por nós e fez os bonitos cabelos dela se mexerem eu vi nos olhos de Nove, o pai, que ele estava ligando a brisa ao nome dela e a ela. Muito romântico, mas meio meloso na minha opinião.
Ela sorriu, ele também, devia ser algo deles. Eu limpei a garganta, eu era alérgico a baboseiras românticas.
"Que tal Nove Pai te dar uma pegada forte como ele mesmo, sem se passar pelo nosso Nove na cabana de Sim? Lá está tudo limpo, impecável. E aí depois de..." Eu olhei para Nove, o pai, ele sorriu e completou:
"Depois de algumas horas." Eu ri, Breeze não disse nada, só esperou, então eu terminei:
"Depois de algumas horas, vocês conversam sobre o nome do bebê e onde vão morar?"
Breeze olhou para frente, eu olhei em volta com medo de que ela magoasse Nove, o pai, e vi que Peter nos olhava curioso. Ele ouvia corações, isso significava que o coração de Nove, o pai, devia estar quase explodindo.
"Você não vai tomar um nome?" Ela perguntou, eu fiquei pensando o que aquilo significava.
"Nove queria que eu me chamasse Jacob." Eu bufei, Breeze me ignorou.
"Mas Nove não se chama Jacob?" Ela perguntou e Nove, o pai, riu.
"Os gêmeos não gostam desse nome, queriam que Valiant escolhesse um nome para ele. Nove então, perguntou se eu não podia ficar com o nome de Jacob para que Emma não ficasse triste. Eu disse que ia pensar, embora meu nome seja Cinco. Mas já fazem mais de cinquenta anos que eu disse que me chamava Nove e me chamam assim." Breeze acenou. Um nome era importante para ela.
"Não acho que você tem cara de Jacob." Eu disse, ele me olhou com um certo desprezo. Ele era outro que amava Simple e só gostava de mim por que eu era irmão dele. E eu ali tentando ajudar o idiota a foder a Breeze!
"Que se foda." Eu disse e ia saindo, Breeze me segurou pelo braço. Eu voltei a me sentar.
"Emma não ficaria chateada se você não adotasse o nome Jacob. E o outro Nove deveria se impor e dizer que quer que Valiant escolha um nome para ele." Ela disse, eu tentei não revirar os olhos. O que importava um nome idiota?
"Se você fosse me dar um nome, qual seria?" Nove, o pai, perguntou e eu prendi a respiração. Que jogada de mestre!
Breeze sorriu sonhadora e eu sorri maldosamente para ele, talvez não fosse tão inteligente assim deixar ela dar-lhe um nome.
"Um nome Nova Espécie?" Ela perguntou, Nove, o pai, sorriu e assentiu. Ela ficou um tempo olhando para ele, eu não queria me sentir ansioso, eu era só um expectador ali, mas eu fiquei.
"O que você acha de Wide?" Ela perguntou e eu ergui as sobrancelhas. Grande, largo. Meu Deus! Era perfeito. Eu sorri, Nove pegou um celular, discou e quando atenderam, ele disse.
"Meu nome agora é Wide." Ele ouviu e eu queria tanto falar com Sim, mas o que Nove, o pai, estava fazendo era muito errado, haviam detectores de sinal de celular ali. E estavam em rede com Fuller, ordem de Darkness.
Ele desligou e guardou o celular.
Eu não quis estragar o momento, Breeze estava sorrindo, ele estava sorrindo.
"E agora, que tal a cabana?" Eu sugeri, Breeze ficou séria.
"Eu não sei. Nós passamos uma semana ótima, mas..." Eu olhei para Peter, ele fazia seu filhote dormir de olho na nossa conversa, o semblante preocupado. É claro que ele cairia de amores por Nove Pai, agora Wide, todos cairiam. Eu podia ver que Adam estava de olho nele e em Breeze e também Noah. Todos preocupados com o coração dele.
"Mas..." Ele fingia bem, parecia muito calmo.
"Candid falou em nome do filhote e em onde iríamos morar, mas nós estamos ainda no início, estamos nos conhecendo." Ela parecia indecisa e incomodada com algo. O que seria?
"Se eu estou certo, o plano idio..., O plano de vocês era conseguir um filhote e um companheiro. Nove te deu um filhote e a julgar pelos olhares dos ouvintes de coração daqui, lhe deu seu coração também. O que falta?" Eu perguntei, Nove, agora Wide, segurou na mão dela e disse:
"Eu sei que eu não sou o companheiro ideal. Eu sou capaz de fazer maldades e meu passado fez Adam quase enlouquecer. Mas se você me desse uma chance eu te mostraria que eu mudei, que as pessoas, todas agora são importantes para mim." Ele disse, mas o olhar de Breeze era estranho.
"O problema não é Wide ser um filho da puta, não é? Sem ofensa, Wide, você era um filho da puta cruel."
Ele rosnou para mim.
"E ainda posso ser por alguns instantes. Não confunda meu amor por seu irmão, a te permitir a falar assim comigo." Eu assenti. Eu devia parar de tentar ajudar as pessoas. Isso era uma coisa de Hon.
"Ok. Boa sorte, então. Sempre foi o Hon que se preocupava em ajudar vocês, idiotas apaixonados, eu estava fazendo por ele, mas que se foda." Eu me levantei e estava calçando minha sandália, com tanta raiva que nem sequei meus pés, quando Wide se levantou e ficou ante mim.
"Me desculpe. Se você não estivesse aqui, eu iria jogá-la no ombro e correr para o apartamento dela." Ele disse, Breeze também saiu da piscina e pegou na minha mão.
"Eu estou me sentindo diferente. Hoje eu estou mais sensível, não sei como lidar com isso. Você estar aqui me dá uma segurança. Eu estou com medo."
Eu peguei na mão dela a levei até minha tia e perguntei onde eu poderia examiná-la, mas antes que tia Marianne respondesse, Adam ofereceu seu quarto. Era bom, por que ficava fora da casa.
Eu, Breeze e Wide subimos as escadas e entramos no quarto sem cheiro de Adam, tinha até pó sobre as coisas, Wide passou o dedo sobre a borda da Tv e sorriu.
"Sim se divertiria por um dia inteiro aqui." Eu disse ele acenou. Eu fiz sinal para Breeze se deitar e subi a blusa dela, Wide rosnou.
"Se quiser, eu chamo Gabriel. Ou Florest." Eu sorri imaginando Wide quebrando a cara de Florest. Violet voaria nele e papai iria falar pro resto da vida que sua florzinha enfrentou o macho mais forte da Reserva.
"Candid?" Eu pisquei. Meu Deus! Eu estava mal.
"Pode continuar." Wide autorizou. Eu olhei para Breeze, ele autorizar alguém tocar nela ia contra tudo o que elas pregavam, de que eram livres e ninguém tinha nada a dizer sobre nenhum aspecto da vida e corpos delas. Essa era a maior dificuldade para machos e Fêmeas de primeira geração formarem um par. Possessividade versus Empoderamento.
Eu apalpei o abdômen dela, duas semanas de gravidez e já havia um bom aumento de volume. Eu não era obstetra, passei por essa matéria sem prestar muita atenção, mas se Honest estivesse aqui ele saberia precisar até o tempo que a gestação teria.
Eu olhei para Wide e não havia nenhuma chance dele desviar os olhos para eu apalpar os seios dela, então perguntei:
"Posso tocar os seios dela?" Breeze rosnou.
"Devia perguntar isso pra mim."
"Você não arrancaria minha cabeça, arrancaria?" Eu respondi com uma pergunta, ela sorriu.
"Toque, mas evite os mamilos." Wide interrompeu nossa conversa.
Eu subi a blusa dela e toquei sua mama, parecia estar maior, mas eu não fiz uma medição prévia.
"Estão maiores." Wide disse, Breeze sorriu encantada para ele e eu me senti fora de lugar ali.
"Agora façam silêncio." Eu sabia o processo de ouvir corações, mas não via por que fazer isso, então quando eu queria ouvir, eu tinha de me concentrar.
E eu fechei os olhos tocando a barriga de Breeze e lá estava. Um som de tambor escondido entre os órgãos, músculos e pele dela. Um forte coraçãozinho. Eu sorri.
"Ele está bem, está forte. Está tudo bem com você, mas há um último exame e esse deve ser feito pela doutora Mônica, eu acho." Eu disse, Breeze enxugou uma lágrima, Wide se ajoelhou a frente da cama e beijou a mão dela.
"Qual?" Ela perguntou, eu olhei para Wide.
"Tocar seu colo do útero para saber a integridade dele, se está totalmente fechado. E seu bebê será muito maior que os outros, então isso seria bom. É claro que sua consulta propriamente dita, será daqui a duas semanas, acho que dá para esperar." Eu disse, Wide se levantou.
"Isso não." Eu olhei para Breeze, ela sorriu.
"Escolher as batalhas. Um conselho de Kit que se aplica aqui." Eu acenei.
"Eu já vou." Breeze se levantou arrumando sua roupa.
"Espere só um pouco, Candid. Eu tenho uma pergunta e acho que você pode responder. Uma pergunta que está me incomodando muito." Ela disse, Wide a abraçou, ela escondeu o rosto no pescoço dele, ele afastou o rosto e a beijou.
Eles estavam de olhos fechados, então eu revirei os olhos. Por que eu me sentia tão incomodado com a felicidade deles?
Breeze afastou o rosto, foi a vez de Wide esconder seu rosto no pescoço dela. Era incrível como o nome era perfeito para ele, tanto que não conseguia chamá-lo de Nove, o pai, mais.
"Wide pode engravidar qualquer fêmea de primeira geração?" Ele a afastou, ela olhou para mim.
"Eu não tocarei em nenhuma delas. Eu serei respeitoso, mas distante, não precisa ter ciúme." Ele disse com o rosto bem solene, mas ele não entendia a questão.
Ela me encarou, eu olhei nos bonitos olhos castanhos dela e assenti. E vi a dúvida e a tristeza.
Fêmeas pareciam mulheres, falavam como mulheres, faziam tudo que mulheres faziam, mas não eram mulheres, eram Fêmeas. E Breeze, canina, sempre iria pensar em todas as outras antes de si mesma. Eu mesmo não entendia direito esse dever que ela se auto impôs, mas eu vi nos olhos dela a tristeza.
"Eu... Eu preciso de um tempo sozinha, Wide. Um dia só. Eu preciso pensar." Ela saiu do quarto de Adam, eu segurei o braço de Wide, ele me olhou com raiva e eu vi por que se meter nessas coisas era uma furada. Ele me jogou contra a parede, mas não foi atrás dela, meu tio apareceu na porta quando ele ia sair.
"Dê tempo a ela. Só espere." Meu tio me ajudou a me levantar, minhas costas racharam a parede, eu fiquei zonzo.
"Ele te ajudou e é assim que o trata?" Meu tio disse rosnando. Wide se ajoelhou ante mim e pediu desculpas, eu dei de ombros.
"Isso é pra eu aprender a não me meter onde não sou chamado." Eu disse, piscando, minha nuca estava doendo.
"Que tal uma fêmea para te distrair? Uma loira?" Meu tio disse e eu inspirei. Ela estava num jipe vindo para a festa.
Eu sorri. Ainda estava puto por Flora me apagar e eu acordar na Reserva, sem saber como eu vim parar aqui.
Eu sai da cabana pela janela de trás e corri pela estrada. Seria uma recompensa? Eu não faria isso sempre, não tinha estômago para aquilo e a Unidade já estava a anos para trás, mas talvez uma vez ou outra eu poderia fazer alguma coisa. Por Honest.

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