"Uma bailarina no cobra kai? O que você vai fazer? Nocautear seus inimigos com uma sapatilha de ponta?"
Kim Farthald é um legado. Não sabia até se mudar para certa cidade da California que seu pai um dia fora um Cobra Kai. A garota se vê obrigada a...
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— Inacreditável! Eu devo ser um completo idiota mesmo, puta que pariu! — Escuto meu pai gritando enquanto descia as escadas em direção a sala de estar. Minha mãe o seguia apreensiva, tentando o acalmar.
— Pai? O que tá acontecendo? — Me levanto do sofá no susto ao ver o homem socar a parede.
— Filha... — Meu pai respira fundo na tentativa de controlar seu fôlego — Eu preciso que você seja sincera comigo, tá bom?
— É... Tá? Tá bom... O que foi? — O encaro curiosa com o que quer que o tenha deixado tão furioso.
— John Kreese os ensinou a finalizar seu oponente mesmo quando você já ganhou a luta?
— Sim, mas... — Ele me interrompe.
— Ele os convenceu de que na vida real, tudo se resolve da maneira mais fria possível? De que o lugar de alguém que não concorda com você é debaixo dos seus pés?
— Bom... Ele não usou essas palavras...
Meu pai nega com a cabeça, parecendo incrédulo. — Aquele velho broxa é inacreditável.
— Desculpa, mas... Isso não é o Cobra Kai? Sem compaixão?
— Não mais. — Meu pai parece enfim se controlar e voltar sua voz ao volume normal. — E não repita isso. Eu deixei aquele pau mole entrar na minha casa e na minha vida pela segunda vez... o deixei treinar a minha filha... Pra isso.
— O que ele fez de tão errado?
— Mentiu. Ele mentiu. — É a minha mãe quem responde, eu não tinha notado, mas ela parecia tão afetada quanto meu pai.
— Eu acreditei que ele tinha mudado e tentei esquecer o passado, mesmo depois dele ter forjado sua mortepor anose o que ele fez?! Convenceu um bando de crianças que o mundo é a porra de um campo de guerra em que violência é a única solução! Não é de se questionar o porque de ele ser amigo do meu pai. — O homem diz com a mão massageando sua têmpora.
— Isso quer dizer que o Cobra Kai... Vai acabar?
— Filha... Algumas pessoas merecem uma segunda chance... Johnny Lawrence merece uma segunda chance. Outras, nunca deveriam ter saído do buraco de onde vieram.
Assenti, ainda sem entender muito bem a situação. Acho que já é óbvio, mas eu não sei nada sobre o passado do Cobra Kai, então é difícil assimilar as coisas.
— Você precisa ir, Johnny está te esperando. — Minha mãe diz calmamente depois de ler algo na tela de seu celular.
Meu pai assente firmemente e beija o topo de nossas cabeças antes de sair pela porta apressado.
— Aonde ele está indo? — Pergunto, ainda encarando a porta. Eu não tinha processado tudo que tinha acabado de escutar.
