People you don't

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Precisei de um momento para raciocinar que aquele homem realmente estava na minha frente e me sentei com ele na mesa para beber muito, muito chá calmante enquanto minha mãe ia até a sala para nos dar privacidade (e escutar tudo pela porta)

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Precisei de um momento para raciocinar que aquele homem realmente estava na minha frente e me sentei com ele na mesa para beber muito, muito chá calmante enquanto minha mãe ia até a sala para nos dar privacidade (e escutar tudo pela porta)

— Eu sei que somos praticamente estranhos, mas deve se lembrar de mim. — Ele diz sorrindo. Por que seu sorriso era tão parecido com o meu? Isso era assustador e irritante.

— Lembro.

Eram memórias boas. Memórias felizes.
Todas mortas assim que meu pai me contou toda a verdade sobre suas brigas.

— Gostou da festa? — Ele pergunta — Minha esposa quem organizou, a ideia de ser a fantasia foi dela depois de ver você vestida de Medusa no seu perfil on-line.

— Você... Você me segue?

— Tá brincando? Eu sou se fã número 1!

— Meu pai é meu fã número 1. — Respondo afiada, fazendo ele suspirar.

— Acompanho sua carreira desde que você começou. Quando ganhou o programa de dança, reuni todos os meus amigos para assistir, quando estreou um filme, aluguei uma sala inteira de cinema para que mais pessoas pudessem te prestigiar, e quando participou do torneio de caratê... Eu também vi. Esperei pelo seu post comemorando a vitória, mas ele nunca chegou, somente uma nota de esclarecimento explicando sua expulsão....Bateu em um babaca, né? Eu fiquei tão orgulhoso! Olha aqui! — Ele abre sua carteira mostrando duas fotos dentro dela. A primeira era da nossa família. Minha mãe, meu pai e eu, quando eu ainda tinha uns 2 anos. A segunda era uma foto minha no torneio, em meu kimono preto e com a faixa da sorte de meu pai na cabeça. — E quando você mudou seu nome nas redes e voltou a usar o Silver eu... Eu fiquei tão feliz, pequena. — Ele segura minha mão — Me desculpe por não ser presente.

Por que a revelação de que ele estava prestando atenção em mim durante todo este tempo estava aquecendo meu coração? Por que eu me sentia culpada por julga-lo e odiá-lo pelo que ele fez com meu pai? Eu não deveria sentir nada disso.

— Assistiu mesmo o programa?

— Cada episódio.

Me peguei sorrindo e me repreendi, fechando minha expressão novamente — Mas imagino que não esteja aqui só pra me contar isso.

Ele nega com a cabeça — Vim ver um antigo irmão.

— Kreese?

Ele sorri, e de repente seu sorriso caloroso de alguma forma me causou um calafrio. Eu quase senti algo como... medo. — Precisamente. Se sabe disso, deve saber mais do que eu imaginava.

— Eu sei de tudo. Meu pai me contou.

— Claro. Eu errei. Errei com seu pai... Devia ter sido mais forte com ele.

— Mais do que você foi? — Indago, já me sentindo sem paciência. — Sabe o quanto meu pai sofreu por sua causa?

— Willian sempre foi especial. — Ele sorri de orelha a orelha.

THE BALLERINA - Cobra KaiOnde as histórias ganham vida. Descobre agora