"Uma bailarina no cobra kai? O que você vai fazer? Nocautear seus inimigos com uma sapatilha de ponta?"
Kim Farthald é um legado. Não sabia até se mudar para certa cidade da California que seu pai um dia fora um Cobra Kai. A garota se vê obrigada a...
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— MENTIRA?! ISSO É INCRÍVEL! — Grito da sala de Miguel. Eu estava tentando o ajudar a estudar, mas o ouvi contar que tinha conseguido mexer o dedo do pé em um show de rock que Johnny o levou e não consegui conter minha empolgação.
— Não cria muita expectativa, foi só um dedo. — Ele responde sem esperanças.
— Tá brincando, né? Esse é um avanço e tanto, muita gente precisa de anos de fisioterapia pra conseguir algum efeito.
— É... — Miguel abaixa seu tom de voz, parecendo não concordar muito com a ideia.
— Miguel, você vai lutar novamente.
— Como você tem tanta certeza?
— Eu só tenho.
— Obrigado, Kim. Pelas visitas, por me ajudar a estudar e por ser minha amiga.
— O benefício é meu também. — Eu sorrio, o estendendo uma barra de chocolate que eu havia comprado mais cedo. — Quer? É recheada com pistache.
— Coisa de rico, credo, quero. — Ele faz uma cara de nojo antes de pegar e comer.
Miguel resolve fazer uma pausa nos estudos e vai até seu quarto buscar os controles do seu videogame. Peguei meu celular no meio tempo e sorri ao receber o convite de uma festa a fantasia misteriosa. O panfleto dizia que o anfitrião era secreto e seria a melhor festa do ano. Antes que eu pudesse sequer excluir a mensagem, meu celular foi lotado de notificações de pessoas nos grupos estudantis ou do Cobra Kai comentando sobre o convite. Aparentemente todo mundo tinha recebido.
— Você também recebeu? — Miguel pergunta com suas sobrancelhas franzidas quando volta para a sala com seu celular na mão e seus controles em cima de seu colo.
— Sim, estranho, né?
— Quem você acha que é? — Ele pergunta, vindo com sua cadeira até o lado do sofá.
— Não faço ideia, mas eu provavelmente não vou de qualquer maneira.
— É, eu também não, nem sei por que me convidaram. Eu vou do quê? Stephen Hawking?
— Qual é... Não fala assim. — Dou risada — Você sabe que ficaria muito melhor de Professor Xavier.
— Mas eu teria que usar uma careca falsa, ia ficar horrível. E aquele cara de "Como eu era antes de você"? Sou tão galã quanto Sam Claflin, afinal.
— É... Ou daquela garota do filme "Fuja".
— Ok, você foi longe demais. — Ele ri — Sai da minha casa.
Olho o relógio e vejo que eu já precisava ir mesmo.
— Olha... Eu vou. Mas que fique claro que é porque eu quero e não porque você mandou.
— Claro. — Ele ri.
— Tchau, Miguelito, boa fisioterapia. Tchau, abuelita! — Grito para a senhora que estava em seu quarto e escuto a mesma responder em um grito também. Me aproximo de Miguel e o dou um beijo na bochecha. — Diz pra sua mãe que eu mandei um beijo.
