Strong

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Estava muito tarde para que Johnny nos levasse para a fábrica abandonada que ele tinha decidido que seria seu novo dojô, então todos iríamos pra casa

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Estava muito tarde para que Johnny nos levasse para a fábrica abandonada que ele tinha decidido que seria seu novo dojô, então todos iríamos pra casa. Meu pai e Johnny conversavam enquanto os alunos esperavam seus pais virem os buscar ou iam por conta própria, me aproximei de Eli, que estava sentado afastado em um canto, sozinho.

— Ei... — Chamo sua atenção fazendo com que ele note minha presença — Não vou perguntar se tá tudo bem, porque isso seria estúpido. — Me sento ao seu lado — Só quero que saiba que estou aqui caso precise de um ombro amigo.

O garoto volta a olhar para suas próprias mãos trêmulas — Não quero que me veja assim.

Coloco minha mão sobre a sua, fazendo-a se acalmar — Não gosto de te ver assim também. Triste e choroso... Mas você pode chorar se quiser...

— Não posso. Isso é muita humilhação. Tudo isso é muita humilhação. Quanto tempo acha que vai levar para todos descobrirem? Para que saibam que eu sou um fracote que não conseguiu se defender? Eu sou uma aberração. Sempre fui. Não sei porque tentei mudar isso.

Cada palavra era como uma facada. O moicano de Eli tinha levado toda a sua confiança com ele.

Abro minha boca para o responder, mas meu pai se aproximava falando conosco.

— Falcão... como chegou até aqui? Não vi sua moto. — Ele pergunta.

— Eu vim a pé. O estúdio de tatuagem era perto daqui e minha mãe quem tinha me levado.

Meu pai assente — Vou te levar pra casa.

— Não precisa, Will.

— Kim, querida... posso conversar um momento a sós com ele? — Meu pai pergunta para mim. Assinto e saio dali, pensando que agora provavelmente era a pior hora para fazer o que eu estava prestes a fazer, mas era necessário.

— Sensei Lawrence, turma. — Os chamo — Tenho um anúncio a fazer.

— Lá vem. Fala.— Miguel ri, me fazendo se sentir um pouco pior.

— Eu vou sair do Presas de Águia. — Anuncio.

— O quê?! — Johnny toma a frente — Bailarina, vai nós trocar por LaRusso?

— Eca, não, isso nunca! — Me defendo. — Mas... acho que deu de caratê pra mim. Vou voltar a focar na minha carreira e toda essa briga é uma... distração. Se alguém fica parado por muito tempo no mesmo lugar, endurece como o cimento, não é? Você me ensinou isso.

— É... — Ele suspira — Bom, é um desperdício de talento. Você podia ganhar dessa vez, mas é a sua vida, bailarina. — Lawrence diz, sendo surpreendido com um abraço da minha parte.

— Obrigada por ser meu sensei e trazer meu pai pro caratê novamente — O aperto, sentindo suas mãos sobrando nas minhas costas, como se ele não soubesse o que fazer — E obrigada por tudo que me ensinou.

THE BALLERINA - Cobra KaiWhere stories live. Discover now