A deal with the devil

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Alguns dias tinham se passado, e Eli ainda não tinha dado as caras no colégio

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Alguns dias tinham se passado, e Eli ainda não tinha dado as caras no colégio. Ainda estava com medo do que as pessoas iam dizer ou pensar, por isso queria se esconder. O convenci de que se ele continuasse faltando, eu também faltaria, e por este exato motivo, agora precisávamos de algo para fazer durante a manhã inteira. Como a boa dançarina que sou, o fiz reassistir todas as cenas de dança de Orgulho e Preconceito (que tínhamos assistido não só o filme quanto a minissérie mixuruca) pelo menos três vezes cada, para que quando eu o ensinasse os passos, ele entendesse pelo menos onde pisar. Mas ele não entendeu.

— Eli, mira no chão, não no meu pé! — Reclamo sentindo a dor em meus dedos pulsar. Estávamos treinando os passos mais simples até agora, e ele mesmo assim não tinha pegado o jeito — Sério, como você consegue lutar caratê com essa coordenação de criança de três anos?

— Desculpa por pisar no seu pé uma vez ou outra, mas não precisa me humilhar também! — Ele tenha dizer sério, mas acaba rindo no final. — Como você consegue dançar ballet? Só dar dois passos pra frente já é um dos meus mais novos traumas. Isso é impossível!

Começo a rir quando sua risada se tornou uma feição de desespero — Olha pra mim, não pros seus pés.

— Mas por que eu tenho que olhar pra você se eu tenho que rodopiar pela sala? E por que minhas mãos ficam nas minhas costas? Não é assim nas festas de 15 anos! — Ele exclama indignado.

— Você não assistiu o filme? Qualquer contato na época era mal falado, as danças eram assim, só encostamos as mãos!

Eli suspira — Ok, me ensina de novo... mas ainda não faz sentido pra mim aprender a dançar uma dança que tem que ser dançada em grupo. Nunca vou usar isso na vida.

— Nunca diga nunca! Já diziam Justin Bieber e o filho do Will Smith, grandes sábios...

— Verdade. Essa música é trilha sonora de um filme, não é?

— Agora que você comentou eu até que... Ah, acho que não faz não. Vamos, foco! E um, e dois, e três e quatro... — Volto a contar o tempo dos passos.

Passamos um tempo até conseguirmos terminar a música inteira sem errar. Eli começou a se dedicar mais e meus pés começaram a estar mais a salvo no final da manhã.

— Isso! Você conseguiu! — Bato palminhas em comemoração e pulo em cima dele pra um abraço, que com um leve delay, foi correspondido ao som de uma risada.

— Foi por pura pressão. Você insistiria o dia inteiro se eu não conseguisse. — Ele sorri mais uma vez. Era tão bom ver ele sorrindo depois de tudo  — Mas, se eu fosse você, tomaria cuidado com a sua posição. Agora que não sou mais o Falcão, posso ser a nova Bailarina.

— Claro que pode. — Rio com ele — Mas você ainda é o Falcão, do que tá falando?

— Sem meu moicano eu não sou nada. Agora eu sou o cara do boné. Uau.

THE BALLERINA - Cobra KaiOnde as histórias ganham vida. Descobre agora