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"Você não vêm mesmo?" Observo a notificação da mensagem de Tory, seguida de uma mensagem de Miguel "Você já se decidiu?"

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"Você não vêm mesmo?" Observo a notificação da mensagem de Tory, seguida de uma mensagem de Miguel "Você já se decidiu?".

Ambos queriam saber para que dojô eu iria, e eu estava prestes a entrar em um colapso pela falta de respostas da minha parte. Desligo meu celular e me jogo na minha cama, abafando um grito em meu travesseiro, até escutar uma batida na minha porta e ver meu pai parado ali, segurando uma bandeja com um copo de suco de maracujá e um sanduíche.

— Posso entrar? — Ele pergunta, me fazendo apenas assentir como resposta. — Tá tudo bem? — Ele se aproxima, deixando a bandeja na minha cômoda e se sentando na minha cama. — Você chegou estranha ontem, faltou a aula hoje, e tenho quase certeza que não pretende treinar também. — Ele analisa minhas roupas, vendo que eu ainda estava de pijama. — O que aconteceu? É o Falcão? Nós sabemos que vocês terminaram, não somos tão burros assim...

— Não é isso, pai. — Suspiro, sabendo que esta conversa não poderia mais ser evitada. — Sabia que o Sensei Lawrence começou um novo dojô?

Meu pai ficou um minuto em silêncio, até finalmente assentir, cabisbaixo — Sabia. Pretende se juntar a ele? 

— Eu... Eu não sei. Minha cabeça está um turbilhão, eu não sei que decisão tomar. 

— Johnny é o seu sensei e Kreese é família, não é? — Meu pai pergunta, lendo minha mente.

— O Cobra Kai é família... Você não concorda, pai?

Minha pergunta faz o homem gelar. — O que você quer dizer com isso?

— Por que você não gosta que eu use o meu nome completo? — Pergunto, o encurralando com as perguntas.

— Eu? Você que diz detestar seu segundo nome. — Ele responde, ainda com certa estranheza.

— Não estou falando do meu segundo nome. 

— Kim, você...

— Pai... está na hora de você me contar mais sobre o por que de você detestar aquele lugar por tanto tempo e o motivo do seu afastamento com o seu pai. Por favor, eu preciso saber. Imagine a minha surpresa quando Kreese disse algo sobre o vovô, quando você nem sequer permite que o nome dele seja dito nessa casa? Eu não sou mais uma criança para viver no escuro sobre o que acontece na nossa família...

Uma breve recapitulação sobre minha família: Eu não vejo meu avô a anos. O único contato que temos são os presentes que ele me manda em meu aniversário e algumas ligações por mês, mas eu não tinha nenhuma memória ruim dele. Pelo contrário, eu guardava as memórias do homem com carinho e me lembro de sentir felicidade genuína em cada uma delas. A última vez que o vi foi a pior, no entanto. Meu pai e ele entraram em uma grande briga e meu pai resolveu cortar todo e qualquer contato com ele. Minha avó paterna e meu avô já eram separados a um bom tempo nessa época, e ela acabou sendo a única pessoa da família de meu pai que ele ainda mantinha uma relação. 

THE BALLERINA - Cobra KaiOnde as histórias ganham vida. Descobre agora