"Uma bailarina no cobra kai? O que você vai fazer? Nocautear seus inimigos com uma sapatilha de ponta?"
Kim Farthald é um legado. Não sabia até se mudar para certa cidade da California que seu pai um dia fora um Cobra Kai. A garota se vê obrigada a...
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Eu estava treinando com Silver já fazia uma semana. Nunca imaginei que meu avô fosse um maluco, mas seus métodos me dizem que ele é bem mais do que isso. Eu tinha aprendido todos os métodos imorais possíveis de se lutar e como realmente ferir alguém, sem pensar em marcar pontos, e sim em machucar. Completo maluco. As boas notícias eram que Eli tinha voltado para o Miyagi-Do e estava melhor que antes. Não era o Falcão destemido que um dia foi, mas era o Eli.
"De qual dojô você é mesmo?" Recebo a mensagem de Piper no intervalo da sessão de prática de socos com Silver.
"Ah.. nem te falei, né? Na verdade, faz uns dias que eu saí do caratê " Respondi, esperando que o assunto acabasse. O baile era daqui uns dias e eu ainda não tinha inventado uma desculpa pra dispensar a garota. Não queria fazê-la perder o tempo dela comigo quando claramente nunca teríamos nada.
"Poxa, que pena, não vou te ver então... Aquele tal de Johnny do Twitter me chamou pro dojô dele, mas acho que prefiro o Cobra Kai. Eles mandaram umas coisas bem legais pros atletas do colégio. Você não era de lá?"
Merda. Isso era muito ruim. Não que novas alunas tenham alguma chance contra quem está treinando a mais tempo... Mas quanto mais alunos, mais adolescentes do Valley sendo manipulados com suas ideologias. O problema é que se eu me opor a isso e dizer para Piper não se juntar ao Cobra Kai, meu querido vovô desconfiaria. E eu não posso correr o risco de alguém perguntar para a garota o motivo para ela ter se juntado ao Presas de Águia e ela responder que foi por minha persuasão. Não posso.
"Era. Acho que combina com você mesmo, você vai gostar" Respondo, pensando pelo menos umas mil vezes antes de enviar a mensagem.
"Legal. Quem sabe um dia você não apareça por aqui, né?"
"Uhum. Quem sabe." Respondo por fim, deixando meu celular de lado assim que a pausa do treino acaba. Pego minha garrafa d'água e dou um gole antes de me dirigir a meu vovô querido, que me esperava de braços cruzados.
— Estão recrutando? — Pergunto, o vendo assentir.
— Só alunos com potencial. — Ele vai até seu escritório antigo e volta com um carrinho cheio de blocos de concreto, já me fazendo gelar pensando no motivo de eles estarem ali. — Como sabe?
— Uma das garotas chamadas é uma colega minha... — Respiro fundo o vendo empilhar três dos blocos equilibrados sobre dois suportes — Não vai me fazer quebrar isso, vai?
— Vou te fazer tentar. Conseguir depende de você.
Talvez ele realmente me conhecesse um pouco, ou talvez eu seja parecida com ele de alguma forma e ele saiba disso, mas esse comentário foi o suficiente pra deixar de lado meu medo de quebrar uma mão.
— Então eu vou te provar que eu consigo.
— Ótimo, vai lá. — Ele sai da frente dos blocos, me dando espaço para se aproximar.
