Capítulo 2: Nyx Sally Black - A sem alma chega a Hogwarts?

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     Quando Nyx acordou, ela estava em um lugar estranho e desconhecido. Ela não conhecia nenhuma emoção, mas conhecia o medo, uma profunda sensação do desconhecido e de que não deveria estar onde estava.

Nyx estava, de fato, na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. Na ala hospitalar, para ser mais preciso. Dumbledore havia pedido a Madame Pomfrey para vir mais cedo e ajudar a cuidar da estranha garota.

"Oh, coitadinha". Ela disse quando percebeu que a garota estava acordada. Ela arrastou para frente um grande bloco de chocolate. Nyx, apesar de seu medo, a observou. Ela estava quieta, imóvel. Era inquietante. Seus olhos cinzentos como pedra estavam focados na pobre mulher enquanto ela arrancava um pedaço de chocolate. Ela o entregou à garota, que ficou olhando para ele por um momento, antes de abrir a boca e jogá-lo para dentro.

O movimento foi repentino e enervante. Sua mandíbula caiu, como se a boca de uma cobra estivesse se soltando, e ela engoliu tudo inteiro. Pelo menos ela mastigou.

Nyx não estava indiferente ao chocolate. Era errado - algo que ela achava que deveria ser evitado. Ela olhou para o resto com desconfiança, e Madame Pomfrey não teve coragem de dar mais à garota. O olhar frio e afiado foi suficiente para impedir isso.

"Vou deixar isso aqui para você, se quiser mais. Ela disse, recuando um pouco, não querendo mais ficar na mesma sala que a garota. Olhar em seus olhos era estranho e errado - era como se a garota não tivesse alma alguma, como se fosse uma concha alimentada pela própria escuridão.

A garota gritou de uma forma que fez Madame Pomfrey dar um pulo. Dumbledore havia entrado naquele exato momento.

"Então ela está acordada. Ele observou.

"Sim, sim. Diga-me, é seguro tê-la assim?"

"Ela é uma criança, Poppy. Não posso muito bem prendê-la em uma gaiola. Afinal, ela nasceu na pior delas. Ela merece um pouco de liberdade humana." Ele respondeu, antes de se aproximar dela, hesitante. Ele tinha algo que queria testar e rezava para que estivesse errado. "Poderia nos dar um minuto?" Madame Pomfrey assentiu com a cabeça e saiu rapidamente. Ele tirou um livro de seu capuz. Estava em uma escrita estranha e o segurou para ela.

Ela o examinou, antes de olhar mais de perto, com um estranho olhar de reconhecimento em seu rosto. Seus olhos estranhamente vazios e frios percorreram a página, como se ela estivesse lendo cada símbolo. Quando terminou, ela olhou para ele.

"Você consegue ler isso?" Ele perguntou. Ela gritou, mais baixinho dessa vez, inclinando a cabeça. Se não fosse pelo olhar penetrante que ela estava lhe dando, ele teria comparado a garota a um gato. "Foi o que pensei..." Ele guardou o livro no bolso, com um suspiro. Era uma escrita demoníaca, da qual ele havia encontrado indícios no diário de Ekrizdis. Ele suspeitava que os Dementadores pudessem lê-la, e isso parecia provar essa teoria. Essa garota era como as lendas, como o Tártaro. Era uma Sem-Alma, uma concha vazia, desprovida de todas as emoções, e parente dos Dementadores. Ele havia se perguntado como uma criança havia sobrevivido sem a mãe, mas suspeitava que os Dementadores a haviam criado de forma estável.

"Nyx." Ele chamou a atenção dela de volta, percebendo que seus olhos estavam desfocados. Eles voltaram a se concentrar nele, e ele ficou surpreso por ela ter reconhecido seu próprio nome. "Meu nome é Dumbledore, e esta é Hogwarts... Aquela mulher ali era a Madame Pomfrey. Estamos aqui para ajudá-la, está bem?" Ela o encarou sem expressão, antes de soltar um estranho assobio em uma voz mais suave. Foi em um tom questionador. Isso o deixou estranhamente feliz. Talvez houvesse uma chance de ela ainda poder ser salva.

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