THIRTEEN | SONS OF ADAM

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Passamos horas dentro da pequena cabana. Alguns de nós, como Charles, Margot e Victória, dormiram por conta do cansaço que a caminhada até a aldeia havia nos proporcionado.

Algum tempo depois, ouvimos e vimos uma movimentação do lado de fora da tenda. Acordamos o restante do grupo e nos juntamos no fundo do local. A porta foi aberta e, por ela, passou a mulher que outrora fazia um sacrifício, acompanhada de dois aldeões.

Ela havia se limpado de todo o sangue e trocado de roupa. E trajava um uniforme justo de couro que era acompanhado de uma capa de pelugem. Seu cabelo, que possuía dreads, estava preso em um penteado para trás. A região dos seus olhos estava pintada por uma tinta vermelha. Em uma de suas orelhas, tinha um osso grosso sendo usado como brinco e, na outra, tinha uma pena. Na sua cintura, um cinturão com diversos tipo de facas penduradas, inclusive uma espada. Seus braços eram cobertos por tatuagens pretas que formavam símbolos, creio que esses estavam espalhados também pelo seu corpo todo.

fi wa silẹ — ela disse na sua língua para os dois aldeões que pareciam ser seus guardas e eles nos deixaram. Ela nos encarou extremamente séria com os olhos semicerrados. — Olá, filhos de Adão — finalmente disse, deixando todos nós confusos. Era perceptível o seu esforço para falar a nossa língua de maneira clara, sem sotaque algum.

— Filhos de quem? — Karl, totalmente indiscreto, perguntou.

— Filhos de Adão — ela repetiu com precisão — meus homens disseram que viram o momento em que vocês surgiram do barro, eles faziam uma caçada no sul quando avistaram vocês — ela explicou.

Então uma luz se iluminou em nossas cabeças, ela estava falando do momento em que saímos do Bunker.

— Nós não...— Charles tentou explicar, mas eu o interrompi.

— Sim, somos os filhos de Adão — eu afirmei e lancei um olhar cúmplice para todos os recrutas.

Aquela conversa sem pé e sem cabeça poderia definitivamente livrar os nossos pescoços.

— Pois bem — ela assentiu — Eu sou Wakanda, chefe das sete tribos — se apresentou e o ar ficou mais tenso dentro da tenda. Estávamos falando diretamente com a maior autoridade e representante dos aldeões.

— Nós somos...— Carter tentou nos apresentar, mas ela o interrompeu.

— Eu não me importo com quem são ou de onde vocês vieram — rebateu, cortante — agora vocês me pertecem, portanto são os meus servos e devem obedecer às minhas leis — deixou claro que não tínhamos outra opção.

— E o lance de sermos os filhos de Adão não muda nada? — Karl perguntou irritado.

— Os meus antepassados também vieram do barro. Eu sou descente da deusa natureza. Então não, rapaz, serem filhos de Adão não muda os seus destinos — ela esclareceu de forma ameaçadora.

Ótimo! E lá estavam nossos pescoços em jogo novamente.

— Agora que já esclarecemos as coisas, creio que vocês precisam saber de algumas regras: Se tentarem fugir, vocês morrem. Se roubarem de algum de nós, vocês morrem. Se forem agressivos, vocês morrem. Se não seguirem as minhas ordens....

— Nós morremos — dissemos em uníssono, como se já conhecêssemos todo o seu discurso e ela sorriu satisfeita.

— Vocês terão trabalhos à fazer e só serão liberados para voltarem a sua tenda quando terminarem. — ela explicou — Se um de vocês faltar o trabalho, a água e a comida de todos serão cortadas. — alertou — um dos meus guardas trará cobertores para que vocês se protejam do frio — avisou e fez uma batida na porta, onde a mesma foi aberta pelo lado de fora — sugiro que descansem, amanhã será um longo dia — disse por fim, nos observando por cima do ombro e saiu.

— Então é isso. Vamos passar os restos das nossas miseráveis vidas trabalhando para termos o que comer e beber. — Karl dramatizou, desabando no chão.

— É sério que vamos ficar nessa tenda? Tem um formigueiro ali e aqui dentro está cheio de mosquito — Victoria também reclamou, matando um inseto que mordia o seu braço.

— É provisório, não vamos ficar nessa aldeia para sempre — eu tentei os acalmar, embora eu mesma não acreditasse tanto nisso.

— A Baker tem razão. Temos uma missão para terminamos e precisamos chegar ao Distrito. Iremos ficar aqui até encontrarmos uma brecha para sairmos. Afinal, eles estão com nossas armas e nossas mochilas, então a nossa melhor chance é esperar — Carter discursou e todos assentiram.

A verdade é que não tínhamos outra opção a não ser esperar.

Como Wakanda havia dito, um de seus homens trouxe cobertores para nós. Cobertores estes que não passavam de pedaços finos e pequenos de panos, que estavam desgastados e sujos.
Teríamos que dormir no chão duro de terra, então nos aventuramos a fazermos um montinho com as palhas secas que estavam espalhadas por ali, cobrimos com os nossos cobertores e assim improvisamos as nossas camas.

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*fi wa silẹ = deixem-nos*

Gente, sentem aqui pra eu bater um papo sério com vocês.

Vocês estão gostando da história?

Porque eu, sinceramente, tô ficando desanimada com a falta de comentários de vocês. E isso não é por números, não! Longe de mim! Eu só quero escrever algo que agrade a vocês e a mim, mas, se não está funcionando, não vejo motivos para continuar com a história.

Se não gostarem, por favor, digam que eu paro! Não vou parar de postar histórias aqui por conta disso, afinal até uma nova história estou escrevendo e postarei em breve. E, se você não gostarem, não tem problema algum. Acontece. Só preciso que sejam sinceros comigo, ok? Não quero me desgastar a toa por algo que não vale a pena.

Ninka Baker e Os RecrutasWhere stories live. Discover now