FORTY THREE | SCANNER

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Atravessamos o Distrito para chegarmos no coração da capital, a Sede. Que não era nada mais, nada menos, do que o prédio retangular mais alto da cidade.

— Bem-vindos à Sede! — o guarda disse com uma falsa empolgação ao abrir a porta do ônibus para que nós descêssemos.

Precisei me curvar um pouco para trás e fazer um protetor para os meus olhos, com a mão reta pousada na testa por causa da claridade, para poder enxergar o topo do prédio.

— Venham, não sejam tímidos! — o cara disse ao andar na nossa frente.

Fomos praticamente forçados à lhe acompanhar visto que os guardas, que estavam atrás de nós, ficaram cada vez mais perto com as suas armas.

— Esse cara já tá me irritando — Carter murmurou para mim enquanto passava ao meu lado para ficar na frente do grupo.

Concordei mentalmente, estranhando a maneira como aquele guarda estava tratando desconhecidos na sua tão famosa cidade de ouro. Estranhei ainda mais quando ele nos encaminhou para uma entrada diferente da principal localizada na lateral do prédio.

Ao entrarmos por aquela parte do edifício, percebi que era um tipo de garagem/depósito já que estavam estacionados vários tipos de veículos e haviam caixotes e cargas por todos os lados. Havia também pessoas trabalhando por ali, inclusive engenheiros e mecânicos.

— Eu só venho até aqui — o homem comunicou parado de frente para as portas de um elevador, o qual ele logo chamou.

— Vai nos deixar sozinhos? — eu perguntei, olhando discretamente ao meu redor — É um voto sério de confiança.

— Sozinhos sim, sem monitoração não — ele justificou assim que o elevador chegou com dois guardas, fora as quatro câmeras de segurança que haviam dentro — Me perdoem por não confiar tão facilmente — debochou enquanto entrávamos no quadrado de metal com espuma preta nas paredes.

Nos apertamos lá dentro enquanto as portas se fechavam e um dos guardas apertava em um botão.

— Okay, eu preciso perguntar: por que diabos vocês não estão boquiabertos com toda essa tecnologia? — Aiken perguntou.

— Porque tínhamos uma parecida no nosso bunker. E éramos obrigados à aprendermos sobre as tecnologias passadas, por isso não é tão difícil entendermos a de hoje. — Victoria o respondeu.

— Quem são os mais espertos agora? — Karl provocou baixinho de braços cruzados, se sentindo mais inteligente do que os gêmeos.

— E você ainda teve a audácia de dizer que aquilo não era um paraíso — Ayla debochou de mim.

— Tenta viver em um paraíso superlotado com todos os seus recursos acabando, inclusive o oxigênio, enquanto você tenta esconder seu irmão de forma clandestina para que não matem os seus pais — eu a respondi no mesmo tom de deboche, fazendo ela se calar e todo mundo se entreolhar.

O elevador então parou no décimo andar e os guardas nos empurraram para fora, permanecendo dentro do cubo que logo se fechou atrás de nós.

— Por que está tão escuro? — Victoria perguntou o que todos nós queríamos saber, não conseguíamos ver um palmo a nossa frente.

— Fiquem todos juntos — Carter pediu, temendo o desconhecido.

Então, de repente, um bip soou do escuro e uma luz vermelha foi jogada no chão, nos fazendo recuar um passo por conta do susto.

— Que merda é essa? — Aiken perguntou enquanto a luz se aproximava de nossos pés.

— Um scanner — Amon lhe respondeu, apesar de também estar confuso.

Ninka Baker e Os RecrutasNơi câu chuyện tồn tại. Hãy khám phá bây giờ