SEVENTY SEVEN | THE END - PART III

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Carter me levou para os túneis subterrâneos, onde nos encontramos com a escória que chamávamos de Conselho. A primeira pessoa que entrou em meu campo de visão foi o Capitão Marcus. E o meu sangue ferveu.

— Graças a Deus, já estávamos ficando preocupados! — Ele veio em nossa direção, foi quando olhou para mim de verdade pela primeira vez — Então é você a famosa Ninka Baker — ele abriu os braços para me cumprimentar, mas, antes que se aproximasse, puxei uma faca escondida no meu cinto e a apontei na sua direção, deixando a ponta da lâmina tocar a pele de seu pescoço.

— O único motivo para que você ainda esteja vivo é o seu filho — Eu disse entredentes, controlando cada átomo do meu corpo que implorava para ver o sangue daquele homem branco no chão – Então ao menos que você queira se juntar às pessoas que matou, sugiro que fique de boca fechada e bem longe de mim.

— Baker? — Carter tocou o meu ombro, duvidando do meu autocontrole. Abaixei a faca.

— Vamos andando — ordenei e comecei a caminhada para a nossa liberdade.

Os túneis estavam desertos, o que era completamente estranho. Mas acho que a culpa disso era das linhas de metrô que simplesmente haviam parado de funcionar depois da queda geral de energia. As luzes que iluminavam nosso caminho vinham das lanternas que estavam na bolsa que eu entreguei ao Carter assim que pisei na Capital.

— Ouviu isso? — parei de repente, escutando algo que não deveria escutar na cidade mais protegida do mundo.

— O quê? — Carter também parou de andar, fazendo o grupo inteiro nos encarar.

— Não deve ter sido nada, temos que continuar andando ou não sairemos daqui vivos. Diga a ela, filho, precisamos ir! — Capitão Marcus ordenava como se ainda fosse capitão de alguma coisa, e isso não só me deixou irritada, como também deixou ao seu filho que foi quem o respondeu.

— Pai, cala a boca! — mandou sem paciência, assustando o homem que não ia se deixar seu ego ficar ferido daquele jeito.

— Quem você pensa que é, seu moleque, para me mandar calar a boca? — peitou o filho prodígio que estava pronto para socá-lo.

— CALADOS! — gritei ao ouvir o barulho novamente, chamando a atenção dos dois — Temos que sair dos túneis. Agora.

— A próxima saída fica à 30 metros naquela direção — Carter apontou com a lanterna, ele estava com o mapa das linhas e era por isso que sabia exatamente onde deveríamos ir.

— Ótimo, vamos...— fui interrompida quando um dos conselheiros gritou com algo em cima dele. Assim que apontei a lanterna, vimos o que eu tanto temia encontrar naqueles túneis: um morto. Ele nos olhou com a boca cheia do sangue do conselheiro que se debatia no chão enquanto seu pescoço estava aberto. A coisa grunhiu em nossa direção e, quando fez menção de nos atacar, um tiro acertou a sua cabeça. Encolhi os ombros com o disparo, então, a pessoa que havia atirado surgiu das sombras suado e com um sorriso debochado que eu reconheceria em qualquer lugar.

— Tão precisando de uma mãozinha? — perguntou ao se aproximar, trocando o pente da sua arma.

— Karl? O que está fazendo aqui? — perguntei sem entender.

— Oi pra você de novo, Ninka, foi um prazer salvar a sua vida. Eu vim porque a gostosinha que está no controle da operação ficou preocupada com vocês e mandou alguns guardas procurarem. Eu e outro cara ficamos responsáveis pelos túneis. — explicou a estratégia da Cleo.

— Onde está o outro soldado? — Carter olhou por cima dos ombros do recruta, que nos encarou sem nenhuma emoção no rosto quando disse:

— Morto — Nos deu as costas para voltar a andar, como se estivesse nos guiando — Esse lugar é a porra de um labirinto escuro. E a cada corredor errado você encontra um morto diferente. Provavelmente recém infectados ou sei lá que merda é essa. Isso aqui é uma ratoeira e vocês foram direto atrás do queijo.

Ninka Baker e Os RecrutasWhere stories live. Discover now