SEVENTY SIX |THE END - PART II

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Eu e o Carter demoramos, mais do que deveríamos, para conseguirmos destrancar todas as saídas e entradas. Mas em compensação desativamos todas as câmeras e descobrimos onde guardavam os experimentos da cura.

— Eles saíram. E levaram todos os adolescentes que estavam na ala leste com eles. — Carter relatou sobre Victoria, Margot e Karl, então ouvimos um estrondo e o prédio inteiro tremeu, fazendo as luzes de emergência piscarem.

— NB, responda. NB, responda. Câmbio. — ouvi a voz de Cleo soar por um dos rádios que Carter havia construído com peças roubadas.

— NB na escuta, câmbio — Mas o rádio shiou ao invés de levar minha resposta para a mulher.

— A frequência está horrível — Eu avisei pro menino que começou a mexer em alguma coisa no painel.

— Desativei as transmissões de outros canais — explicou, mesmo que eu não fizesse ideia do que isso significasse — Tenta agora.

— NB na escuta, câmbio — respondi novamente.

— Ninka, é a Cleo. Vocês precisam sair agora, conseguimos passar pelo muro. — enquanto Cleo falava, Carter reconectava uma única câmera para conseguir ver o que acontecia do lado de fora do edifício. E o que vimos fez um arrepio percorrer pelas nossas espinhas. A capital estava em fogo. O muro tinha um enorme buraco e a multidão de soldados e guerreiros passava por ele. Os meus explosivos tinham deixado a estrutura do muro abalada então não deve ter sido tão difícil abrir uma brecha. E, graças a queda de energia que as minhae explosões provocaram, a Capital não tinha as armas automáticas de defesa do muro, então os soldados estavam fazendo tudo manualmente. Eles não davam conta de proteger e observar, o que estava facilitando ainda mais a travessia dos revoltosos. Tinha gente até mesmo escalando o muro. Eu tinha feito um bom trabalho, a tortura havia valido a pena. O povo estava resistindo.

— Eu só preciso de cinco minutos — avisei pra Cleo — Todos os outros já saíram.

— Entendido, câmbio — Então ela desligou.

— Por que pediu cinco minutos? Conseguimos sair daqui em menos de três — Carter me olhou confuso.

— Ainda temos que pegar os experimentos. Se não tudo isso será pra nada. — me levantei da cadeira e ele me imitou.

— Tudo bem, por onde vamos? — ele colocou a mochila nas costas.

— Você vai buscar o seu pai — mandei e ele franziu todo o rosto em confusão — Eu me lembrei de quando o Bruce nos apresentou a Sede, ele disse que os adolescentes ficavam em alas separadas dos adultos. Mas eles não trazem os adultos, porque matam todos nos bunkers. Eles só trazem quem está no comando, por isso presumi que a ala dos adultos na verdade é onde ficam os comandantes e os conselhos dos bunkers. Então eu procurei por eles enquanto você desativava as câmeras. Fica no lado oeste do prédio.

— Mas os laboratórios ficam na ala leste — ele me olhou temeroso.

— Eu sei. Eu vou ficar bem. Eu prometo. — olhei em seus olhos — Não posso morrer antes de curar o mundo, certo? — tentei brincar com um sorriso travesso nos lábios.

Ele balançou a cabeça negativamente, parecendo lutar internamente contra algo, e me abraçou.

— Baker, eu juro por Deus que se você não estiver lá fora quando eu sair, eu volto pra te buscar — me avisou como uma ameaça para que eu não fizesse nenhuma besteira.

– Eu sei — O soltei e sorri — Agora vai. Não temos muito tempo. Eu tô com um dos rádios, então qualquer coisa nos falamos, okay?

— Encontro você lá fora — ele se despediu e saiu. Respirei fundo, recarreguei a minha arma e comecei a correr o mais rápido que podia de volta a ala leste. Eu sabia mais ou menos onde os laboratórios ficavam, era onde eu tinha visto a Kim com os médicos.

Ninka Baker e Os RecrutasOnde histórias criam vida. Descubra agora