TWENTY TWO | SEX AND KISS

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Wakanda estava focada em descobrir como o morto havia entrado na aldeia e, quando soube que o incidente acontecera por uma falha no muro de proteção, ela começou a caçar os culpados. As primeiras vítimas de sua fúria foram, ninguém menos do que, todos os recrutas.

Ela nos convocou para sua grande tenda, onde nos recebeu sentada em seu trono esculpido de madeira. Ela tinha uma taça de ouro em mãos com, o que presumi ser, vinho dentro. O seu gavião de estimação estava pousado no topo de seu encosto e nos olhava como se estivesse pronto para atacar. O lugar estava mal iluminado por apenas algumas lamparinas, sem tochas - como era o usual -, o que deixou o ambiente ainda mais assustador.

— Queria nos ver, chefe? — Carter foi quem tomou coragem para perguntar, ele estava do meu lado e o restante do grupo estava atrás de nós.

— Um segundo — pediu com o indicador e bebeu todo o líquido em sua taça, deixando o objeto em cima de uma bandeja de prata, que uma aldeã segurava, e pegando logo em seguida um punhal prateado, pontudo e afiado. A pequena lâmina brilhava com a fraca luz refletida do fogo.

— Eu acabei de ser informada que a falha no muro da aldeia, na verdade, não se tratava de uma falha, mas sim de uma passagem escondida — ela disse e ficou de pé, brincando com a faca em suas mãos. Ela estava falando da passagem que o Aiken fez para conseguir entrar na aldeia e se comunicar. — então eu me perguntei: quem iria querer uma passagem clandestina para o lado de fora da aldeia? — ela veio em nossa direção, percebi pelo canto do olho quando Carter travou o maxilar e fechou com força o punho, em alerta. Ele, assim como eu, sabia onde Wakanda queria chegar com aquela conversa. — e aí eu lembrei que tenho novos escravos um tanto quanto resistentes, que esperariam uma simples brecha para escaparem daqui — ela parou em minha frente — então, eis o seguinte: darei uma única chance de um de vocês assumirem a culpa ou, caso contrário...— ela colocou a lâmina no meu pescoço tão rápido que eu nem tive tempo de reagir, fazendo com que cada um dos recrutas recuassem um passo, então ela continuou a ameaça: —...cada um de vocês irá morrer.

— Não seríamos burros de tentar algo assim, já passamos fome o suficiente — Carter falou, tentando não deixar transparecer o desespero em sua voz, mas seus olhos entregavam sua preocupação.

Todos sabíamos como Wakanda era instável quando se tratava de nós, ela poderia nos matar ou decidir nos poupar, tudo dependeria das nossas respostas e da nossa parcela de culpa.

— Não tivemos nada a ver com isso — eu a garanti, firme de minhas palavras.

— É mesmo? — a mulher negra em minha frente perguntou debochada — O mais engraçado disso tudo é que, poucos minutos antes de acontecer o ataque, três pessoas de sua equipe não compareceram ao jantar. Inclusive, você mesma. — ela agravou sua voz — Então me diga, Ninka, aonde vocês estavam, se não abrindo uma saída da aldeia? — ela pressionou o punhal com mais força em minha garganta, o que fez um pequeno furo do qual senti meu sangue escorrer. Engoli em seco. — Não? Nenhuma resposta? — ela olhou para todos que continuaram calados — então vamos fazer do meu jeito — ela tirou a faca da minha garganta e eu me permiti soltar o fôlego, que não reparei segurar — Mu u wá, on ati on — disse aos aldeões a medida que apontava para Karl, para mim e para o Carter.

"Tragam ele, ela e ele"

Ela deu as costas para nós e foi até o seu trono, onde sentou-se novamente. Os guardas nos levaram até a sua frente enquanto outros aldeões afastavam, com suas lanças, os recrutas restantes.

Os guardas fizeram com que ficássemos de joelhos e ficaram atrás de nós, como vigias.

— Vamos começar por você — ela olhou para o Karl — Onde você estava na hora do jantar?

Ninka Baker e Os RecrutasWhere stories live. Discover now