FIFTY EIGHT | RUNNING AWAY

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Estávamos rindo de uma história, que Ayla contava sobre como havia irritado seu irmão quando era criança, quando escutamos um estrondo vindo do saguão do hotel.

— O que foi isso? — eu me levantei em alerta assim como Aiken.

— A janela! — ele apontou e eu segui até o buraco com vidro na parede, onde espiei pela brecha da cortina a frente do hotel.

— Eu não consigo ver nada, além de carros — comentei.

— Carros? O Atlas não deixa que estacionem na frente do hotel porque atrapalha o movimento — Ayla franziu a testa e olhou para o irmão — Tem alguma coisa errada.

Então não demorou muito para que alguém invadisse o quarto. Em modo de defesa, Aiken conseguiu bater e imprensar a pessoa contra a parede antes mesmo da gente conseguir ver o seu rosto.

— SOU EU: ATLAS! — o homem gritou de maneira abafada e assustada, fazendo o loiro automaticamente o soltar.

— O que diabos tá acontecendo lá embaixo, Atlas? — Ayla disparou a perguntar, se mexendo na cama numa tentativa falha de sair dela.

O homem precisou puxar o ar com força para conseguir falar, parecia ter corrido uma maratona pela forma como seu peito subia e descia com rapidez.

— Guardas da Capital — ele falou, nos chocando, e engoliu a própria saliva para poder continuar — Estão por toda parte. Pegaram a Ziva achando ser você. — apontou para mim — E quando passaram um tipo de máquina no pescoço dela, perceberam que não era você e então atiraram.

Levei as minhas mãos de forma assustada até a minha boca que estava aberta.

— Como assim? A Ziva está morta? — Aiken perguntou perturbado.

— Nunca vi alguém sobreviver com uma bala no meio da testa — debochou o homem negro, não conseguindo sorrir com a brincadeira.

— Espera, você disse máquina? — Ayla focou na informação.

— Sim — Atlas confirmou.

— Como saberiam quem é você por uma máquina? — ela se dirigiu para mim e eu obriguei a minha cabeça a focar naquilo, mas eu não conseguia.

Tudo o que vinha na minha mente era a imagem da Ziva mastigando chiclete e a culpa de que ela havia morrido por minha causa.

— Ninka — Aiken sussurrou ao se aproximar de mim e pegar nos meus braços, me olhando nos olhos — Precisa pensar: como eles conseguem identificar você?

— Eu não sei — eu sussurrei perdida com a respiração acelerada — Eu juro que não sei, Aiken.

— Ei, calma, tá tudo bem — ele me abraçou quando viu que aquilo havia me abalado.

— Sem querer ser estraga prazeres, mas tudo está longe de estar bem. Eu subi até aqui enquanto eles procuravam ela no meio dos clientes na boate e no saguão. Não vão demorar muito para começar a procurarem nos quartos. — Atlas disse.

— Nunca pensei que fosse dizer isso, mas ele tem razão — Ayla concordou.

— E como vamos sair daqui? Eles estão na frente do hotel e a Ayla está machucada — eu disse, segurando minhas mãos trêmulas e tentando não entrar em pânico.

Merda! O que estava de errado comigo? Eu parecia a garota assustada do começo da missão.

— Tem uma escada de incêndio atrás do hotel, o problema é que para chegar lá teremos que passar arriscadamente por muitos escombros dos últimos andares e, se quiserem sair daqui com vida, precisamos ir agora — Atlas sugeriu um plano de emergência.

— Eu consigo — Ayla garantiu quando o seu irmão lhe encarou.

— Ayla...— ele tentou contradizer.

— Não, Aiken, eu consigo — ela reafirmou — E, se por algum motivo eu não conseguir, você vai ter que me deixar para trás.

— Ficou maluca? Eu nunca deixaria você para trás — ele rebateu.

— Não vou deixar que arrisque sua vida por mim! — ela disse entredentes.

— E eu não vou deixar que fique para trás para morrer!

— Ninguém vai morrer! — intervim antes que eles começassem a discutir — Não escutaram? Não temos muito tempo, então vamos logo embora daqui.

— Okay — Aiken respirou fundo e puxou a arma, que havíamos pego do guarda do distrito, do cos da sua calça — Fica com isso, você vai na frente enquanto eu e o Atlas damos suporte a Ayla — ele me entregou e eu assenti.

— Ei, eu não preciso de ajuda! — Ayla retrucou irritada.

— AYLA! — gritei impaciente, a repreendendo por ser tão cabeça dura.

— Tudo bem, tudo bem — ela levantou as mãos como se estivesse se rendendo.

— Vamos — Aiken chamou Atlas que se pôs do outro lado da loira, que apoiava os braços ao redor dos pescoços deles dois para ter apoio na hora de ficar de pé.

— No três: um, dois, três! — Atlas contou e eles puxaram Ayla, a dando impulso para se levantar.

— Prontos? — olhei para eles com a arma empunhada e eles anuíram, me fazendo prosseguir para fora daquele quarto.

No corredor apontei a arma para ambos os lados para o caso de alguém do distrito surgir, mas, ao ter certeza que não havia ninguém, dei o sinal para os outros.

— Limpo! — avisei e continuei a andar até a escada de emergência.

Abri a porta e a segurei com o meu corpo, dando abertura o suficiente para que eles passassem. Logo depois, a fechei e continuei a ir na frente, tomando cuidado ao dobrar no espaço perto das portas de cada andar.

Quando chegamos na chamada cobertura, passamos por todos os escombros de maneira cuidadosa e trabalhosa para chegarmos até onde estava a escada de incêndio que nada mais era do que uma escada enferrujada grudada na parede traseira do hotel.

Antes de descer, fui até o limite da cobertura para checar como estavam as coisas na frente do hotel.

— Aiken? — chamei o loiro que ajudava a irmã a se posicionar para descer — Eles são muitos, como sairemos daqui?

— Tem um carro estacionado nos fundos em caso de emergência — Atlas foi quem me respondeu.

— Mas, mesmo assim, não conseguiremos passar por eles — eu retruquei.

— A menos que tivéssemos uma distração — Ayla supôs.

— Como o quê, por exemplo? — Aiken tentou acompanhar o nosso raciocínio.

— Eu tenho uma ideia — eu decretei depois de alguns segundos de reflexão — Mas acho que vocês não vão gostar. E, se ele funcionar, escaparemos por pouco.


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Vocês têm alguma suposição do que seria esse plano louco da Ninka? Se sim, comentem!

Vocês têm alguma suposição do que seria esse plano louco da Ninka? Se sim, comentem!

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Ninka Baker e Os RecrutasWhere stories live. Discover now