Capítulo 7

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  O nascer da lua que antes vinha me trazer bons sonhos e promessas de um futuro, agora ele trás meus piores medos e o fim de um futuro a minha mente, antes do sol se por pensei que entrariamos em uma pequena vila, senti meu coração se aquecer mas não adentramos nela e sim a contornamos.

 Mesmo a lua já estando no céu paramos apenas por poucos instantes antes de continuar a viagem, cada pedaço de mim grita de dor pela posição que estive por tantas horas mesmo assim não ouso perder minha postura ao mesmo tempo não tenho coragem o suficiente para o confrontar ou fazer mais alguma pergunta, me convenço a desistir de vê-lo como um humano e começo a o ver como o animal que anseia por meu sangue.

 Estremeço com o vento frio batendo contra meu corpo, não há estrelas no céu nesta noite, a grama que as vezes toca meus pés está molhada de orvalho, apesar de não conseguir ver estrelas a lua cheia ilumina nosso caminho e o cavalo parece o conhecer bem, assim como aquele que o conduz.

 Em meus pensamentos lembro de minhas irmãs mais novas, me conforta saber que estão em segurança, sinto meu corpo tremer mais uma vez com outra rajada de vento, meus olhos pesam mas os forço a ficarem abertos, preciso ser forte.

 O corte em meu braço já parou de sangrar mas não me atrevo a voltar a falar ou lhe fazer perguntas. Sinto uma gota de água cair em minha testa e mais outra, o cavalo começa a correr, em poucos minutos a água não para de cair e estou encharcada assim como o cavalo e o homem, sinto todo meu corpo tremer sem parar, relampagos iluminam o céu de tempos em tempos cada um deles acompanhado de um estrondo que me faz pular assustada.

 Estremeço não sei se pelo frio ou medo quando sinto um de seus braços me segurar quando quase caio do cavalo, ele apura o cavalo que tropeça varias vezes em quanto corre, é dificil manter os olhos abertos com tanta água caindo. Cada vez que escuto um estrondo no céu um grito de medo escapa por minha boca.

 Consigo ver perto a sihueta de montanhas mas a chuva e o escuro dificultam a visão, sem ao menos perceber me seguro em um de seus braços para não cair.

 - Por favor...

  Minhas lagrimas se misturam a água, derrepente o cavalo para e sinto meu corpo seu tirado de cima do cavalo, não consigo ver nada mas sinto a lama sob meus pés e então seus braços me erguem, me debato por alguns instantes mas um trovão me assusta e por reflexo jogo meus braços em volta de seu pescoço mesmo com os punhos presos, fecho forte os olhos e sinto a água parar de bater contra meu corpo, abro os olhos vendo que estamos em uma pequena fenda entre pedras que  nos protegem um pouco da chuva. Ele me solta, sinto meus joelhos cederem e caio aos prantos com as mãos no chão.

 - Pare de chorar!

 Escuto sua voz calma entre os trovões, não consigo parar soluços escapam por minha garganta e meu corpo treme de frio e medo, por quê isso está acontecendo comigo? 

 Me arrasto na lama até a pedra mais afastada da chuva ainda chorando e me encolho o maximo que consigo.

- Pare de chorar agora!

 Ergo minha cabeça para ele, consigo ver seu rosto iluminado a cada trovão, seus olhos mortais me fitam assim como os de uma águia que vê um pequeno rato, esse pensamanto faz apenas com que eu volte a chorar ainda mais.

 - P.por q.que?

Pergunto batendo os dentes e encolho ainda mais as pernas contra meu corpo.

-Por que o que?

 Olho para ele, apesar de sua postura por poucos segundos o vejo estremecer com o vento, não o respondo apenas olho para chuva e em silêncio fecho meus olhos tentando apenas manter o calor de meu corpo apesar de poder sentir a presença do homem a menos de um metro de mim me recuso a voltar a o olhar.

A queda de LíangWhere stories live. Discover now