Capítulo 9

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 Abro os  olhos lentamente sinto algo machucar minha cabeça abaixo do travesseiro, estou tonta, olho em volta e aos poucos lembro como vim parar aqui, passo a mão por de baixo do travesseiro e toco em algo frio e metalico, o puxo para fora e solto rápido quando eu vejo o que é, a luz do sol brilha na pequena lamina curva com cabo dourado que estava de baixo de meu travesseiro, quem a deixou aqui ? Passo um dedo pela lamina admirada com sua simples presença.

- Ela já acordou?...Não! deixe que eu mesmo vou.

 Sinto um arrepio em minha nuca quando escuto a voz calma que aterroriza meus pesadelos, escondo rápido a faca e volto a deitar fechando os olhos, tento parecer calma, mesmo com os olhos fechados sinto sua presença, escuto a porta se fechar e sinto ele próximo, algo frio é colocado em minha testa abro os olhos assustada e vejo seus olhos negros fixos nos meus, ele está proximo e sem pensar puxo a faca golpeando em sua direção, ele se afasta rápido o bastante, me encolho na cama segurando firme o cabo da faca.

- Não se aproxime mais!

 Digo com a voz mais tremula que o desejado, ele continua com a mesma expressão calma nem seus olhos aparentam raiva ou qualquer outro sentimento, seus cabelos negros como as mais profundas trevas estão limpos e parte preso diferente de antes e sua pele está limpa. 

- É bom saber o que está fazendo antes de puxar uma faca.

 Ele fala calmo e se vira deixando a porta aberta ele sai, observo ele se afastar e então percebo que estava com a respiração presa, abaixo a faca e vejo uma pequena gota vermelha em sua ponta, volto a olhar para a porta, por que ele me deixou a faca? Sou tão insignificante que ele não se importa com eu possuir uma arma?

 Levanto da cama rápido e acabo caindo, a faca desliza para longe, aos poucos apoiada na cama volto a me levantar, não estou com minha camisola rasgada e sim com um vestido branco com uma tunica azul clara e uma faixa branca na cintura, olho meus braços vendo que estou limpa e meu braço enfaixado caminho até um espelho vendo meu rosto, meus olhos estão avermelhados e pareço mais magra, meus cabelos estão limpos e soltos, não há nada para prendê-los e minhas roupas são de um tecido simples como de um comerciante, nem minhas servas usavam um tecido como tal, junto a faca e a guardo abaixo da tunica.

 - Gōngzhǔ?! fui instruida a levá-la, me acompanhe.

 Me viro assustada com a voz feminina e vejo uma jovem com roupas parecidas com as minhas porem toda branca, seu cabelo é de um castanho avermelhado, ela se vira sem me esperar a sigo afinal não tenho para onde ir, as paredes são simples e com poucos ornamentos mas a casa parece muito maior do que imaginei e há alguns guardas vestidos de vermelho, entramos em uma sala com ramos pintados nas paredes.

-.. Sete soldados perto da estrada principal, até agora só eles lutaram por ela os outros se aliaram a nós ..

- Sete assassinos a menos, sete vidas vingadas!

 Escuto dois guardas falarem antes de me ver, sinto minha boca secar no momento que seus olhos param em mim, eles parecem me devorar com seus olhos, me encolho um pouco e não ouso olhar para cima, eles mataram sete homens leias que tentavam me salvar, sinto minha faca roçar como se pedisse para ser usada, mas não sou tão tola.

 - Por favor coma Gōngzhǔ!

 Ergo os olhos de leve para a jovem a minha frente ela mostra uma pequena mesa a frente com comida, o cheiro de carne invade minhas narinas fazendo meu estomago roncar de fome, me ajoelho em frente a mesinha mas não toco na comida, pode estar envenenada e devo ficar de luto pelos que sofrem com a morte destes homens.

 - Deve comer gōngzhǔ, já não come a dois dias.

  Mantenho meus olhos na mesa mas não me movo, escuto uma leva comoção na sala.

- Senhor... ela se recusa a comer!

  Viro levemente a cabeça vendo a garota ajoelhada e com sua testa no chão a frente de um alto homem, antes de olhar em seu rosto e ese aproxima de mim e me puxa pelo braço me fazendo ficar de pé, olho fixo em seus olhos e nem vejo quando ele pega um pedaço de carne na mesa me debato ao sentir ele empurrar a carne a força para dentro de minha boca, assim que ele consegue segura meu queixo grosseiramente virado para cima, sinto uma lagrima salgada escorrer até meus labios, me sinto completamente humilhada.

-Agora coma!

 Ele me solta bruscamente e caio perto da mesa, me recomponho rapidamente e me aproximo da mesa tremula.

A queda de LíangTahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon