Capítulo 46

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(Shang Lín)

Com seu corpo e mente feridos alguns poucos instantes foram o bastante para que sua saúde decaísse mais uma vez, ela estremece de frio, a seguro próxima a mim na campina, próximo de nós as chamas de uma fogueira dançam como uma habilidosa dançarina, acaricio seu rosto antes de perceber que o estou fazendo, gotas de suor se acumulam em sua testa, ela está pálida e seus lábios secos mas seus olhos ainda lutam para ficar comigo, talvez esteja realmente com medo de eu a machucar se dormir, mas a dor e angústia que vejo nela me machucam agora.

- Aqui beba..

Encosto um cantil com vinho em seus lábios, vejo ela engolir pequenos goles, sua mão sobe para meu rosto e seus dedos tocam minha pele, sinto meu coração bater forte, ela tosse algumas vezes então afasto o cantil dela pondo a lado.

Devo me manter afastado dela mas algo grita para que não o faça, tenho que entregá- la assim que chegar, é o único modo de redimir minha falha, como posso desejar manter a salvo a filha do homem que destruiu minha família?

  Ela estremece e instintivamente a abraço tentando aquece-la, vejo seu rosto delicados, suas sobrancelhas próximas mostram uma expressão de tristeza, é como se qualquer toque pudesse quebrá-la, sei a dor pela qual está passando e com todo meu ser eu gostaria de tomar dela essa dor para mim.

Lembro da visão dela salvando a escrava em minha mansão, lembro de quando salvou uma criança ou quando tentou tirar a própria vida por culpa, em todas as vezes colocou a vida e segurança de outros a frente da sua e isso fez com que se machucasse, ela não é nada parecida com seu pai, e não se parece comigo.

Tiro minha capa e coloco sobre seus ombros, não posso deixar que morra, continuo a observando, seus olhos entreabertos continuam fixos em mim.

- Wángzǐ... Por que é gentil como a brisa de verão mas agressivo como a tempestade de inverno?

Sua voz suave e frágil soa baixo mas é o bastante para fazer meu coração acelerar, perco o controle de minhas emoções como nunca ocorreu antes desde aquele dia.

- Wángzǐ, o que você realmente é? Você me odeia?

Toda vez que ela me chama de wángzǐ meu coração acelera.

- Eu não a odeio.. sinto muito pelo que passou.

Respondo tentando não parecer ríspido, mostrar que sinto muito por ela faz com que sinta que estou traindo a mim mesmo e a promessa de o odiar bem como sua família. Coloco a mão em seu rosto ainda quente com a febre.

- Wángzǐ... Eu gosto dos seus olhos sabe.. eles parecem com estrelas.

Sua confissão faz com que eu me perca por alguns segundos, ela está sorrindo para mim, a febre ainda deve a estar afetando, ou talvez seja o efeito do vinho combinado a fraqueza de seu corpo. Não sei qual a causa mas talvez também esteja me afetando, perco completamente o controle de minhas emoções que lutei anos para manter, levanto seu queixo delicadamente com um dedo, seus olhos estão quase fechados e suas sombrancelhas quase unidas, abaixo meus olhos até seus lábios pálidos como a lua e os tomo junto aos meus

A queda de LíangWhere stories live. Discover now