Capítulo 17

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(Dez anos atrás, ano do javali)

 Corro alegre pelos corredores tentando me desviar da serva encarregada por minha educação, vários servos estão agitados com a importante noticia da chegada de minha quarta irmã mais nova, viro rápido de mais em um corredor e quase me choco contra o imperador, me afasto alguns passos um pouco assustada e me apresso em fazer a reverencia que me fora ensinada.

- Saudações pai imperial!

 Quando ergo minha cabeça sorrio para ele que retribui meu sorriso, vejo ele fazer um gesto com a mão e me viro vendo a serva que me procurava se curvar e sair, me volto para meu pai e não posso evitar sorrir ainda mais por ele ter mandado ela ir. Ele se abaixa a minha frente e passa a mão em minha cabeça bagunçando um pouco meu cabelo.

- Está a cada dia mais bonita, temo que a própria lua inveje a beleza da pequena Gōngzhǔ!

 Ele sorri e pega minha mão antes de levantar e me guia pelos corredores, quase corro para alcançar seus passos, sinto como se estivesse sendo resgatada de várias tarefas entediantes por meu pai imperial, ele parece realmente um herói dourado.

 Adentramos  no salão principal, vários servos e ministros de curvam diante de nossa presença, endireito minha postura para parecer mais alta.

- Saiam todos, quero passar um tempo com a Gōngzhǔ mais velha!

 Ao dizer isso todos os ministros saem curvados, fechando a porta, apenas alguns servos ficam para atender algum pedido nosso.

 - Como vão seus estudos criança?

 Ele se senta e me deixa sentar ao seu lado em seu trono.

- Estou aprendendo a fazer poemas mas não é divertido, por que não posso aprender lutar como o Gēgē?

Escuto ele suspirar, ele parece cansado mas mesmo assim sorri para mim.

- Por que não jogamos Xiangqi? Se conseguir ganhar pode escolher uma recompensa.

 Desço em um pulo do trono e faço que sim com a cabeça, logo um servo aparece carregando um tabuleiro, o pai imperial se senta ao lado das peças brancas me deixando com as pretas.

 - Por que estava fugindo de sua serva?

 Movimento uma peça sem pensar muito e dou de ombros.

- Eu gosto de brincar no jardim e com o Gēgē, ela disse que não posso brincar com ele.

 Vejo seus movimentos e penso um pouco em como escapar deles.

- Não deve se apegar muito a ele Mei.

 Abaixo a cabeça triste, em pouco tempo ele ganha a partida facilmente, dou meu melhor sorriso para ele.

- O pai imperial é muito sábio!

 Ele sorri de volta e chama um de seus servos, logo depois de mandar ele fazer algo que não entendo ele se volta para mim.

- Em seu sexto ano ninguém se compara a você em beleza e inteligencia, temo que se pensasse mais antes de fazer um movimento poderia derrotar até o melhor estrategista!

 Um grande sorriso aparece em meu rosto involuntariamente, começo a reorganizar as peças no tabuleiro então a porta é aberta.

- Majestade!

 Vejo a nobre consorte entrar e se curvar, ela espera o imperador a responder ainda curvada.

- Saia! Estou ocupado.

 Ele diz sem se virar para ela que se curva ainda mais e sai sem protestar, não pergunto mas minha mente não para de pensar em por que ele não a escutou e a tratou de tal modo, ele sempre parece tão atencioso comigo e com minha mãe imperial, carinhoso e alegre quando está conosco.

- Mandei que preparassem nossos pratos favoritos, vamos jogar, não deve pensar de mais.

Sorrio e faço uma leve reverência com a cabeça antes de voltar a me concentrar nas peças.

A queda de LíangМесто, где живут истории. Откройте их для себя