Capítulo 12

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Existe uma verdade imutável em todo e qualquer império: a maior e mais luxuosa mansão, a repleta dos melhores tesouros e das escravas mais belas sempre será a casa do imperador. Por essa simples verdade de uma vida de caprichos sei exatamente onde estou.

Não me esquivo quando ele me desce do cavalo após desmontá-lo, sei das atrocidades que seu exército e me pergunto que tipo de homem está por trás de tais atos. E pela postura de meu captor me pergunto qual sua posição no palácio, o sigo cautelosa sem ao menos uma palavra entre nós.

Escuto o nome Chang Lín ecoar e antes que eu pudesse protestar o homem se vira para mim e estende a mão, o encaro por alguns segundos sem saber ao certo qual sua intenção.

- A faca gōngzhǔ.

Sua voz soa calma, abro a boca algumas vezes mas nada sai por ela, tiro a faca escondida e a coloco com raiva em sua mão, ele se vira e entra no grande salão, olho para trás rapidamente tentanto achar um meio de sair mas não há, meu coração bate forte em meu peito mas procuro não demonstrar, ergo minha cabeça e repito para mim mesma que eles não ousariam me tocar, apesar de eu não estar convencida disso ergo minha cabeça mantendo o que resta de minha dignidade.

- Majestade imperial.

Não consigo erguer meus olhos do homem a minha frente que ao entrar se ajoelha com a cabeça sobre as mãos, não me mecho, não me curvo e por poucos segundos esqueço de respirar.

- Ajoelhe-se diante do imperador escrava!

Me viro para voz vendo um soldado logo atrás de mim, volto meus olhos para o homem a minha frente e os ergo até o rosto do imperador, um homem mais jovem do que eu esperava ver, não ha marca de idade em seus cabelos, sua roupa é digna de um imperador e há uma bela mulher ao seu lado, suas cores combinam perfeitamente, ergo meu queixo.

- Ele não é meu Imperador!

Digo com a voz firme, nunca me curvarei diante de um homem como tal, sinto minhas unhas cravarem contra minha mão, mantenho meus olhos firmes no homem e ele sorri para mim e com um simples gesto manda seu guarda se afastar.

- Pode se erguer.

Ele diz e Shang Lín levanta com as mãos ainda a frente do corpo em uma reverência.

- Obrigada majestade.

Sinto meu rosto quente quando o imperador se ergue e caminha até ele ignorando minha presença.

- Como foi seu retorno?

O imperador pergunta sério enquando passa a mão pensativo pela sua bem aparada barba.

- Não tive problemas para concluir a missão, o império líang está em caos, o exército não é leal e grande parte do povo está disposto a trair a família imperial.

O imperador não parece interessado em suas palavras e desvia seus olhos para mim.

- Essa é a bela joia do imperador, sua filha mais velha e de linhagem real?

Ele caminha em minha direção e passa seus dedos por uma mecha de meu cabelo, sinto toda minha coragem se desvair e não consigo resistir ao impulso de me encolher um pouco, se tivesse minha adaga poderia por certo usá-la.

- Respondendo sua majestade: Esta é a primeira princesa do império Líang, a filha predileta do imperador.

Desvio meus olhos para o assassino suplicando para que me leve embora enquanto o imperador me analisa como um predador. Suas palavras me dão a gota de coragem que eu precisava ao me lembrarem dos sentimentos de meu pai por suas filhas principalmente sobre mim.

- Sim eu sou a Primeira princesa do estado Líang e posso favar por mim mesma, já que sua majestade sabe quam sou aconselho que aja com sabedoria, um pai comum enfrenta o mundo por seus filhos... meu pai não é comum.

Ele para a minha frente e bate palmas, então se vira para Shang Lín antes de voltar para o lado de sua imperatriz.

- Que língua afiada a maior beleza de Líang possui, deve ter sido insuportavel todos esses dias ao lado dela Shang... Eunuco dobre a recompensa.

Sinto meu rosto esquentar quando o homem baixo entrega uma bolsa de ouro para meu captor, estou sendo vendida como uma mera escrava.

- Shang Lín quero que a princesa fique a seus cuidados, a mantenha viva e não deixe que seja levada, fora isso não me interessa o que faça com ela.

Vejo o maxilar de Shang se mecher levemente e segundos depois relaxar.

- Eu obedecerei.

Ele diz antes de voltar a erguer a cabeça, sinto as lágrimas inundarem meus olhos mas não as derramo.

- Estou saindo.

Ele fala antes de se voltar para mim e fazer um leve sinal para que eu o siga para fora como uma serva, sem me importar com postura ou motivos quase corro para fora.



A queda de LíangWhere stories live. Discover now